O Grito - Edvard Munch
Joanna de Ângelis
Iniludivelmente o planeta vive o
clímax da sua transformação de mundo de provas e de expiações no rumo da
regeneração.
Ao lado das aflições físicas e
morais que afetam todas as criaturas humanas, outras, não menos danosas, de
caráter interno na sua constituição material, geram expectativas
surpreendentes.
Em toda parte, a cada momento
surge um fenômeno desconhecido ou de maneira chocante e não identificado,
decorrente das alterações experimentadas na sua massa formidanda.
Os especialistas no estudo
planetário sabem das imensas e terríveis ocorrências cujas causas têm sido
detectadas, porém, ignorando-se quando deverão ocorrer.
Seu clima, em consequência dos
muitos fatores conhecidos, sofre mudanças significativas, enquanto a
indiferença humana em desrespeito às Leis universais, prossegue no desvario das
suas paixões, piorando a qualidade do ar, a sua toxidez, as suas possíveis
alterações para outras expressões ainda não conhecidas…
As placas tectônicas, na sua
ininterrupta movimentação, chocam-se e produzem calamidades, enquanto outras
ameaças vindas do Espaço campeiam contra o seu estado atual.
Sofrem-se os danosos efeitos da
sua estrutura ainda em formação e na sua pirosfera os incalculáveis volumes
incandescentes lentamente alteram as suas aparências em constante ameaça à
superfície habitada.
Os mares, atendendo a
impositivos poderosos, retraem-se em umas áreas para invadirem outras antes
consideradas inatingíveis.
A população, ascendendo em
proporções formidandas, ameaça a estabilidade em razão das absurdas condutas
morais da maioria dos seus governantes desalmados e enfermos.
O planeta agoniza enquanto os
seus habitantes em diferentes estágios da evolução intelecto-moral
estorcegam-se na volúpia do prazer, do grotesco e absurdo que vêm adquirindo
aceitação e destaque perverso.
As reencarnações mais recentes
liberam das algemas do sofrimento no Mais-Além multidões desvairadas de
Espíritos em sofrimento e povoam o mundo com seres ignorantes da verdade,
caracterizados pela barbárie, pela hediondez da ausência do sentimento do bem,
do belo e do ideal.
Crimes hediondos, que já
deveriam ter desaparecido das páginas da História do passado, fazem-se comuns,
a ponto da atual surpresa da filósofa Hannah Arendt referir-se à banalidade do
mal.
Já não chocam ou assustam, ou
chamam sequer a atenção, os comportamentos patológicos, cruéis, para aqueles
que os praticam, assim como para a sociedade em geral.
A banalização do mal torna-se
hilariante a princípio e depois normal, generalizando-se entre os denominados
modernistas atormentados que os adotam como forma de ocultarem os terríveis
conflitos que os desequilibram.
Uma sementeira de ódio e seus
famanazes jamais vista, quais o sexo em desajuste, os vícios generalizados e as
perversões de toda espécie, constitui o modelo de conduta nos veículos de
divulgação social.
Todavia não é desanimadora a
situação porque missionários da Ciência têm combatido grande número desses
males, oferecendo recursos inimagináveis, nas áreas da saúde, da convivência,
dos valores morais e espirituais, para ser revertida essa ordem truanesca numa
antecipação do Reino de Deus pelo qual todos lutamos, aqueles que despertamos
para a realidade existencial.
Jamais foram combatidos com
firmeza, qual ocorre na atualidade, os males que sempre perturbaram a
Humanidade.
Leis e recursos terapêuticos
variados têm sido utilizados para diluir as mazelas nas quais se comprazem as
criaturas humanas, distantes dos deveres morais e dos compromissos espirituais
para com o progresso.
Embora os resultados não tenham
ainda sido positivos, tem-se, pelo menos, o conhecimento dos combates que não
podem cessar, contra a saúde moral dos povos e os caminhos de dignidade que
todos os seres humanos devem percorrer.
Têm sido vencidos pela Ciência e
pela tecnologia incontáveis adversários dos males em multiplicação. Alguns
deles, com caráter pandêmico, têm recebido as reações que merecem, a fim de que
morram e desapareçam na nascente.
O momento, porém, é de
transição, na qual o amor prevalecerá, superando todas as iniquidades que têm
dificultado a harmonia entre os indivíduos e a paz pessoal como familiar.
A reencarnação tem sido o
valioso recurso para a dedicação humana ao programa que lhe cabe na escola da
evolução.
Multidões equivocadas renascem
nestes dias sob o látego de desafios existenciais, como o autismo – uma criança
em cada 36 renascimentos na Terra – convidando ao amor diferente, à ternura
especial e ao carinho insuperável.
Os distúrbios de conduta nas
mais variadas síndromes – a de Borderline, a de Down, a de Tourette entre
outras afligentes – e aqueles como a depressão, a ansiedade que empurram para o
suicídio, as neoplasias malignas, de diversa gênese, e enfermidades pandêmicas,
ao lado dos problemas econômicos, sociais, afetivos e da solidariedade
contribuem para o despertar da consciência humana buscando o grande alvo, que é
a paz.
Duas palavras, afirmava o
Espírito da Verdade, em sua mensagem em O Evangelho segundo o Espiritismo,
capítulo VI (O Cristo Consolador), item 8, para a vitória do deambulante
carnal: devotamento e abnegação!
Através da revivescência do
Evangelho de Jesus, cada criatura humana acenda a chama da candeia e a ponha no
velador, a fim de vencer toda sombra e ignorância dos motivos reais da sua
jornada.
O devotamento ao dever impõe
lealdade e perseverança nas lutas de superação das paixões inferiores e a
abnegação abre o caminho para a vivência da caridade em todas as suas
expressões, demonstrando a grandeza do amor.
Outras virtudes surgem, à medida
que se exercita o dever, auxiliando todos a se submeterem às Soberanas Leis de
Deus, vivendo conforme Jesus O fez, a todos solicitando imitá-lO.
A viagem carnal tem a sua
fatalidade que é a desencarnação, o encontro consigo mesmo em estado de
plenitude espiritual.
Duas palavras que se transformam
em um único dever, que é a união com Deus.
No amor a Deus acima de todas as
coisas e ao próximo, eis a solução para as dores, prenunciando a real alegria
de viver.
[1] MUNDO ESPÍRITA - Outubro de 2023 Número 1671
Ano 91 - http://www.mundoespirita.com.br/?materia=devotamento-e-abnegacao
[2] Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão da
noite de 24.4.2023, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
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