Nasceu em Weil Der Stadt,
Alemanha em 27de dezembro de 1571. Teve a infância atormentada por doenças,
como a varíola que o deixou defeituoso em uma das mãos. Seu pai era soldado
mercenário e sua mãe filha de um estalajadeiro. Por ser fisicamente fraco,
destinaram a Kepler para o trabalho religioso.
Após conhecer as teorias de
Copérnico, deixou a religião e dedicou-se à Astronomia. O fato de ter deixado a
religião dogmática pela ciência o aproximou mais ainda da realidade cósmica de
Deus. Dizia ele:
Meu objetivo é demonstrar que a máquina celeste é como
um mecanismo de relojoaria em que um único peso movimenta todas as engrenagens.
O biógrafo Isaac Asimov cita
várias vezes as características místicas de Kepler. Aos 23 anos, Kepler foi dar
aulas de astronomia na Universidade Protestante de Graz (Áustria) e, alguns
anos depois, todos os protestantes foram expulsos da cidade devido às
dissensões religiosas (foi nesta época que Giordano Bruno foi queimado vivo por
sustentar a teoria de que o espaço é infinito e cheio de estrelas do tamanho do
nosso sol).
Kepler teve todos seus haveres
confiscado pela Igreja. Fugiu para Praga, onde foi trabalhar com Tycho Brahe.
Foi assim, dentro deste clima de
instabilidade que Kepler trabalhou para solucionar o problema da movimentação e
trajetória dos planetas que a muito tempo desafiava solução.
Kepler conseguia, conforme o
biógrafo Robert Strother, "transportar-se pela imaginação", e o
astrônomo tomava como referência pontos no espaço cósmico, bem longe da Terra,
para elaborar suas teorias.
O termo "transportar-se
pela imaginação" aliado aos resultados concretos de suas pesquisas, sugere
que Kepler podia desdobrar-se espiritualmente para ter uma visão mais ampla do
Universo. Essa característica mediúnica fica mais evidente ao analisarmos o
livro "Somnium", escrito pelo próprio Kepler, que conta a história de
uma homem que viajava em sonhos até a Lua. Neste livro, a superfície da Lua foi
descrita pela primeira vez como ela realmente é hoje. Este livro foi
considerado o 1º de ficção científica, por Isaac Asimov. Foi também considerado
como um relato de experiência psíquica que foi colocado sob a forma de romance
a fim de não ser percebido pela censura religiosa vigente naquele século.
Kepler há muito achava que devia
haver vida em outros planetas e foi ao olhar pela 1ª vez através de um
telescópio rudimentar quando ele falou em construir uma nave para viajar pelo
espaço (séc. XVII). Percebe-se que a crença da pluralidade dos mundos habitados
não é exclusiva da doutrina Espírita, mas também dos grandes pensadores.
O astrônomo conseguiu sobreviver
graças ao apoio dado por Rodolfo II e o Conde Wallenstein.
Em 1620, sua mãe, que era ligada
ao ocultismo, foi acusada de feitiçaria pelo clero e encarcerada em
Wurttemberg. Perseverante, Kepler trabalhou muito nessa aldeia até que
conseguiu a libertação de sua genitora.
Conseguiu também concluir seu
livro "A Harmonia do Mundo" que a Igreja proibiu de imediato. Sua
biblioteca foi lacrada pela Inquisição. Quando passava pelas ruas, as pessoas
lhe cuspiam e diziam "olheiro de estrelas".
Apesar das dificuldades para o
sustento da família de 13 filhos, da intolerância religiosa, da guerra
prolongada, Kepler mostrou através de seus cálculos e leis que os planetas do
sistema solar fazem uma órbita elíptica em torno do Sol e que a velocidade dos
mesmos varia de acordo com a distância do Sol. Fez estudos que muito auxiliaram
as ideias a respeito da refração da luz.
Sugeriu o 1º telescópio
astronômico. Desenvolveu importantes ideias sobre as marés que foram as
precursoras dos atuais almanaques náuticos.
Um século após sua morte,
Catarina II da Rússia comprou os manuscritos de Kepler que, hoje, permanecem no
Observatório Pulkovo, da Rússia.
Desencarnou em Regensburg em 15
de novembro de 1630.
Foi um cristão exemplar, dotado
de renúncia, disciplina e persistência para que pudesse aclarar o mundo com a
ciência.
Deixou uma oração de sua
autoria:
Amado Senhor, que nos tendes guiado para a luz da Vossa
glória pela luz da Natureza, graças a Vós sejam dadas. Vede que terminei a obra
que me incumbistes e rejubilo-me em Vossa criação, cujas maravilhas me
permitistes revelar aos homens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário