Joanna de Ângelis
Onde quer que te encontres, de
uma ou de outra forma, despertarás o interesse de alguém.
Algumas pessoas poderão
arrolar-te como antipático e até buscarão hostilizar-te.
Outras se interessarão por saber
quem és e o que fazes.
Inúmeras, no entanto, te
falarão, intentando um relacionamento fraterno.
Cada qual sintonizará contigo
dentro do campo emocional em que estagia.
Como há carência de amigos e
abundância de problemas, as criaturas andam a cata de quem as ouça, ansiando
por encontrar compreensão.
Em razão disso, todos falam, às
vezes simultaneamente.
Concede, a quem chega, a honra
de o ouvir.
Não te apresses em cumulá-lo de
informações, talvez desinteressantes para ele.
Silencia e ouve.
Não aparentes saber tudo, estar
por dentro de todos os acontecimentos.
Nada mais desagradável e
descortês do que a pessoa que toma a palavra de outrem e conclui-lhe a
narração, nem sempre corretamente.
Sê gentil, facultando que o
ansioso sintonize com a tua cordialidade e descarregue a tensão, o
sofrimento...
No momento próprio, fala, com
naturalidade, sem a falsa postura de intocável ou sem problema.
A arte de ouvir é, também, a
ciência de ajudar.
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