sexta-feira, 5 de maio de 2023

DISCERNIMENTO[1]

 


Antônio Moris Cury

 

Discernimento é o ato de discernir, isto é, perceber ou distinguir com clareza: Não consegue discernir as causas da sua tristeza; A grande sabedoria consiste em saber distinguir o que é bom do que é ruim; A inexperiência o impede de discernir entre os amigos e os interesseiros[2].

Realmente, o discernimento é muitíssimo importante em nosso dia a dia, em tudo e para tudo.

Com efeito, a veneranda Doutrina Espírita está fundamentada na razão, no raciocínio, de modo que aquilo que não passar pelo crivo da razão, da lógica, deve ser deixado de lado ou, conforme o caso, deve ser desde logo descartado.

Excelente exemplo pode ser encontrado na definição espírita de fé:

Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade[3].

E o discernimento pode ser cultivado, e continuamente aperfeiçoado, na medida em que procuremos perceber ou distinguir com calma, com serenidade, com clareza, através do uso da razão, do raciocínio, o que é bom do que não é, o que nos é lícito e nos convém do que não é, com o que muito mais facilmente poderemos agir, escolhendo e optando pelas melhores decisões, sem precipitação, sem impulso.

 

A propósito, Como se pode distinguir o bem do mal?

“O bem é tudo o que é conforme a Lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la[4]”.

 

Que definição se pode dar da moral?

“A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus[5]”.

Especificamente sobre a serenidade para discernir, a que nos referimos anteriormente, o Espírito Joanna de Ângelis, através da psicografia de Divaldo Pereira Franco, orienta: Necessitas de serenidade a cada passo.

Serenidade para discernir, atuar e viver.

A vida é galopante e muda os seus cenários a cada minuto, exigindo permanente serenidade a fim de não esmagar as pessoas.

Quem se aflija, e tente seguir a velocidade ciclópica destes dias, arrebenta-se, porque sai de uma para outra situação com muita rapidez, sem mesmo tempo para adaptação na fase anterior.

 As notícias chegam e os acontecimentos passam, produzindo imenso desgaste emocional, mental e físico.

Resguarda-te na serenidade, preservando os equipamentos da tua existência, que estão programados para uso adequado e não para o abuso[6].

Vale a pena repetir para enfatizar e memorizar: Necessitas de serenidade a cada passo. Serenidade para discernir, atuar e viver.

Assim, devagar, mas sempre, poderemos contribuir para a construção de um mundo melhor e mais justo, realizando a parte que nos compete cumprir, sendo úteis onde estivermos, usando o discernimento com clareza, usando a razão, o raciocínio, para distinguir o bem do mal e para escolher o Bem sempre, seja qual for a circunstância ou a situação.

Não nos enganemos, há milhares de pessoas trabalhando no Bem, auxiliando o próximo, agindo com correção, com honestidade, aperfeiçoando-se intelectual e moralmente, dispostas a ajudar, a cooperar em tudo o que esteja ao seu alcance, com boa vontade, sem alarde, com e por amor.

E não nos esqueçamos de que estamos em condições de aprender todos os dias, uma vez que são infinitas as possibilidades de aprendizado (como, por exemplo, aprender a discernir, a distinguir, a raciocinar melhor, com calma, com serenidade, ainda que a pouco e pouco, mas de modo continuado, firme e cada vez mais aperfeiçoado), como infinito é o Universo.

Aprender é excelente, e sempre é tempo de começar ou de recomeçar.



[1] MUNDO ESPÍRITA - Número 1666 −  Ano 91 – maio/2023

[2] DICIONÁRIO Escolar da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. 2ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2012.

[3] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Brasília: FEB, 2019. Página de abertura.

[4] ______. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1974. pt. 3, cap. I, q. 630.

[5] Op. cit. pt. 3, cap. I, q. 629.

[6] FRANCO, Divaldo Pereira. Vida Feliz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL, 2000. cap. CI.

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