Miramez
O homem é responsável pelo seu pensamento?
− Ele é responsável perante Deus. Só Deus, podendo
conhecê-lo, condena-o ou absolve-o, segundo a sua justiça.
Questão 834/O Livro dos Espíritos
Já falamos alhures que somos
responsáveis pelos nossos pensamentos. Eles são como que sementes, e a mente
alheia é a Terra onde semeamos. Todo semear de ideias tem colheita, e a lei de
justiça nos faz colher o que semeamos.
Certamente que o homem é
responsável pelos seus pensamentos ante a Majestade Divina, no entanto, o
Senhor, quando nos criou, e tendo onisciência, já sabia o uso que iríamos fazer
dos nossos pensamentos e da nossa própria vida. A Inteligência Maior não nos
criou já perfeitos, no que se refere à isenção de erros, por achar melhor que
tivéssemos um pouco de trabalho para despertar os dons que se encontram em
nossa estrutura espiritual, em estado de sono.
Na profundidade, somos
perfeitos, por termos sido criados pelo Ser Perfeito. Somente nos resta
despertar essas qualidades já existentes dentro de nós.
Deus nos condena ou absolve pelo
mecanismo das leis que Ele criou, sabendo antes que iríamos errar, se esse é o
termo. Se Ele soubesse que não iríamos cometer faltas, para que existiriam
leis? O Espírito, quando chega à perfeição, tem as leis de Deus vibrando dentro
de si e nada de exterior o pode envolver, nem tão pouco disciplinar, porque ele
é amor.
Vejamos como registrou Lucas, no
capítulo doze, versículo cinquenta e um, as palavras do Mestre Jesus:
Supondes que vim
para dar paz à Terra? Não, eu vô-lo afirmo, antes divisão.
Por que divisão, se o Mestre é
todo amor? A sociedade, com os velhos ensinamentos, não estava compreendendo o
Espírito da letra que vivifica. Trouxe o Mestre novos conceitos, mais puros,
mais visíveis, mas, mesmo assim, os homens iriam alterá-los por causa da
verdade mais acentuada e se dividiram, como se vê pela quantidade de religiões
que se multiplicaram no mundo, alicerçando-se no mesmo Jesus e no Seu
Evangelho. Eis a divisão; são sementes lançadas em várias searas, com frutos
que nos parecem desviados do verdadeiro objetivo da arvore-mãe, porque os
homens não se encontram maduros, na maturação que corresponde ao amor mais
puro.
A seara do Senhor é grande, e
faltam nela ainda os bons servidores. Os países lutam entre si, gastando
quantias astronômicas e matando uns aos outros por causa do orgulho e egoísmo, por
um pedacinho de Terra a menos ou a mais, por palavras que desconsertam o
adversário.
Mas, no fundo, é o poder e o
ouro influenciando e dando margem à discussão. Não se segue Cristo, porque Ele
não tinha uma pedra onde reclinar a cabeça. A usura é um monstro que devora os
ideais enobrecidos dos homens. Eles vendem e compram tudo, colocando o ouro como
o seu deus, aquele que atende suas "necessidades". Que fazer agora
nessa corrida do ouro? As sementes irão lhes trazer frutos com o mesmo teor da
sua semeadura.
Ninguém pode reclamar do gosto
amargo e das torturas advindas dos desvios das bênçãos que o Senhor lhe deu,
como o poder de pensar. A justiça se faz segundo as ideias de Deus, impressas
na lei de amor.
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