Ivon Costa nasceu na Cidade de
São Manuel - MG, hoje Eugenópolis, no dia 15 de julho de 1898.
Foi um dos mais notáveis
conferencistas espíritas do Brasil, contribuindo decisivamente com sua palavra
abalizada e esclarecedora no sentido de dinamizar a difusão da Doutrina
Espírita, o que fez com fibra inquebrantável e verdadeiro denodo.
Dotado de invejável dom de
oratória e possuindo um magnetismo contagiante e uma voz privilegiada,
arrebatava os auditórios com a força de sua argumentação.
Foi seminarista, entretanto,
quando faltavam apenas dezenove dias para a sua ordenação sacerdotal,
constatou-se que ele não possuía certidão de batismo. Em face da confusão
estabelecida, Ivon desistiu de seguir a carreira eclesiástica.
Dirigiu-se, então, para o Rio de
Janeiro onde estudou e se diplomou em Medicina. Era notável poliglota, falando
perfeitamente o francês, o inglês, o alemão e o espanhol.
Atravessando, certa vez, uma
fase difícil em sua vida, viu-se defronte de um Centro Espírita, onde se
realizava uma reunião pública. Movido por estranho impulso adentrou a sede da
instituição e ali ouviu os comentários sobre a Codificação Kardequiana. Ao
retirar-se, estava transformado, pois havia encontrado a resposta a todas as suas
indagações.
Tornou-se espírita e iniciou
logo as tarefas de pregador. Possuindo sólida bagagem intelectual e médium que
era, destacava-se com raro brilhantismo na tribuna, mantendo, além disso,
diálogo com os assistentes, a fim de esclarecer melhor os argumentos empregados
nas conferências.
Não existe cidade importante do
Brasil -
à época -,
onde Ivon Costa não tenha efetuado palestras. Era um tribuno extraordinário, de
largos recursos de lógica. Sabia abordar os temas com eloquência e brilho.
Aceitava, frequentemente discussões públicas, tendo mantido algumas cuja palma
não coube ao adversário.
Percorreu também países da
Europa, dentre eles Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo.
Certa vez, ia falar em Maceió -
AL, num teatro alugado, mas, pouco antes da conferência, o teatro foi fechado
por ordem do bispo local. O público, inconformado com a atitude do clero,
levou-o à praça, onde a palestra foi realizada. Em represália, os sinos da
igreja repicaram e alguns fanáticos lhe atiraram pedras; porém, ele suportou
tudo com estoicismo e verdadeiro espírito de renúncia.
Ivon Costa residiu dois anos na
Alemanha. Em seguida mudou-se para Paris, onde exerceu a função de intérprete
de cinema, na Paramount. Em todos os lugares por onde passava, deixava as
sementes da Doutrina dos Espíritos. Também participou do Congresso
Internacional de Espiritismo, em Haia, Holanda.
Em 1932 Ivon Costa retornou
definitivamente para o Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde
clinicava gratuitamente. Da bibliografia de Ivon Costa, consta o livro "O
Novo Clero", e da sua obra missionária resultou a fundação de elevado
número de sociedades espíritas em todo o Brasil.
Desencarnou em Porto Alegre -
RS, no dia 9 de janeiro de 1934, com apenas 35 anos de idade.
Podemos afirmar que Ivon Costa
foi o espírita que mais excursionou no propósito de propagar os ideais
reencarnacionista, sendo a sua tarefa muito semelhante àquela desempenhada pelo
grande tribuno Vianna de Carvalho.
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