José Lucas
Os tempos são de dificuldade a
todos os níveis, numa sociedade materialista, onde o orgulho e o egoísmo ainda
imperam. Na sua busca desenfreada pelo materialismo, o homem perde o Norte,
perante a abrupta crise gerada a nível mundial. Na iminência de falência
financeira, muitas vezes busca o suicídio: em vão, pois está provado que a vida
continua além da morte do corpo de carne.
Quando Allan Kardec (respeitado
sábio francês do século XIX) pesquisou e compilou os fenômenos espíritas,
apresentou as suas pesquisas sob a forma de cinco livros (O Livro dos
Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Génese, O
Céu e o Inferno e O Livro dos Médiuns).
Até então, acreditava-se ou não
na imortalidade do Espírito conforme a religião que se professasse.
A partir das pesquisas
espíritas, Allan Kardec demonstrou experimentalmente a imortalidade do
Espírito, com tantas provas, que seria aqui impossível enumera-las, quanto mais
abranger toda a sua pesquisa.
A partir do lançamento de O
Livro dos Espíritos, em 1857, em Paris, França, deixou de ser necessário
acreditar na vida além da morte, pois já havia toda uma metodologia científica
que provava essa realidade.
Qualquer pesquisador, nacional
ou estrangeiro, espírita ou não, crente ou não, que experimente, usando a
metodologia espírita que está inserida em O Livro dos Médiuns, chega
inevitavelmente aos mesmos resultados, demonstrando assim a universalidade dos
ensinos dos Espíritos, bem como a realidade da imortalidade do ser.
Perante tais descobertas, os
espíritas, a nível mundial, têm-se desdobrado em campanhas pela vida, seja na
luta contra o aborto, eutanásia, entre outras, seja contra o suicídio.
O Espiritismo, demonstrando a
imortalidade do Espírito, mostra-nos que o ser humano que se suicida, apenas se
liberta violentamente do corpo de carne, como quem tira a roupa ao deitar, para
ir dormir, sem se despersonalizar.
A grande desilusão do suicida é,
ao ver-se fora do corpo de carne, ao sentir-se vivo, verifica que afinal o seu
ato não o conduziu à morte desejada, mas apenas a uma mudança de plano
existencial. Mantém no seu íntimo o problema que o levou ao ato tresloucado de
terminar com a vida do corpo físico, acrescido da frustração de não ter morrido,
para além de ouvir todos os comentários tecidos a seu respeito, bem como os
apelos desesperados dos seus familiares que sentem a sua falta.
O Espiritismo prova que a vida
continua. A partir daí o suicídio não faz sentido.
Dizem os espíritos, não só no
livro O Céu e o Inferno, mas também nas comunicações espíritas
diariamente nos centros espíritas, que na Terra não há palavras para descrever
os sofrimentos atrozes que padecem os suicidas (leia-se o livro “Memórias de um
Suicida”, de Camilo Castelo Branco (espírito) através da médium Yvonne do Amaral Pereira),
bem como que muitas vezes reencarnam na vida seguinte, com mazelas corporais
derivadas da destruição celular no corpo espiritual, ocorrida durante o ato do
suicídio, corpo espiritual esse que servirá de molde energético para a futura
reencarnação.
Com a doutrina espírita (ou
Espiritismo) aprendemos que vale a pena viver, passemos pelas dificuldades que
passarmos, na certeza de que Deus na Sua bondade infinita, não permitiria que
passássemos por provas ou expiações superiores às nossas capacidades psíquicas.
Os bons espíritos sempre nos
estimulam à paciência, a confiar na providência divina que nunca nos falha, à
oração diária e sentida, às leituras edificantes, à meditação, ao recurso ao
centro espírita onde a pessoa tem auxílio espiritual, sem descurar, obviamente,
eventual apoio médico especializado, se for caso disso.
“Nascer, morrer, renascer ainda,
progredir sem cessar, tal é a lei” é uma frase de autor desconhecido (?), que
foi colocada no dólmen de Allan Kardec, no cemitério Père-Lachaise, em Paris, e
que demonstra bem que, aconteça o que acontecer na nossa vida, podemos e
devemos lutar por sair da dificuldade, mas que o suicídio é a única opção que
não faz sentido, já que hoje está provado à sociedade, que a vida continua após
a morte do corpo físico.
[1] O CONSOLADOR -
Ano 16 - N° 776 - 12 de Junho de 2022 - http://www.oconsolador.com.br/ano16/776/ca4.html
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