Orson Peter Carrara
Este reconhecimento cabe em
muitas situações do dia a dia e estamos todos incluídos, face a circunstâncias
variadas do cotidiano. A frase original é: Custa-lhe reconhecer que foi
iludido. É de autoria de Allan Kardec e está na Revista Espírita,
edição de março de 1860, no texto “Um médium curador”,
referindo-se naturalmente à mediunidade e suas seduções.
Extraímos alguns trechos das
valiosas considerações do Codificador Allan Kardec:
o O
orgulho é o escolho de grande número de médiuns e vimos muitos cujas
faculdades transcendentes se aniquilaram ou perverteram, desde que deram
ouvidos a esse demônio tentador.
o O
orgulho é o último defeito que confessamos a nós mesmos, à semelhança
dessas doenças mortais que se tem em estado latente e sobre cuja gravidade o
doente se ilude até o último instante. Eis por que é tão difícil erradicá-lo.
o Desde
que um médium possui uma faculdade, por menos notável que seja, é procurado,
elogiado, adulado. Isto lhe é terrível pedra de toque, pois acaba
julgando-se indispensável, se não for profundamente simples e modesto. Infeliz
dele, principalmente se estiver persuadido de que só se comunica com
bons Espíritos.
o Custa-lhe
reconhecer que foi iludido, e muitas vezes escreve ou ouve sua
própria condenação, sua própria censura, sem acreditar que aquilo tudo é
endereçado a ele. Ora, é precisamente dessa cegueira que é presa.
o Os
Espíritos enganadores disso se aproveitam para fasciná-lo,
dominá-lo, subjugá-lo cada vez mais, a ponto de lhe fazerem tomar por
verdades as coisas mais falsas. É assim que nele se perde o dom precioso
que só havia recebido de Deus para tornar-se útil aos seus semelhantes, porque
os bons Espíritos se retiram, sempre que alguém prefere escutar os maus.
o Os
grifos são nossos, o artigo na íntegra é precioso e recomendamos aos
leitores. Embora a abordagem se refira a um médium curador, ela cabe a todos
nós, médiuns ostensivos ou não, pois que é pelo orgulho que nos perdemos em
tolas vaidades que geram aflições absolutamente dispensáveis.
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