Miramez
Há Espíritos que, sem serem maus, sejam indiferentes à
própria sorte?
‒ Há Espíritos que
não se ocupam de nada útil: estão na expectativa. Mas sofrem de acordo com a
situação e como em tudo deve haver progresso, este se manifesta pela dor.
a. Não têm eles o desejo de abreviar seus sofrimentos?
‒ Sem dúvida o têm,
mas não dispõem de bastante energia para querer o que os poderia aliviar.
Quantas pessoas entre vós preferem morrer na miséria a trabalhar?
Questão 995/O Livro dos
Espíritos
A diversidade, no tocante à
evolução das almas, é enorme, em todo campo de entendimento espiritual e mesmo
físico. Na natureza não se pode dizer que tudo e todos passam pelos mesmos caminhos,
no que tange aos mesmos processos.
São diversos os caminhos do
Espírito, no entanto, o objetivo é o mesmo. No que se refere à profundidade da
filosofia espírita, não estamos aqui para inovar nada. As leis são as mesmas, por
serem eternas, no entanto, elas se vão dando a conhecer com o crescimento da
alma.
Há Espíritos com tendência para
o mal, e que o tempo faz com que eles se convertam para o bem, sendo-lhes a dor
o guia mais seguro. Certamente que existem Espíritos que não se preocupam em
cuidar-se, procurando despertar para a vida maior. Temos de levar em conta o estado
evolutivo das criaturas neste porte. Como exigir da criança o mesmo pensamento
dos adultos? Cada alma é chamada para a renovação de acordo com as suas forças
espirituais.
Não existe violência na
natureza.
A diversidade, como já dissemos,
é muito grande em todos os ângulos da criação, todavia, tudo converge para o
mesmo ponto central da vida, que é Deus. Os reveses pelos quais passam, as adversidades
que as acompanham, as dores, os problemas e infortúnios, crescem e diminuem, de
acordo com as criaturas em pauta. Deus não abençoa a uns mais que os outros,
pois, todos são Seus filhos.
Ainda existem muitos segredos na
vida para serem revelados, esperando mais despertamento dos Espíritos. Como
falar com Espíritos elevados do mesmo modo que se fala aos ignorantes?
Como falar com camponeses da
mesma maneira que se fala com cientistas? Como falar para pseudosábios, como se
fala com os sábios? Há diferença em tudo, de acordo com as necessidades.
Os Espíritos sofredores, mas
mais primitivos, certamente que desejam curar-se, no entanto, quando eles
encontram, na realidade, o método de cura, preferem, por não suportarem o sacrifício,
o mesmo jeito de vida que estavam levando. São muitas as conjunções que aparecem
nos seus caminhos, e são desprezadas. Somente a maturidade poderá fazê-los interessar-se
pela sua paz nascida, em parte, dos seus próprios esforços. Se eles desejam melhorar
e ainda lhes falta energia para tal empreendimento, é porque não têm ainda
maturidade para a mudança de procedimentos.
Todavia, o amanhã os espera na
glória deste dia de suas decisões, do marco que deve brilhar no seu coração,
dizendo "basta" às suas inferioridades. Na hora de se reformar, no
momento do arrependimento, sempre aparece um Paulo ou um Apoio para nos mostrar
o caminho, sendo que, no fundo, é o dedo de Deus a nos guiar para a eternidade
da consciência tranquila:
Quem é Apolo? E quem
é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a
cada um. (1 Coríntios, 3:5)
De qualquer maneira, devemos
aceitar a dor como sendo o ponto indispensável para o despertamento da alma, em
quaisquer condições de vida. Ela anda paralela com o progresso em todos os seus
movimentos, mas não podemos esquecer que cada criatura a sofre em dimensão
diferente.
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