Miramez
Pode-se dizer que todos os Espíritos não encarnados são
errantes?
‒ Os que devem
reencarnar-se, sim; mas os Espíritos puros, que chegaram à perfeição, não são
errantes: seu estado é definitivo.
No tocante às suas
qualidades íntimas os Espíritos pertencem a diferentes ordens ou graus, pelos
quais passam sucessivamente, à medida que se purificam. No tocante ao estado podem
ser: encarnados, que quer dizer
ligados a um corpo; errantes, ou
desligados do corpo material e esperando uma nova encarnação para se
melhorarem; Espíritos puros ou perfeitos e não tendo mais necessidade
da encarnação. (Allan Kardec)
Questão 226/O Livro dos Espíritos
Segundo O Livro dos Espíritos, Espíritos errantes são aqueles que se
encontram em condições tais que ainda precisam de voltar à carne, para as
devidas reformas morais. E no mundo físico, encontram analogia de sentimentos,
porque a grande maioria deles, que se encontram encarnados, são almas com
fortes tendências para a maledicência, para as guerras, para o ódio, para a
inveja e o ciúme, para o orgulho e o egoísmo.
O Espírito puro, que não precisa
mais de reencarnar no mundo terreno, perde essa condição inferior, pois sua
consciência se encontra em tranquilidade, e em seu coração vibra o amor em todos
os momentos.
Os Espíritos são semelhantes em
todos os mundos habitados, no tocante ao mundo íntimo de cada um, pertencem a
diferentes ordens na escala de elevação, porque são de diferentes idades
siderais. A maturidade é obra do tempo, os valores internos vão sendo
despertados gradativamente, transformando em celeiro de bênçãos a intimidade do
ser.
Para tanto, Jesus Cristo é o
Mestre por excelência, que se aproximou dos homens por misericórdia de Deus,
nos legando o grande manancial de fé e de amor que é o Evangelho.
Depois de Jesus, aumentaram as
facilidades de recuperação das almas em caminho para Deus, pois encontramos a
água viva e o pão que desceu do céu. Todos os conceitos evangélicos são
coerentes com o amor e irradiam a verdade.
O Cristo veio tirar multidões de
Espíritos da faixa dos errantes no espaço, colocando-os como Espíritos
conscientes da verdade pelos caminhos da pureza espiritual. Ele é a fonte de
vida que nos ajuda a despertar as nossas qualidades, de modo a nos tornarmos
unos com a Divindade.
A purificação das entidades
espirituais se processa por variados meios, através de sacrifícios, dores,
angústias e problemas sem conta, entretanto, esse é o roteiro de todas as
criaturas.
Todos passamos pelas portas
estreitas, depois de vagarmos pelas largas.
A Doutrina dos Espíritos, cuja
fonte é Jesus, mostrando a Sua promessa do Consolador, vem, nos fins destes
tempos, nos mostrar com homologia nos anjos, as leis naturais, que nos levarão
à perfeição. Não tenhamos medo de abraçar seus conceitos renovados pela força
do progresso, que eles se tornarão luzes que não nos deixam perder nas trevas.
Se fomos Espíritos errantes, sujeitos a novas faltas, temos o Mestre ao nosso
lado a nos convidar para a devida reforma de sentimentos, de maneira que eles
vibrem no consenso do Cristo, para nos guiar a todos.
O Espírito está estagiando na
carne; já desperto, compete-lhe ajudar os outros que lhe estendem as mãos, em
busca de socorro. Por que negar uma palavra de conforto e de esperança aos que sofrem?
Por que negar o pão e a veste aos famintos e aos nus? É o nosso dever afinarmos
com o amor, aquele amor que desconhece barreiras e avança em todas as direções,
para servir sem especular e ajudar sem exigir. Se estamos na dianteira de
alguns, já estivemos no lugar deles no passado, e quantos estão a nossa frente
e de vez em quando voltam para nos dar as mãos? Façamos o mesmo, que Deus e
Cristo não nos deixarão a sós.
Somente os puros não precisam de
reencarnação; nós outros carecemos dessa bênção, para abrirmos os olhos à luz
que gera a paz e a felicidade.
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