sexta-feira, 15 de maio de 2020

LEI DA DESTRUIÇÃO[1]



Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Nós, Espíritas, já sabemos, graças à Terceira Revelação, o porquê de toda esta crise generalizada e grave que estamos passando.
Lembremo-nos da questão 728 de O Livro dos Espíritos:

A destruição é uma Lei da Natureza
‒ É necessário que tudo se destrua, para renascer e se regenerar; porque isso a que chamais destruição não é mais que a transformação, cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres vivos.

Lembremo-nos também do item[2] do subtítulo Flagelos Destruidores.
Com que fim Deus castiga a Humanidade com flagelos destruidores?
‒ Para fazê-la avançar mais depressa. Não dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem em cada nova existência um novo grau de perfeição? É necessário ver o fim para apreciar os resultados. Só julgais essas coisas do vosso ponto de vista pessoal, e as chamais de flagelos por causa dos prejuízos que vos causam; mas esses transtornos são frequentemente necessários para fazerem que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos.

Só para citar um exemplo, na obra 1808, de Laurentino Gomes, vemos no capítulo O IMPÉRIO DECADENTE (Portugal):

Em 1755, uma catástrofe natural agravou a decadência econômica e ajudou a reduzir ainda mais a autoestima portuguesa. Na manhã de 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, um terremoto devastador atingiu Lisboa, matando entre 15.000 e 20.000 pessoas. O abalo foi seguido de maremoto e um incêndio que ardeu durante seis dias. Igrejas, casas, palácios reais, mercados, edifícios públicos e teatros – tudo foi reduzido a pó e cinzas. Dois terços das ruas ficaram bloqueados pelo entulho. Só 3.000 das 20.000 casas continuaram habitáveis. Das quarenta igrejas da cidade, 35 desmoronaram. Apenas 11 dos 65 conventos existentes antes do terremoto continuaram de pé. A famosa Biblioteca Real, com 70.000 volumes, construída com carinho e orgulho desde o século XIV, virou cinza e teve de ser inteiramente refeita.

E porque aconteceu tudo isso? Portugal era um país que nada produzia, vivia da riqueza do Brasil Colônia, estava no total atraso da escravidão, do fanatismo religioso da Inquisição, da luxúria, sua riqueza era do dinheiro fácil, a ciência e a educação estavam estagnadas, a inovação e criatividade não tinham lugar. A melhora veio depois de muita destruição.
Temos muito mais exemplos a serem citados de quantas civilizações passaram pelo nosso planeta e foram destruídas para o bem do Progresso, pois o novo não pode ocupar o mesmo lugar do velho.
E sobre esta crise mundial do Covid–19? Não é a hora de apontarmos os culpados, nem de cultivar sentimentos de culpa, de raiva, de não aceitação.
A hora é de confiar em Deus, em Jesus, em Ismael, e em todos os Espíritos que nos enviam fótons de energias construtivas de todos os planetas. Se desencarnarmos, seremos amparados no mundo espiritual e talvez já comecemos a ajudar lá, e os entes queridos que ficarão precisarão continuar a vida normalmente. Se não desencarnarmos, poderemos ter dificuldades financeiras, que todos estão tendo, então a solução virá da pessoa que usar a razão e o equilíbrio. Os que têm fé em Deus, o fardo será definitivamente mais leve, pois sabem que tudo passa, que o Pai não dá um fardo mais pesado que podemos carregar, que estamos passando por uma limpeza. Os que não têm fé, os materialistas, estarão elegendo os culpados e, se tiverem bom senso e cultura, estarão apoiando-se na ciência. Quem for uma pessoa boa estará fazendo o melhor que puder, sendo ou não crente em Deus.
Na quarentena com a família, ou desenvolveremos a caridade, a oração, a tolerância, a união, ou odiaremos mais, brigaremos mais, até que não tenham mais alternativas, até que a família se destrua, será que é o que queremos?
A Lei da Destruição vem para acabar com a nossa psique doente também. Junto à família nesta quarentena, as nossas sombras precisarão ser mais evidentes PARA NÓS MESMOS. Quando há desentendimento é para olharmos o que temos que destruir dentro de nós, para que o homem novo venha, a sombra do outro não é da nossa conta. É um assunto muito sério, estamos recebendo “a little help from a Friend”, como cantam os Beatles, para acelerar os nossos lentos e ineficientes passos.
O Brasil não acordou para o fato que precisamos nos unir, só assim seremos mais fortes. Se não houver uma tolerância maior entre nós, será que mereceremos um planeta de regeneração?
Porque não olhamos para os FATOS, ao invés de humilhar e acusar hostilmente homens e mulheres? Se fizéssemos uma lista de todas as ações de dirigentes do Brasil sem dizer quem as praticou, e tivéssemos que escolher as que concordamos, veríamos que todos nós queremos o mesmo. Os dirigentes de todos os países no planeta estão reencarnados com imperfeições assim como nós; estão sob os efeitos das Leis de Deus assim como cada um de nós; fizeram um planejamento reencarnatório assim como nós, e, sobretudo, mereceram estar neste momento histórico do planeta assim como nós.
As Leis de Deus nos levam como a corrente de um rio. Se estivermos agindo diferente do que Jesus nos ensinou, estaremos nadando contra essa corrente e poderemos nos afogar de tão difícil que será. Agora é a hora, façamos a nossa escolha, pois a nossa Terra está a favor dessa corrente e a Lei da Destruição é a providência Divina agindo para a nossa felicidade aumentando o fluxo da corrente, para que ela nos leve para a Regeneração, pois estávamos como água estagnada. Jesus está no aguardo dos corajosos que compreenderam o que é caridade, o que é amar ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas, pois estarão no caminho que ele iluminou.

Fonte: Agenda Espírita Brasil

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