Emmanuel
“Para que todos sejam um” — JESUS (João 17.22)
Reunindo-se aos discípulos, empreendeu Jesus a renovação do
mundo.
Congregando-se com cegos e paralíticos, restitui-lhes a
visão e o movimento.
Misturando-se com a turba extenuada, multiplicou os pães
para que lhe não faltasse alimento.
Ombreando-se com os pobres e os simples, ensinou-lhe as
bem-aventuranças celestes.
Banqueteando-se com pecadores confessos, ensinou-lhes o
retorno ao caminho de elevação.
Partilhando a fraternidade do Cenáculo, preparou
companheiros na direção dos testemunhos de fé viva.
Compelido a oferecer-se em espetáculos na cruz, junto à
multidão, despediu-se da massa, abençoando e amando, perdoando e servindo.
Compreendo a responsabilidade da grande assembleia de
colaboradores do Espiritismo brasileiro, formulamos votos ardentes para que
orientem no Evangelho quaisquer princípios de unificação, em torno dos quais
entrelaçam esperanças.
Cremos que a experiência científica e a discussão filosófica
representam preparação e adubo no campo doutrinário, porque a semente viva do
progresso real, com o aperfeiçoamento do homem interior, permanece nos
alicerces divinos da Nova Revelação.
Cultivar o Espiritismo, sem esforço espiritualizante, é
trocar notícias entre dois Planos diferentes, sem significado substancial na
redenção humana.
Lidar com assuntos do Céu, sem vasos adequados à recepção da
essência celestial, é ameaçar a obra salvacionista.
Aceitar a verdade, sem o desejo de irradiá-la, por meio do
propósito individual de serviço aos semelhantes, é vaguear sem rumo.
O laboratório é respeitável.
A academia é nobre.
O templo é santo.
A ciência convence.
A filosofia estuda.
A fé converte o homem ao Bem Infinito.
Cérebro rico, sem diretrizes santificantes, pode conduzir à
discórdia.
Verbo primoroso, sem fundamentos de sublimação, não alivia
nem salva.
Sentimento educado e iluminado, contudo, melhora sempre.
Reunidos, assim, em grande conclave de fraternidade, que os
irmãos do Brasil se compenetrem, cada vez mais, do espírito de serviço e
renunciação de solidariedade e bondade [pura] que Jesus nos legou.
O mundo conturbado pede, efetivamente, ação transformadora.
Conscientes, porém, de que se faz impraticável a redenção do todo sem o
burilamento das partes, unamo-nos no mesmo roteiro de amor, trabalho, auxílio,
educação, solidariedade, valor e sacrifício que caracterizou a atitude do
Cristo, em comunhão com os homens, servindo e esperando o futuro, em seu
exemplo de abnegação, para que todos sejamos um, em sintonia sublime com os
desígnios do Supremo Senhor.
Emmanuel
[1] Página psicografada por Francisco Cândido Xavier em 14
de setembro de 1948, publicada em o Reformador de janeiro de 2008, p. 14
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