Miramez
As afeições de cada Espírito são suscetíveis de alteração?
‒ Não, pois eles não
podem se enganar; não têm mais a máscara sob a qual se escondem as hipocrisias.
Por isso, suas afeições são inalteráveis, quando são puros. O amor que os une
lhes é uma fonte de suprema felicidade.
Questão 296/Livro dos Espíritos
As afeições dos Espíritos puros
são inalteráveis em todos os sentidos. Eles comungam com a harmonia universal,
porque nunca distorcem a verdade, acompanhando os passos de Nosso Senhor Jesus
Cristo nas suas caminhadas.
Os Espíritos puros não se
enganam; a sua luz reflete em todos os seus passos e em todos os seus gestos de
paz. Somente os hipócritas carregam as máscaras, que são vistas pelos que têm
olhos para ver. A mentira se dissolve sempre que chega a verdade.
A compostura dos Espíritos
elevados não tem alteração. Eles têm uma tranquilidade imperturbável em todos
os sentidos, por já terem limpado da consciência os liames inferiores provindos
da ignorância e do assédio das ilusões passageiras. Necessário se faz que o
homem se esforce, no sentido de integrar-se cada vez mais nas linhas do
Evangelho de Jesus, que é portador dos meios que nos encaminham para a paz e o
entendimento.
Sabemos que a luta é grande na
conquista do equilíbrio espiritual, mas, quem não começa a lutar, não vence. É
indispensável que avancemos com bons princípios a nos guiar. Devemos e vamos
modificar nossa condição interior para melhorar a nossa moral, colocando-a em
plena harmonia com os bons costumes, de modo que o amor nos domine e nos eleve
para a caridade.
Sejamos fortes e firmes na
educação de nós mesmos, ainda que estejamos sofrendo algo que plantamos no
passado. A aquisição da luz é demorada e nos custa muito no tempo e no espaço,
na conjunção da boa vontade. Vigiemos para não ficarmos sujeitos ao engano;
todo engano gera dúvida, e toda dúvida gera tristeza. Comunguemos com a
esperança geratriz da alegria pura, a nos estabilizar a consciência, em
comunhão com a consciência universal.
Os Espíritos impuros são
suscetíveis de toda ordem de alteração: se ofendidos, ofendem; se maltratados,
maltratam; se esquecidos, esquecem. Essa não é a lei que nos ampara para o bem-estar
universal. Jesus colocou na dianteira dos Seus ensinamentos o amor, que se transforma
em perdão, porque o perdão é normalizador de todas as vidas, por esquecer todas
as faltas, amparando ainda os que por vezes ofendem.
Ajudemo-nos uns aos outros, para
que sejamos ajudados, sem pensar nisso. Fazer o bem sem interesse algum é a
norma de vida cristã. A luz deve ser acesa nos corações, e tudo se encontra
preparado para isso, no entanto, para que ela se acenda, deve haver um trabalho
individual em cada criatura. Essa luz não pode ser expressa com ódio, inveja,
ciúme, maledicência, orgulho ou egoísmo.
Entrelacemos nossas mãos com as
mãos do Mestre Jesus, que seremos bem conduzidos para a paz de consciência. O
trabalho é demorado, mas, proveitoso.
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