quinta-feira, 28 de março de 2019

Produto da Educação[1]


Fé e Crença em Deus tem origem genética, de acordo com o biólogo americano Dean Hamer

Miramez



O sentimento íntimo, que temos em nós mesmos, da existência de Deus, não seria o fato da educação e o produto de ideias adquiridas?
‒ Se assim fosse, por que os vossos selvagens teriam esse sentimento? Sentimento?
Questão 6 – Livro dos Espíritos

A educação nos estimula para as coisas mais nobres da vida, sabemos disso; no entanto, ela é gradativa, de acordo com a nossa evolução espiritual.
O modo de assimilação da educação nos meios em que se estagia é diferente de uns para os outros, de acordo com os dons despertados em cada criatura.
A consciência de cada alma seleciona o que recebe, como produto do meio em que vive e dá condições à inteligência, para que esta amplie os seus valores na pauta da sua existência, e recusa o que não lhe serve, por condições que já atingiu no avanço espiritual.
Toda herança é relativa, respeitando a posição do herdeiro na vida.
Consultando as grandes vidas na Terra, a razão certificar-nos-á dessa verdade.
Os Espíritos, mesmo os chamados primitivos, quando reencarnam em um meio mais evoluído, não assimilam o produto da educação oferecida, por não terem capacidade de entendimento na altura dos seus progenitores, das escolas e livros. A assertiva de que somos o produto do meio não encontra segurança nas leis da evolução. Podemos ser ou não esse produto, dependendo da faixa em que nos situemos, com aqueles com quem convivemos. E perguntamos: onde aprenderam os primeiros mestres? Qual a escola?
O aprendizado mais atuante surge das trocas de experiências entre pessoas e nações; entretanto, o surgimento do verdadeiro aprendizado das almas vem pelos processos de despertar das qualidades que, por vezes, dormem em todos os seres.
Daí é que dizemos, como já falaram todos os profetas, que Toda sabedoria vem de Deus. Todo amor parte da sua magnânima personalidade.
A ideia de Deus, na grande população indígena que viveu na Terra e da qual ainda resta uns poucos elementos, é uma prova irrefutável de que Ele existe e que não foi produto do meio. Foi revelação dos próprios Espíritos que circundavam e protegiam esses elementos, nas sequências evolutivas em que a vida os colocou.
Muitos dos senhores de engenho que dominaram o Brasil por muito tempo, alimentavam e divulgavam a ideia de que a vida terminava no túmulo e que escravos eram animais de carga. Todavia, mesmo de posse do poder da situação e da força, não tiravam dos cativos a crença da existência de Deus e das almas, que utilizavam nos batuques, os corpos dos sensitivos, para os animarem nas suas provações. Onde fica o produto do meio e da agressão?
Quanto mais sofre o Espírito, mais despertam suas qualidades espirituais, mais a verdade o conduz para os caminhos da luz!
Certamente que não vamos parar no exercício sublime da educação e da instrução em todas as faixas de vida e da vida, porque é nessa persistência humana e divina que fazemos a nossa parte, junto à já feita por Deus.
Os sentimentos íntimos que todos temos, quanto à imortalidade da alma e à existência de nosso Pai Celestial, foi a primeira coisa divina colocada em nossos corações espirituais pelas mãos do Criador, em forma de luz que nos ilumina a vida.
Essa certeza não se vende, não se dá, ninguém tira: é nosso patrimônio, que brilha em nós com alegria e esperança, a nos falar da felicidade eterna. A meta mais inteligente é educar e instruir. Por esses meios todos os talentos desabrocham e a vida para nós passa a ser uma vida em Cristo, na presença de Deus.




[1] Filosofia Espírita – Volume 1 – João Nunes Maia

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