O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem
consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa, ou é
subitamente transportado para o lugar aonde quer ir?
‒ Ocorrem ambas as
coisas. O Espírito pode, muito bem, se ele quiser, tomar conhecimento da
distância que percorre, mas essa distância pode desaparecer completamente,
dependendo da sua vontade e da sua natureza mais ou menos depurada.
Questão 90/Livro dos Espíritos
O melhor sinônimo que se
encontra para espírito é luz. Esta chama de vida pode percorrer distâncias
vertiginosas, sem perceber por onde passa, no entanto, se se dispõe a analisar
os pormenores dos caminhos, tem capacidade para isso, desde que a sua evolução
o permita. Tudo é possível, quando o espírito tem as condições de pureza
espiritual, e é neste sentido que Jesus desceu à Terra, em nome de Deus,
deixando o Evangelho como herança e esquema divino, para que pudéssemos
conquistar as qualidades de ouro, que são os dons imperecíveis da alma.
O espírito puro, quando deseja
fazer viagens longas no seio do universo, entra em preparo espiritual.
Desfaz-se dos invólucros mais grosseiros, aliando-se ao éter cósmico, onde
poderá deslizar com uma velocidade que, em se comparando à luz, esta não passa
de tartaruga. A mente humana não tem condições de analisar tal velocidade. Mas
ele nunca faz tais viagens por distração: sempre
a serviço do bem comum de todas as criaturas, ou em alto aprendizado espiritual.
Se deseja observar as belezas universais, pode fazê-lo; senão, a sua mente
poderosa o levará ao lugar idealizado, como se estivesse meditando, sem
perceber a grande viagem.
Os espíritos em viagens
interplanetárias sempre as fazem em grupos afins. O mesmo se dá com os homens
em viagens na Terra: gostam de fazê-las
em companhia de colegas com eles afinizados.
Não obstante, se na Terra há
inúmeras dificuldades para grandes viagens, estas também existem no mundo
espiritual, e com maiores problemas: não
pode faltar harmonia no que tange à mente de cada ser. A desarmonia mental
pode levá-los a ambientes desequilibrados, desviando-os das rotas desejadas. Em
muitos casos, os benfeitores espirituais costumam levar os seus tutelados em
certas viagens, quando estes atendem todas as normas dos seus guias
espirituais. Isso sempre acontece, favorecendo ao aprendizado dos discípulos.
Na verdade, são experiências deslumbrantes, sendo que todo esforço por parte do
candidato para merecê-las ainda é muito pouco em relação às belezas do
universo, que encantam e instruem, a nos mostrar o Criador palpitando em tudo
que tocamos e presenciamos.
Quantas civilizações existem em
uma só galáxia? Muitas e muitas, com diferenciações enormes, a nos mostrar como
Deus gosta das variedades: há mundos e
mundos com cambiantes diversos e policromia exuberante. A forma humana não
é uma só, como a que existe na Terra; também é variável. A beleza é o porte
elevado dos mundos superiores, sendo a simplicidade a tônica nas casas planetárias
de escala superior.
A Terra ainda está classificada
entre os mundos inferiores, pelos sentimentos inferiores dos homens. O homem,
em geral, é belicoso. As guerras são quistos encravados no planeta em que mora,
no entanto, são reflexos dos pensamentos da própria humanidade. O Cristo,
podemos dizer, foi um sol que despontou nas sombras do mundo, para libertar os
homens de todas as calamidades, mas eles ainda não entenderam o Seu verdadeiro
amor para com seus destinos. Ele deixou os recursos para banirmos o monstro das
incompreensões e fazermos desaparecer o ódio de todos os povos: o Evangelho, como facho de luz. E os
homens ainda não entenderam o objetivo desse legado santo, com a força da
santidade de Deus.
Aquele que viver os preceitos do
Senhor, poderá viajar em todas as direções do universo sem, contudo, sair do
corpo, gozando a felicidade do seu íntimo.
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