sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A RAZÃO E O DEVER[1]



As reclamações a respeito de dificuldades são comuns entre nós, os habitantes deste bendito planeta.
De forma aberta ou velada, incontáveis de nós damos a entender que nos consideramos injustiçados pela vida.
Acreditamos merecer mais do que temos.
Alguns desejaríamos ter esposas ou esposos mais compreensivos. Gostaríamos que nossos filhos fossem mais estudiosos e comportados.
Apreciaríamos dispor de mais salário e menos trabalho.
Reclamamos das agruras da profissão.
Consideramos qualquer dificuldade, física ou moral, sumamente injusta.
Doenças são uma catástrofe imerecida, problemas financeiros representam um desastre perverso.
É comum falarmos do desejo de jogar tudo para o alto e sumir.
Como bem poucos fazemos isso, temos aí um certo sinal de maturidade.
Entretanto, a real maturidade se revelaria ao assumirmos a própria realidade, tal qual se apresenta, sem reclamações.
A Lei Divina é perfeita e cuida de todos.
No mundo há homens injustos, mas não injustiçados.
Sempre temos, em qualquer drama, um processo de retificação e aperfeiçoamento.
Contudo, vítimas injustiçadas a rigor não existem no mundo.
Nas situações mais dolorosas, há uma matriz no passado, a clamar por correção.
A vida é inesgotável, ninguém jamais escapa dela ou consegue enganar suas regras de equilíbrio.
Assim, importa prestarmos muita atenção nos próprios deveres.
A razão se ilumina pela reflexão a respeito da justiça e da bondade divinas.
Sendo Deus sumamente justo dá a Seus filhos o que merecem e precisam.
E também manifesta por eles grande desvelo, na figura de moratórias e oportunidades de utilização do bem para retificar o mal.
Tudo isso se mostra coerente com o Deus bom, o Pai, desvelado aos homens por Jesus.
O Deus bom que faz se levantem as ondas e soprem os ventos. Que oferece a brisa leve nos dias de calor e os raios do sol para aqueles de frio.
O Deus de amor que tudo vê, tudo sabe, tudo providencia.

* * *

Com a razão esclarecida por essas reflexões, procuremos encarar nossos deveres de modo positivo.
O trabalho não é um castigo, mas uma forma de sermos úteis ao progresso coletivo.
Não busquemos folgas demais, para não gastarmos mal o precioso tempo que a misericórdia divina nos oferece.
Vejamos nos irmãos de trato difícil nossos credores de erros do pretérito.
Agora, mais dignos e maduros, temos condições de amparar, compreender e perdoar.
O dever mais elementar entre os homens reside na fraternidade. Procuremos, portanto, nos amparar mutuamente.
Afinal, estamos todos a bordo da mesma grande nave mãe, chamada planeta Terra.
Nosso exemplo de conduta digna pode ser um farol nas existências dos que nos rodeiam.
Identifiquemos em cada crise uma chance de nos superarmos.
Se a vida nos exige certos tributos, podemos e devemos dá-los.
Submetamo-nos aos desígnios superiores e façamos o nosso melhor.
O dever bem cumprido é o nosso passaporte para a felicidade.
Pensemos nisso.


Redação do Momento Espírita

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