As reclamações a respeito de
dificuldades são comuns entre nós, os habitantes deste bendito planeta.
De forma aberta ou velada,
incontáveis de nós damos a entender que nos consideramos injustiçados pela
vida.
Acreditamos merecer mais do que
temos.
Alguns desejaríamos ter esposas
ou esposos mais compreensivos. Gostaríamos que nossos filhos fossem mais
estudiosos e comportados.
Apreciaríamos dispor de mais
salário e menos trabalho.
Reclamamos das agruras da profissão.
Consideramos qualquer
dificuldade, física ou moral, sumamente injusta.
Doenças são uma catástrofe
imerecida, problemas financeiros representam um desastre perverso.
É comum falarmos do desejo de
jogar tudo para o alto e sumir.
Como bem poucos fazemos isso,
temos aí um certo sinal de maturidade.
Entretanto, a real maturidade se
revelaria ao assumirmos a própria realidade, tal qual se apresenta, sem
reclamações.
A Lei Divina é perfeita e cuida
de todos.
No mundo há homens injustos, mas
não injustiçados.
Sempre temos, em qualquer drama,
um processo de retificação e aperfeiçoamento.
Contudo, vítimas injustiçadas a
rigor não existem no mundo.
Nas situações mais dolorosas, há
uma matriz no passado, a clamar por correção.
A vida é inesgotável, ninguém
jamais escapa dela ou consegue enganar suas regras de equilíbrio.
Assim, importa prestarmos muita
atenção nos próprios deveres.
A razão se ilumina pela reflexão
a respeito da justiça e da bondade divinas.
Sendo Deus sumamente justo dá a
Seus filhos o que merecem e precisam.
E também manifesta por eles
grande desvelo, na figura de moratórias e oportunidades de utilização do bem
para retificar o mal.
Tudo isso se mostra coerente com
o Deus bom, o Pai, desvelado aos homens por Jesus.
O Deus bom que faz se levantem
as ondas e soprem os ventos. Que oferece a brisa leve nos dias de calor e os
raios do sol para aqueles de frio.
O Deus de amor que tudo vê, tudo
sabe, tudo providencia.
*
* *
Com a razão esclarecida por
essas reflexões, procuremos encarar nossos deveres de modo positivo.
O trabalho não é um castigo, mas
uma forma de sermos úteis ao progresso coletivo.
Não busquemos folgas demais,
para não gastarmos mal o precioso tempo que a misericórdia divina nos oferece.
Vejamos nos irmãos de trato
difícil nossos credores de erros do pretérito.
Agora, mais dignos e maduros,
temos condições de amparar, compreender e perdoar.
O dever mais elementar entre os
homens reside na fraternidade. Procuremos, portanto, nos amparar mutuamente.
Afinal, estamos todos a bordo da
mesma grande nave mãe, chamada planeta Terra.
Nosso exemplo de conduta digna
pode ser um farol nas existências dos que nos rodeiam.
Identifiquemos em cada crise uma
chance de nos superarmos.
Se a vida nos exige certos
tributos, podemos e devemos dá-los.
Submetamo-nos aos desígnios
superiores e façamos o nosso melhor.
O dever bem cumprido é o nosso
passaporte para a felicidade.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita
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