A ectoplasmia, conhecida de modo
mais popular como fenômeno de materialização, pelos estudos e experiências
criteriosas realizadas há um século aproximadamente, ainda vem despertando o
mais expressivo interesse da área cientifica. Foi Charles Richet quem utilizou
a denominação diante das pesquisas realizadas em sua época.
A parapsicologia, com os conhecimentos dos
dias atuais, tem por obrigação fazer a abordagem da temática, no capitulo dos
fenômenos psi-theta. Devido à existência de inúmeros fatos, a ectoplasmia não
pode ser relegada ao desconhecimento ou mesmo à falta de interesse, como
desejam algumas posições sectaristas.
A ciência avalia os fenômenos de ectoplasmia
com desconfiança. Como todo fenômeno psi-theta, a ectoplasmia não pode ser
controlada de acordo com as diretrizes e vontade do pesquisador. Essa fenomenologia,
em que os agentes psi-theta (Espíritos) participam, é quase sempre fugaz, de
difícil abordagem e controle, pela presença de inúmeros fatores que se
desenvolvem em dimensão diversa daquela que a metodologia cientifica pode
avaliar e controlar.
Laboraram nestes fatos inúmeros pesquisadores,
dos quais lembramos: Albert Coste, em 1895; Alexandre Aksakof (1832-1903), em
1895; Paul Gibier (1851-1900), em 1898; William Crookes (1832-1919), em 1899;
Gabriel Delanne (1857-1926), em 1909 e 1911, e muitos outros.
Os autores são categóricos em afirmar a
inconteste existência dessa mecânica, na qual dois elementos entram,
indiscutivelmente, no processo: o ectoplasma e o agente orientador para que a
moldagem se observe. De um lado, a matéria ectoplásmica, fugaz e vaporosa e, do
outro, o campo organizador da forma (campo espiritual), as espessas do qual o
ectoplasma se distribui em adequada moldagem.
O vocábulo Ectoplasmia passa a definir com
mais precisão do que o termo materialização, a formação de objetos e pessoas em
ambiente apropriado, às expensas da substancia especifica doada pelos sensíveis
ou médiuns (ectoplasma; do grego ektós,
por fora; plasma, molde ou
substância). Devemos fazer diferença ente o termo ectoplasma empregado em
biologia – para designar a região mais interna do protoplasma celular – e o
significado parapsicológico do presente escrito.
O ectoplasma é substancia amorfa, vaporosa,
com tendência a solidificação pela evolução do fenômeno, tomando forma por
influencia de um campo organizador especifico. Facilmente fotografado, de cor
branco-acinzentado, vai desde a névoa transparente à forma tangível, de aspecto
semelhante aos tecidos vivos, oferecendo sensação de viscosidade e frieza.
O ectoplasma foi analisado por vários
pesquisadores, dos quais destacamos as seguintes conclusões:
o Dr.
V. Dombrowsky (Varsóvia); “O ectoplasma está constituído de matéria
albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não foram
encontrados amiláceos e açucares”.
o Dr.
Francês (Munique); “Substancia constituída de inúmeras células epiteliais,
leucócitos e glóbulos de gordura”.
o Dr.
Albert Scherenk-Notzing, citado por Charles Richet; “O ectoplasma está
cosntituido por restos de tecido epitelial e gorduras”.
o Dr.
Hernani G. Andrade; “O ectoplasma é substancia formada com recursos da
natureza, originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplasma) de origem animal
(ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasmal)”.
Muitos autores que analisaram a
substancia encontraram células anucleadas em sua constituição. O ectoplasma
seria substancia originária no protoplasma das usinas celulares, onde o ATP
(trisfosfato de adenosina) teria expressiva participação, ao lado de outros
elementos. Dessa forma, não podemos deixar de considerar a importância do
fósforo nas atividades bioquímicas orgânicas e, consequentemente, no
desenvolvimento do processo ectoplásmico em suas especificas dosagens.
No dizer do Professor Aldemar
Brasil:
Em síntese, o ATP –
que equivale por cada ligação piro-fosfática desgarrada de sua molécula, a mais
ou menos 7.500 kcal – é a unidade usada em biologia para expressar a
transferência de energia oriunda do ciclo de Krebs, e de outras fontes. No
ciclo de Krebs, também denominado de ciclo dos ácidos tricarboxílicos, a
energia é libertada pela transferência de elétrons para a cadeia respiratória,
provindos de substratos em que o hidrogênio é ativado, desgarrado e transportado
com seu elétron até o oxigênio, também atiçado ao receber esses elétrons,
formando-se, então, a água. Para tanto, no ciclo de Krebs, há processos de descarbonização,
desidrogenação etc., operados por enzimas especificas ativadas por coenzimas
determinadas.
Qual o mecanismo criativo do
eclotoplasma na organização do agente doador (sensível ou médium)? Claro que
seria uma condensação energética apropriada transformando-se em matéria. A
informação de André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade”, é bastante lógica e
sensata:
O ectoplasma resulta
de um processo de desagregação molecular formado por forças desconhecidas, ao
mesmo tempo em que o fenômeno fica sob controle de campos de forças
organizadoras capazes de reagrupar as moléculas segundo um modelo determinado.
O fenômeno de ectoplasmia, é
preciso que se diga, é fenômeno de plasmagem e não de criação de matéria. A
plasmagem se dará às expensas da substancia (energia) fornecida pelo médium
que, pouco a pouco, atingirá o processo de condensação, voltando à sua fonte
por mecanismo inverso. Temos como certo, também, que o ectoplasma é substancia
que, além de fornecida pela organização humana (médium), será plenamente
enriquecida (completada) com outros elementos da natureza, provindos dos
vegetais e de outras matérias orgânicas de origem animal, numa especifica
arregimentação.
Os chamados processos de ectoplasmia investem
complexa mecânica, de difícil avaliação pelos atuais métodos que a ciência pode
oferecer. Para que o fenômeno seja observado e seja bem equacionado, haverá
necessidade de lembrarmos o conceito de Claude Bernard de que na usina celular
opera-se a totalidade dos fenômenos vitais, muitos dos quais transcendem a
avaliação pelos nossos sentidos. A maioria desses fenômenos bioquímicos, mormente
de esfera da ectoplasmia, estaria ligada aos compostos fosforados e suas
correlações com as enzimas e hormônios.
No núcleo celular existiriam fontes
específicas de energia, ligadas ao ADN e ARN (ácido desoxirribonucleico e ribonucleico),
a comandarem os processos metabólicos mais expressivos no soalho
protoplasmático. O elemento participante ativo desse processo de formação de
energias no corpo celular seria o ATP (trifosfato de adenosina), resultante do
ciclo de Krebs. O ATP, sendo a fonte primordial de energia nos processos
celulares, estaria comprometido na formação do ectoplasma. Esse processo de
doação do ATP traduziria uma “qualidade especifica” do médium na manifestação
da fenomenologia paranormal de efeitos físicos.
Haveria, neste caso, por intermédio das
organizações celulares, uma maior irradiação dessas energias, que se tornariam
mais expressivas nas reuniões destinadas a esse tipo de trabalho. Isto
mostraria a influencia dos participantes da equipe (encarnados e desencarnados)
concorrendo no maior fornecimento da substancia ectoplasmática por parte dos
que apresentam essa possibilidade. Quando a quantidade de substancia
irradiativa fosse bem expressiva, já fora da fonte de origem, poderiam
mostrar-se sob forma gasosa visível (nuvem), por um processo de condensação,
constituindo material especializado e com possibilidade de aproveitamento nos
mecanismos em pauta.
No denominado passe energético, muito
utilizado nas casa espíritas sob forma de fluidoterapia, acreditamos que esses
elementos de irradiação, devidamente elaborados pelo psiquismo, carregam em seu
bojo quase que especificamente energias originárias no ATP da usina celular.
Ainda mais, este material de doação energética, passando à dimensão física por
condensação, poderá ser aproveitado pelas Entidades Espirituais na vestidura de
seus campos de forças nos trabalhos especializados da ectoplasmia.
Assim, essa substancia, o ATP, deverá fazer
parte do ectoplasma e, à medida que o processo se desenvolve por condensação,
vai oferecendo as naturais modificações químicas pela queima da molécula
fosfórica que permitiria a ectoplasmia luminosa; por tudo, podemos avaliar a
importância do fósforo, em suas múltiplas combinações, no mecanismo da
ectoplasmia.
Esclarecemos que o processo da
Ectoplasmia revelando o aparecimento de um ser humano (Espírito envolto no
ectoplasma) não representa exclusivamente a vestidura com ATP. Haveria na massa
ectoplásmica, em sua constituição, pelo alto teor de energias que carrega
consigo, outros elementos orgânicos das próprias células ou mesmo substancias
arrecadadas na natureza, em especificas reações químicas às expensas de equipes
espirituais que participem do processo.
Chepelle descobriu que o mecanismo de emissão
de luz dos pirilampos (vaga-lumes) estaria ligado a uma enzima, a luciferase,
quando oxidada pela luciferina. Neste mecanismo, não haveria participação ativa
do ATP celular? Não existiria, neste processo, uma correlação, pela reações
afins, de doação de energias embora em degrau bioquímico diverso, com a
mecânica da ectoplasmia?
Na ectoplasmia, a bioquímica seria mais
avançada, e deverá existir uma participação toda especial das camadas profundas
do psiquismo do doador, sem que a vontade e o raciocínio da zona superficial ou
consciente possam interferir. Isso não quer dizer que a zona do inconsciente ou
espiritual do doador ou médium seja a responsável pelo processo ectoplásmico,
mas uma zona orientadora dos mecanismos psicológicos e parapsicológicos.
Só haverá ectoplasmia de um ser humano quando
o campo inteligente do agente psi-theta, ou campo espiritual, comandar o
processo. O inconsciente ou psiquismo de profundidade do médium dirige o seu
próprio metabolismo e quimismo, mas nunca a moldagem externa do objeto. A
substancia ectoplasmica, ao definir a morfologia humana, terá que sofrer a
influencia orientadora dos vórtices inteligentes do agente modelador que, de
acordo com a necessidade e possibilidade, traduziu o processo de modo parcial
ou total, a fim de atingir a sua finalidade.
As variedade de ectoplasmia são inúmeras e com
tonalidades especificas. Existem moldagens tão marcantes da parte do doador
(médium) que o campo modelador não consegue efetivar com precisão as suas
próprias características, mostrando semelhança com o corpo do médium; é como se
o médium reforçasse o mecanismo com substancia pré-moldada, isto é, como se o
seu corpo astral (matéria orgânica especifica irradiante) fosse projetado na
massa ectoplasmica em processamento. Isso tem criado muita celeuma quanto à
validade do processo. Aqui não cabe a discussão do problema.
Além das variedades parciais ou totais, a
ectoplasmia poderá ser opaca ou luminosa. Neste ultimo caso, pela iluminação da
forma em exposição devido à queima do fósforo, será apreciada com detalhes,
pela nossa visão, a aparição. Sabemos que os processos de ectoplasmia, em sua
maioria, necessitam da ausência de luz branca para a sua realização; esta como
que desorganiza o processo, o que não acontece com a faixa luminosa do
vermelho, até recomendado nas câmaras de ectoplasmia.
Concluindo, a ectoplasmia encontraria no ATP
das células umas das substancias especificas paras as próprias moldagens. E
estas só seriam possíveis com a presença do campo-organizador-orientador do
agente psi-theta ou Campo Espiritual.