Os sofrimentos e as doenças compõem a lista das provas e das
vicissitudes da vida terrena e são inerentes à grosseria da natureza material
da Terra e à imperfeição moral do homem. Nos orbes mais avançados, física ou
moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está
sujeito às mesmas enfermidades da Terra.
Sob o ponto de vista espírita, analisamos as doenças usualmente como
espelhos dos distúrbios psicossomáticos. Tanto a medicina quanto a psicologia
estão percebendo que não existe separação na inter-relação da mente e do corpo
que transitam nos múltiplos contextos da vida social, familiar, profissional e
pessoal. Ademais, há, sem dúvida, distintas ocasiões em que as “enfermidades”
do corpo são convocadas para “curar” as ulcerações da “alma”.
“Mens sana in corpore sano”, ou seja, “mente sã num corpo são” é uma
referência atribuída ao poeta romano Juvenal. A intenção do autor foi lembrar
àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações ingênuas, ao passo que
tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Podemos
proferir que a frase de Juvenal é uma afirmação de que somente uma mente sadia
pode produzir ou sustentar um corpo saudável.
É verdade! As células do nosso organismo se alimentam do mesmo teor das
nossas vontades, pensamentos e desejos. Tudo que se passa na mente se passa no
corpo. As doenças nascem não só do descuido com o corpo, mas principalmente da
negligência sobre a nossa forma de pensar. A invasão microbiana comumente está
vinculada a causas espirituais que fragilizam a imunidade biológica; assim
sendo, as doenças nascem da mente desorganizada. E dentre os causadores de
doenças estão a raiva, a mágoa, as frustrações, o rancor, a inveja, o
sentimento de culpa.
Nossas imperfeições morais provocam naturalmente os sofrimentos e as
moléstias do corpo físico. As emoções malsãs atingem imediatamente o corpo
físico, que serve como um dreno por onde escoam essas potências negativas.
Muitas vezes os acúmulos de emoções não escoam, não fluem; ficam presos ao
corpo físico e se manifestam em algum órgão em forma de grave doença.
Somos livres para fazermos o que quisermos, mas também somos os
responsáveis pelos atos que originam consequências naturais. Recebemos da vida
aquilo que à vida oferecemos. Colhemos o que plantamos, pois os nossos males
morais são provocados por nós mesmos; daí compete somente a nós modificá-los, a
fim de que a doença não se instale em nossa vida como teste compulsório contra
os desvios de conduta.
Os mecanismos de causa e efeito não têm caráter punitivo, mas
educativo. Enquanto permanecermos na imperfeição moral o sofrimento e as
doenças serão reflexos naturais das nossas livres escolhas, convidando-nos para
as obrigações de esforços do aperfeiçoamento espiritual a fim de refazermo-nos
conosco mesmos.
Em resumo, ainda que sob o tacão das provas e expiações, somos e sempre
seremos herdeiros de nós mesmos, pois encontramo-nos em processo de crescimento
interior na busca da auto iluminação, que é o destino do qual nenhum de nós
consegue escapar.
Fonte: A Luz na Mente
Sensacional este texto. Perfeito
ResponderExcluir