(1820 - 1873)
Este grande paladino do
Espiritismo foi um grande trabalhador das primeiras horas do Espiritismo, um
grande pesquisador da alma e que teve também as suas obras queimadas na Espanha
pela Santa Inquisição no dia 9 de outubro de 1861 no conhecido AUTO-DE-FÉ EM
BARCE-LONA.
O Barão Luís Guldenstubbé, que
deixou a vida em 27 de maio de 1873, na sua residência, em Paris, 29 Rua de
Trévise, aos 53 anos de idade, foi conhecido principalmente por suas
investigações e experiências em pneumatografia. De origem sueca, pertencia a
antiga família escandinava, de nomeada histórica, tendo dois dos seus
antepassados do mesmo nome sido queimados vivos, em 1309, na companhia de
Jaques de Molav, por ordem do Papa Clemente IV.
O Barão passava uma vida
retirada, em companhia de sua virtuosa irmã. Sua memória é afetuosamente
respeitada por sua conduta nobre, urbana e benévola e por seus numerosos atos
de modesta caridade. Dedicou-se mais às experiências da escrita direta, na
França onde obteve em 13 de agosto de 1856, o primeiro sucesso nessa modalidade
de comunicação espírita. Escreveu o livro intitulado "La Réalité des
Spirites et de leurs Manifestations" (A Realidade dos Espíritos e de suas
Manifestações). E também a obra Pensées d'outre-tombe (1858).
Em poucos anos de trabalhos
experimentais, o Barão obteve um número considerável de escrita direta, algumas
obtidas sem o auxílio de lápis, papel ou ardósia. Os próprios espíritos
comunicantes transportavam o material necessário para a obtenção das mensagens.
Dizia ele:
Esses fenômenos estão
agora firmados sobre a base sólida dos fatos, permitindo que de ora em diante
consideremos a imortalidade da alma como um fato científico, e o Espiritismo
como uma ponte lançada entre este mundo e o Invisível.
Escrita Direta
O Barão de Guldenstubbé foi o
primeiro que obteve, na França, a escrita direta. Eis como ele relata o fato
(“La Réalité des Esprits”, págs. 66 e 67):
Em um belo dia (1.º
de Agosto de 1856), veio-lhe o pensamento de experimentar se os Espíritos
podiam escrever diretamente, sem o auxílio de um médium. Conhecendo a escrita direta
misteriosa do Decálogo, segundo Moisés, a escrita igualmente direta e
misteriosa na sala do festim do Rei Baltasar, segundo Daniel, e tendo ouvido
falar dos mistérios modernos de Straford, na América, onde se acharam certos
caracteres ilegíveis e estranhos traçados num pedaço de papel e que não
pareciam provir dos médiuns; o autor quis certificar-se da realidade de um
fenómeno cujo alcance seria imenso, se fosse verdadeiro.
Colocou, portanto,
uma folha de papel em branco e um lápis aparado dentro de uma caixinha fechada
a chave, guardando sempre essa chave consigo e a ninguém dando parte da sua
experiência. Durante doze dias esperou inutilmente, sem observar o menor traço
de lápis no papel; mas, a 13 de Agosto de 1856, o seu espanto foi grande quando
notou certos caracteres misteriosos no papel; apenas sucedeu tal fato, e ele
repetiu por dez vezes a experiência no mesmo dia, para sempre memorável,
colocando, no fim de cada meia hora, uma nova folha de papel em branco na
caixinha. A experiência foi coroada de êxito completo.
No dia imediato, 14
de Agosto, fez de novo umas vinte experiências, deixando a caixinha aberta e
não a perdendo de vista; viu, então, que caracteres e palavras na língua Estônia
formavam-se ou eram gravadas no papel, sem que o lápis se movesse. Desde então,
vendo a inutilidade do lápis, cessou de pô-lo sobre o papel; e, colocando
simplesmente uma folha de papel dentro de uma gaveta, em sua casa, obteve
também comunicações”. (No fim da obra do Barão encontram-se fac-símiles dessas
escritas).
O Barão de Guldenstubbé repetiu
a experiência em presença do Conde d’Ourches, e este obteve uma comunicação de
sua mãe, cuja assinatura e letra foram reconhecidas como autênticas, quando
comparadas com as dos autógrafos que o Conde possuía.
Esses primeiros ensaios foram
seguidos de muitos outros, e o autor adquiriu a certeza de não ser ele quem
escrevia em estado sonambúlico, como julgou a princípio.
Gabriel Delanne
O Fenômeno Espírita
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