Jorge Hessen
Se compreendêssemos melhor os
mecanismos das Leis divinas, que não estão contidas nos livros nem nas
instituições religiosas, mas na própria consciência, evitaríamos infortúnios,
ambições e desonras que definitivamente não estariam em nosso roteiro. Precisamos
refletir as Leis de Deus, a fim de nos conscientizarmos sobre seus mecanismos,
que desfecha tanto reparações (reeducações), quanto bonificações
surpreendentes, sempre justas, judiciosas e controladas pela própria
consciência autônoma (livre arbítrio), as quais expressam a resposta da
Natureza, ou da Criação, contra a desarmonia constituída ou submissões aos
códigos divinos inscritos na consciência do homem em seus suaves aspectos.
Nos estatutos de Deus não há
espaço para “punições”. Ninguém está sujeito ao império estranho do “castigo”,
pois este também não existe. Os altivos regulamentos do Criador, que estão
inscritos na própria consciência, demonstram que a semeadura rende sempre
conforme os propósitos do semeador. Ora, em verdade, a cada um a vida responde
conforme seus esforços ou não de autoaperfeiçoamento moral; portanto, não há
exceções para ninguém. Por essa razão, fazer o bem determina o bem; demorar-se
no mal gera a aflição. Por isso, importa a disciplina individual e coletiva,
tão necessárias ao equilíbrio e harmonia da Humanidade.
O principal meio de modificar
para melhor o resultado das nossas ações reside no controle das nossas
vontades, pensamentos, palavras e ações, pois à medida que nos conhecemos
melhor, reduziremos ou modificaremos as desarmonias de consciência e seremos
mais independentes para decidir sobre nosso destino.
Após a desencarnação permanecem
os resultados de todas as imperfeições que não conseguimos melhor graduar na
vida física. A Lei divina da consciência sobre si mesmo institui que felicidade
e desdita sejam reflexos naturais do grau de pureza ou impureza de cada um. A
maior felicidade reflete a harmonia com essas leis, enquanto a desatenção aos
próprios desejos causa sofrimento e privação de alegria. Portanto, todo
crescimento moral alcançado é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.
Toda imperfeição, assim como
toda falta dela decorrente, traz consigo o próprio sofrimento, inerente natural
e inevitável da Lei “interna”. Assim, a moléstia retifica os excessos e da
ociosidade nasce o tédio, sem que haja imposição externa de “punição” ou
condenação especial para cada falta ou indivíduo.
Fonte: A Luz na Mente
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