Joanna de Ângelis
A calúnia vil se origina
comumente na suspeita sórdida.
O incêndio que lavra com
voracidade é fruto, às vezes, de uma fagulha indisciplinada.
A cólera devastadora surge, não
raro, da contínua irreflexão.
A seara feliz tem começo no
grão.
O gesto estóico que salva vidas
nasce na piedade fraternal.
A molécula, o átomo, a célula de
tão insignificante aparência são, no entanto, os elementos básicos encontrados
em toda parte.
Também a gota de leite e o
bálsamo medicamentoso, o trapo e a moeda singela, o alfabeto e o Evangelho
ofertados lentamente aos que transitam pelos caminhos do mundo, de pequena
monta, são essenciais à felicidade de todos.
A tolerância, também, aplicada
indistintamente entre todos e em qualquer lugar, é lição viva de fé e elevação,
que não pode ser desdenhada.
Tolerância, no entanto, não
significa conivência.
Desculpar o erro não é concordar
com ele.
Entender e perdoar a ofensa não
representa ratificá-la.
Indispensável não entrar em área
de atrito, quando podes contornar o mal aparente a favor do bem real.
Tolerância é caridade em começo.
Exercitando-a, em regime de continuidade, defrontarás com os excelentes
resultados do bem onde estejas, com quem convivas.
Condescendência para com os
direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, seguindo os mesmos
caminhos de todos com atitude correta na busca dos alvos dignificantes, é relevante
testemunho de tolerância.
Jesus, o perene Instrutor,
convidado a pagar o tributo, aquiesceu, elucidando: “para os não
escandalizarmos”, cumprindo, assim, com os deveres junto a César para melhor
desincumbir-se dos sublimes compromissos para com Deus.
[1] Convites da
Vida - Joanna de Ângelis / Divaldo
Pereira Franco
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