sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Convite à Tolerância[1]


 
Joanna de Ângelis
 

A calúnia vil se origina comumente na suspeita sórdida.
O incêndio que lavra com voracidade é fruto, às vezes, de uma fagulha indisciplinada.
A cólera devastadora surge, não raro, da contínua irreflexão.
A seara feliz tem começo no grão.
O gesto estóico que salva vidas nasce na piedade fraternal.
A molécula, o átomo, a célula de tão insignificante aparência são, no entanto, os elementos básicos encontrados em toda parte.
Também a gota de leite e o bálsamo medicamentoso, o trapo e a moeda singela, o alfabeto e o Evangelho ofertados lentamente aos que transitam pelos caminhos do mundo, de pequena monta, são essenciais à felicidade de todos.
A tolerância, também, aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar, é lição viva de fé e elevação, que não pode ser desdenhada.
Tolerância, no entanto, não significa conivência.
Desculpar o erro não é concordar com ele.
Entender e perdoar a ofensa não representa ratificá-la.
Indispensável não entrar em área de atrito, quando podes contornar o mal aparente a favor do bem real.
Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a, em regime de continuidade, defrontarás com os excelentes resultados do bem onde estejas, com quem convivas.
Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, seguindo os mesmos caminhos de todos com atitude correta na busca dos alvos dignificantes, é relevante testemunho de tolerância.
Jesus, o perene Instrutor, convidado a pagar o tributo, aquiesceu, elucidando: “para os não escandalizarmos”, cumprindo, assim, com os deveres junto a César para melhor desincumbir-se dos sublimes compromissos para com Deus.




[1] Convites da Vida - Joanna de Ângelis / Divaldo Pereira Franco

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