Nascido em Caiteté, Estado da Bahia,
no dia 9 de janeiro de 1884, e desencarnado em Campinas, Estado de São Paulo,
no dia 18 de janeiro de 1956.
Transferindo sua residência para
Campinas, no Estado de S. Paulo, ainda bastante jovem, fez ali os seus estudos
de curso superior. No ano de 1907 formou-se pela Faculdade de Odontologia de S.
Paulo, e bem mais tarde cursou a Faculdade de Medicina Hahnemaniana, do Rio de
Janeiro, colando grau na turma de 1920.
Foi diretor-tesoureiro do
prestigioso jornal campineiro "Correio Popular" e pertencia à
diretoria do Sanatório S. Isabel, onde desempenhou o cargo de vice-presidente e
fazia parte do seu corpo clínico.
Espírita de convicções
profundas, o Dr. Souza Ribeiro tornou-se um dos grandes propagandistas da
Doutrina dos Espíritos, nos países de fala portuguesa. Desde a mocidade
empolgou-se com os ensinamentos contidos nas obras de Allan Kardec e jamais
esmoreceu no campo da divulgação, dedicando apreciável parcela de sua vida à
difusão e vivência da Terceira Revelação.
Tornou-se abalizado
conferencista e percorreu elevado número de cidades do Estado de S. Paulo, onde
fez vasta sementeira dos ensinamentos doutrinários. Na propaganda do
Espiritismo através da imprensa, tornou-se também um paladino.
Manteve acerbas polêmicas
doutrinárias através de jornais do interior paulista e de outros Estados. "Revista Internacional de
Espiritismo", "O Clarim", "Reformador" e outros órgãos
da imprensa espírita, acolheram, durante cerca de meio século, a colaboração
ininterrupta do Dr. Souza Ribeiro, pois na realidade ele havia se tornado um
dos mais animosos pregadores das verdades imorredouras da Doutrina dos
Espíritos. Profundo conhecedor de toda a literatura espírita, ele sabia
argumentar com clareza e elegância, demonstrando uma erudição inigualável.
Numerosos artigos de sua
autoria, de índole filosófica, foram divulgados pelo "Correio
Popular", onde também fez publicar grande número de poesias, o mesmo
aconteceu com a "Folha da Manhã", de S. Paulo.
O seu nome tornou-se assaz
conhecido em todos os quadrantes de Campinas. É que, dentista e médico, jamais
encarou essas profissões apenas como fonte de renda. Ele sabia praticar o bem,
enquadrando-se dentro da orientação evangélica que prescreve a necessidade de a
"mão esquerda não ver o que a direita faz".
Souza Ribeiro foi um homem de
caráter incorruptível. A sua formação moral era das mais rígidas, fazendo da
franqueza e da coragem de atitudes os fundamentos de sua personalidade inconfundível.
Jamais se amoldava a conveniências e preconceitos.
Temperamento de luta, o seu
pensamento era reproduzido sem reticências. Não tergiversava com a verdade e
não aplicava eufemismos nas palavras que proferia ou que escrevia.
Embora eloquente na defesa de
suas ideias e pontos de vista, sabia, no entanto, respeitar sempre o
adversário, nunca guardando ódio ou ressentimentos. A sua linha de conduta era inquebrantável,
a sua palavra era sempre respeitada, fazendo com que ele se tornasse, de
direito e de fato, um homem de índole efetiva, de caráter sem interstícios e,
acima de tudo, de objetivos certos e determinados.
Quando do sepultamento do corpo
de Cairbar Schutel, o apóstolo de Matão, no dia 31 de janeiro de 1938, o Dr.
Souza Ribeiro foi um dos que proferiram discursos à beira do túmulo, enaltecendo
a personalidade marcante daquele grande pioneiro espírita.
João Simples, conhecido jornalista campineiro, quando da desencarnação
do Dr. Souza Ribeiro, publicou através do "Correio Popular" uma
crônica, da qual extraímos os seguintes tópicos:
"Mas quem foi, no
final das contas, Souza Ribeiro?
Uma potência do comércio,
um magnata da indústria, um político de evidência e prestígio, para que o seu
passamento fosse assim tão intensamente sentido em todos os cantos onde pulse um
coração humano? Nada disso, Souza foi, simplesmente, um Apóstolo do Bem. E,
como Apóstolo do Bem, um lutador incansável pela implantação, nas almas
entorpecidas por preconceitos errôneos e rançosos, dos verdadeiros ensinamentos
do Divino Mestre, tão claramente expostos nos Evangelhos e tão nefastamente deturpados
pelos cegos que não querem ver, pelos surdos que não querem ouvir. Sua única
arma, nas pelejas memoráveis que travou com adversários poderosos, não foi o
punhal da mistificação e da insídia: foi o escudo inquebrantável da Verdade do
Cristo, assimiladas das páginas sagradas do Novo Testamento!
Por isso venceu! Por isso
nunca foi vencido. Ele foi realmente um predestinado".
Souza Ribeiro escreveu: "A
Estigmatizada de Campinas" e "A Questão Religiosa na Rússia".
Nos derradeiros anos de sua fértil existência terrena, escreveu numerosas
poesias, a última delas no dia mesmo de sua desencarnação, a qual ele já havia antecipado
e da qual tinha plena consciência.
[1] Personagens do
Espiritismo - Antônio de Souza Lucena
e Paulo Alves Godoy
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