Nasceu no Arraial de Cepa Forte,
hoje Jandaíra, no Estado da Bahia, a 30 de setembro de 1891. Desencarnou na
cidade de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, no dia 22 de agosto de 1957.
Mais conhecido por Leopoldo
Machado, era filho do casal Eulélio de Souza Barbosa e Ana Isabel Machado
Barbosa.
Iniciou-se na Doutrina Espírita
pelas mãos abençoadas do inolvidável apóstolo baiano José Petitinga, lá pelo
ano de 1915, tornando-se mais tarde, arauto da fé e do trabalho. Espírito de liderança,
Leopoldo Machado foi impulsionado às tarefas do bem e da verdade, vivendo a
Doutrina Espírita em toda a sua pujança.
Conheceu a Profa. Marília Ferraz
de Almeida com quem se uniu em matrimônio no dia 31 de dezembro de 1927. Dois
anos após o casamento, radicou-se na cidade de Nova Iguaçu (RJ), onde iniciou
uma tarefa espírita das mais meritórias, junto à sua idolatrada esposa.
Integraram-se no Centro Espírita "Fé, Esperança e Caridade", onde
tomaram a iniciativa, de construir a sua sede própria. Posteriormente
construíram o Albergue Noturno "Allan Kardec" e o "Lar de
Jesus", para meninas órfãs e abandonadas.
Em 1930, em arrojada iniciativa,
no terreno pedagógico, consagrou-se como legítimo educador na cidade de Nova
Iguaçu.
No dia 21 de abril desse mesmo
ano, inaugurava o "Colégio Leopoldo", hoje tradicional
estabelecimento de ensino, que contou com a colaboração de sua esposa Marília,
de sua cunhada Leopoldina Barros e do Almirante Paim Pamplona, ex-presidente da
Federação Espírita Brasileira.
Colégio que honra o magistério
particular, onde gerações inteiras da bela cidade fluminense e adjacências
têm-se plasmado intelectualmente nos cursos primário, ginasial, colegial,
técnico, comercial e normal. É atualmente considerado uma das melhores organizações
educacionais da baixada fluminense.
Jornalista, professor, escritor,
poeta, compositor, pregador e polemista, difundiu a Doutrina Espírita por todos
os meios e formas, merecendo o respeito dos adversários da Doutrina e a admiração
de todos os confrades. Apologista do "Espiritismo de Vivos", sem
fugir à pureza doutrinária, Leopoldo Machado incentivou as novas gerações a
pegar no arado com a criação das Mocidades Espíritas e das Escolas Espíritas de
Evangelização para Infância impulsionando, também, as Semanas Espíritas, as
Tardes Fraternas, os Simpósios, Mesas Redondas e os Congressos Espíritas. Realizou
o "milagre" de estar presente em quase todos os movimentos espíritas
confraternativos, percorrendo todo o Brasil, exaltando o Evangelho de Jesus e a
Doutrina dos Espíritos, como sendo a volta do Cristianismo redivivo, no seu
sentido mais puro, como era pregado na Casa do Caminho, logo após o sacrifício
de Jesus.
Em 1939, Deolindo Amorim levanta
a bandeira do I Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, o qual
contou com o integral apoio de Leopoldo Machado. Outros Congressos e outros movimentos
espíritas realizaram-se no intervalo de 1939 a 1948, destacando-se o I
Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, de 17 a 23 de julho de 1948. Foi
das mais belas e das mais proveitosas realizações espíritas de todos os tempos,
no sentido positivo da continuação de suas resoluções.
Pois, até hoje ainda se colhem
os frutos sazonados desse Congresso espetacular. O movimento espírita de hoje
em quase todo o Brasil, está quase que inteiramente nas mãos dos jovens de 1948
e de jovens que se integraram ao movimento espírita, incentivados pelos frutos
daquela magnífica epopeia que teve à frente Leopoldo Machado, Lins de
Vasconcelos, J.B. Chagas, Moreira Guimarães, Ruth Santana e tantos outros
idealistas.
Nesse mesmo ano Leopoldo Machado
tomava parte ativa no Congresso Brasileiro de Unificação, realizado na capital
de S.Paulo, de 31 de outubro a 05 de novembro. Em 1949, era convocado ao II
Congresso Pan-Americano realizado no Rio de Janeiro e também ao Pacto Áureo.
Percebendo a importância desses encontros, para a grandeza da Doutrina Espírita
no futuro, dentro de suas possibilidades, esteve sempre presente ajudando de
alguma maneira. Os mesmos espíritos que inspiravam o Pacto Áureo inspiraram a
"Caravana da Fraternidade", na qual tomaram parte: Leopoldo Machado,
Lins de Vasconcelos, Carlos Jordão da Silva, Francisco Spinelli, Ary Casadio e
Luiz Burgos Filho, cuja Caravana foi o coroamento do Pacto Áureo, o incentivo unificador
na formação do Conselho Federativo Nacional, sob os auspícios da Federação
Espírita Brasileira. Ao regresso da "Caravana da Fraternidade", o
êxito absoluto, com a adesão dos Estados do Norte e Nordeste do País à
unificação do Espiritismo em todo o território nacional. Leopoldo não parava; realizou
também a Primeira Festa Nacional do Livro Espírita, em homenagem ao "18 de
Abril", data magna de lançamento de "O Livro dos Espíritos", cuja festa tornou-se hábito em todo o
Brasil nas comemorações ao "Dia do Livro". Criou o Conselho
Consultivo de Mocidades Espíritas, na sede da antiga Liga Espírita do Distrito
Federal.
De sua bibliografia constam os
seguintes livros, entre profanos e espíritas — "Meus últimos Versos",
"Saudades", "Ideias e Iluminação" (poesia); "Prosa de
Caliban" e "Consciência" (contos); "Doutrina
Inglória", "Julga, Leitor, por ti mesmo", "Sensacional
Polêmica", "Pigmeus contra Gigantes" e "Guerra ao
Farisaísmo" (polêmicas); "Para o Alto", "Natal dos Cristãos
Novos", "Graças sobre Graças", "Caravana da
Fraternidade" e "Ide e Pregai" (crônicas); "Teatro
Espiritualista" 1ª. e 2ª. séries e "Teatro da Mocidade"
(teatro); "Uma Grande Vida" e "Caxias, eminente iguaçuano"
(biografias); "Cientismo e Espiritismo" (Doutrina); "Cruzada de
Espiritismo de Vivos" e "Observações e Sugestões" (roteiros);
"O Espiritismo é Obra de Educação", "Das responsabilidades
maiores dos Espíritas no Brasil", "Para a Frente e para o Alto",
"Nada lhe é no momento maior" e "Brasil berço da
Humanidade" (teses). São esses os seus livros publicados, sem se contar
vários outros em manuscritos e inéditos, inclusive a sua
"Autobiografia", que estão em poder de sua família, aguardando
publicação. Autor da "Canção da Alegria Cristã", de parceria com Oli
de Castro, compôs também inúmeras outras melodias espiritualizadas, para a
Mocidade e a Infância.
Leopoldo Machado acreditou na
força do moço, como mola propulsora para renovação de valores ao movimento
espírita; acreditou nos Congressos, nas Semanas Espíritas e nas Confraternizações,
como forma de promoção, porque foi o propagandista número um do Espiritismo.
Lutou tenazmente para desencastelar muitos espíritas, que só pensavam em termo
de suas Instituições, porque acreditava que o Espiritismo é Luz, é o Sol que no
futuro próximo iluminará toda a Humanidade.
Lutou pela renovação de valores
e de conceitos, sem fugir aos ditames da Codificação Kardequiana, quando o
próprio Allan Kardec, afirmou: — "O Espiritismo disse a primeira palavra e
jamais dirá a última, porque acompanhará o progresso, para todo o sempre".
Ele caracterizou-se pela fé viva de seu idealismo cristão, viveu a Doutrina com
todo o seu amor e intrepidez de ânimo; franco, leal, sincero e audaz. Foi essa
a figura personalíssima de Leopoldo Machado.
[1] Personagens do
Espiritismo - Antônio de Souza Lucena
e Paulo Alves Godoy