sexta-feira, 5 de maio de 2017

Necessidade e Dificuldades na Prática da Reforma íntima[1]


 
Cairbar Schutel


O processo de reforma íntima desgasta e fere o pundonor do encarnado, transformando-o em joguete da falência da garbosidade de seu sentimento de superioridade, inato, natural e, por vezes, inconsciente.
Não deixa ela de ser, por isso, essencial e crucial na jornada por que passa o Espírito no plano físico.
Seu lado amistoso e geralmente desconhecido é constituído da purificação do âmago do indivíduo e da possibilidade dele sentir a felicidade tão almejada em esfera tão precária.
São os pensamentos do encarnado que o aproximam ou o afastam de Deus, em maior ou menor grau, com maior ou menor duração.
Quanto maior sua paz interior, enorme a possibilidade de estar harmonizado com a Superioridade Divina; quanto maiores forem os seus distúrbios psicológicos ou as perturbações psicossomáticas, crescentes lhe serão as influências negativas do plano inferior da vida.
Higidez física e mental: meta do ser humano.
O equilíbrio é indispensável para que o encarnado, devedor que é por natureza, enfrente os obstáculos da sua trilha no plano físico e seja bem sucedido na sua oportunidade reencarnatória.
Para alcançar a reforma íntima, deve o ser humano cultivar a vontade firme e consciente de que ela é o melhor instrumento que possui para ser mais feliz e vencer tanto na caminhada material quanto na espiritual, paralelas que são.
O livre-arbítrio é o artífice do seu empreendimento, mestre dos seus passos, mentor do seu discernimento. Pode ser herói ou vilão, salvador ou algoz, benéfico ou maligno.
Por isso é livre e para tal é arbítrio. É o comando de vida entregue por Deus nas mãos de cada homem.
Lutar ou não? Essa indagação muitos encarnados se fazem a fim de avaliar a utilidade do complexo empreendimento da reforma íntima.
O sofrimento lhes será inevitável, pois os seus conflitos internos estarão em ebulição e não bastará a aparência para concretizar verdadeiramente qualquer modificação substancial.
Um dos primeiros entraves a ser removido é a ausência ou a dormência da autocrítica. As pessoas, de um modo geral, julgam-se isentas de avaliações ou se concedem o benefício da dúvida, o que dificulta ou impede o reconhecimento dos seus erros e dos desvios de toda ordem, muitas vezes a movimentá-las com frequência no cotidiano.
Não que todos os seres humanos considerem-se perfeitos. Expressam aos outros que não o são, por certo; intimamente, porém, acham que são menos errados que o seu vizinho, portanto, mais perfeitos que o próximo. Aí está a chave inicial do insucesso na reforma íntima.
A persistência do indivíduo no descobrimento dos próprios defeitos ampliará consideravelmente o âmbito de possibilidades de êxito. Somente quem sabe os males que possui, pode curá-los. A ignorância é um sério entrave na renovação interior.
Forças negativas produzem reações similares. Cultivar maus sentimentos, portanto, cria um universo contraproducente ao encarnado.
Abrindo o coração para o bem, estará tecendo condições para um envolvimento positivo e, com isso, surgirá a possibilidade de ouvir críticas e estabelecer o diálogo acerca dos problemas que cercam sua personalidade e seu modo de agir.
Após ter assimilado o processo de autocrítica, o segundo passo será agir com sinceridade. De nada adianta enganar-se na reforma íntima, porque se assim o fizer ela não será autêntica.
A sinceridade prevê a vontade de ouvir críticas para poder solucionar problemas, não com o sentido de retorsão ou revanche.
Quem critica pode estar ou não no mesmo processo. Se estiver, sua censura será fraterna, com o objetivo de esclarecer e não de ferir, tendo por pressuposto a mansuetude e o amor, príncipe dos sentimentos cristãos. Caso não esteja, ainda assim, será a objeção recebida com naturalidade e incidirá o perdão sobre aquele que não soube expressar-se ou mesmo assacou uma inverdade.
Uma terceira dificuldade a ser enfrentada é a bagagem secular de erros e mazelas que o Espírito traz consigo ao longo do seu processo evolutivo. São fatores determinantes para a sua maior ou menor resistência ao processo de reforma íntima.
Não se trata de uma desculpa, nem de uma justificativa excludente, mas somente de mais um entrave na sua luta por um progresso interior.
Obstáculo implacável constitui o maior ou menor desapego aos valores cristãos. Sem fé, não há força interna que seja capaz de levar o encarnado ao áspero combate que irá travar consigo mesmo, visando produzir, com eficácia, a sua reforma íntima.


[1] Fundamentos da Reforma Íntima – Psicografado por Abel Glaser

2 comentários:

  1. Belíssima foto e muita apropriada para o tema. Metamorfose, transformação, fases. Assim é a reforma íntima, um processo belíssimo e intenso como o da metamorfose da borboleta.
    Mas é preciso ter clareza que a paz interior e a harmonização que nos aproximam do Divino, não podem ser obtidas se permanecemos na fase do casulo, protegendo-nos de sentimentos e emoções que nos completam e nos causam felicidade. O casulo precisa ser rompido e as asas liberadas. Esse processo não nos afasta da reforma íntima que temos que executar. Obrigada pelo texto e pela oportunidade de pensar à respeito do tema.
    Maria marialudo05@gmail.com

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  2. Por que o sistema não aceita o meu endereço de email? marialudoO5 (zero5)

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