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Existem muitos “confrades” que,
declarada ou veladamente homofóbicos, são intolerantes à homossexualidade e/ou
qualquer sentimento/relacionamento homoafetivo. Obviamente, para um povo
místico, preconceituoso e homofóbico que até hoje vê com esguelha um casal inter-racial,
não seria diferente com a união estável entre homossexuais.
Tragicamente há “confrades”
discriminadores, para os quais a homossexualidade é a maldição de Deus.
Anunciam essas vertentes (sempre generalizando) como se impuras fossem. Não
ignoro que não será de uma hora para outra que esses preconceitos e aversões
serão extirpados do imaginário individual e coletivo.
Vários jovens foram banidos de
seus lares e até assassinados pelos próprios pais, tão somente porque eles são
homossexuais. Infelizmente as concepções e crenças desses progenitores
consideram a homossexualidade abjeta ou impura; creem que não conseguem
conviver, amar e perdoar o próprio filho.
O “confrade” homofóbico,
discriminador, racista etc. é aquele que ainda não aprendeu a lidar com as
próprias frustrações em relação a si mesmo. Ele luta cegamente para manter suas
ideias deturpadas, porque entende que jaz “doutrinariamente” puro num mundo
“pecaminoso” que já se perdeu. Por isso, quando o “confrade” preconceituoso se
une a outro “confrade” discriminador, habitualmente eles se tornam impetuosos
em defender as suas ideias porque, sem a lógica KARDEQUIANA, é a agressão que
prevalece para IMPOR uma “verdade” unilateralmente.
Tais “confrades” com vieses
homofóbicos altercam a questão da distorção sexual no corpo físico pela fonte
espiritual deturpada. Invariavelmente, sob argumentos reducionistas, afirmam
que os núcleos em potenciação sexual mesclada e desarmônica, traduzido na
morfogênese humana, a transmutação sexual redunda numa extensa patologia, em
que a homossexualidade ocupa lugar de destaque.
Os enviesados pela homofobia
asseguram que os casos patológicos acima citados jamais deverão ser confundidos
com “almas femininas” em corpos masculinos ou corpos femininos com “almas
masculinas”. Nas suas impetuosidades afirmam que a homossexualidade é caso
típico de desvio patológico quando os indivíduos procuram atender às
solicitações sexuais com o parceiro do mesmo sexo, em atitudes ativas ou
passivas. Creem que na homossexualidade há a prática sexual deformada com todas
as sequelas doentias para o psiquismo, que resvalam para os desvios
psicológicos do intersexualismo e transexualismo que podem oferecer campo
propício para deságues patológicos na organização sexual periférica, com
absorção das desarmonias para a estrutura da alma ou inconsciente. Sob o guante
do viés homofóbico, “confrades” chegam ao ápice ao ressaltarem que na “grande
lei dos desvios sexuais” há as perversões do sadismo, masoquismo, exibicionismo
e violências de toda ordem. Nesse grupo, a grande percentagem está na
homossexualidade, condição de extenso campo de avaliação psicológica.
Para tais “confrades”
homofóbicos a personalidade homossexual, em grande número de casos, tem
mostrado, ao lado da amabilidade, incontida egolatria, algumas vezes
acompanhando posições narcisistas, contribuindo com certo grau de hostilidade
para ambos os sexos. São pessoas mais tendentes à ansiedade e a outros sintomas
neuróticos, tais como fobias e depressões. Quase sempre são portadoras de
esquemas mentais complicados, tornando-se prolixos e enfadonhos no diálogo.
Certa vez um “confrade” me disse
com todas as letras: “temos o caso do Chico – clássica inversão [sexual] a
serviço do bem”. Mas sempre generalizando com a “autoridade heterossexual”,
entende que os homossexuais não estão satisfeitos com a situação de inversão –
são em sua maioria revoltados ou insatisfeitos – isso por si só denota a
situação expiatória imposta.
Para Emmanuel, na obra “Vida e
Sexo”, a homossexualidade não encontra explicação fundamental nos estudos
psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente
compreensível à luz da reencarnação.
Observada a ocorrência, mais com
os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual
do que com as verdades simples da vida, a homossexualidade vai crescendo de
intensidade e de extensão com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o
mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em
experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando
atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às
criaturas heterossexuais.
A coletividade humana aprenderá,
gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade
deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos[2].
Podemos compreender a
homossexualidade nas três situações seguintes:
Processo de transição, isto é, quando o Espirito está em trânsito
evolutivo, da experiência feminina para a masculina ou vice-versa, ao
reencarnar demonstrará inevitavelmente os traços femininos ou masculino em que
terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina
ou feminina da atual reencarnação.
Processo de regeneração (punitivo), isto é, quando o Espírito
reencarna no corpo feminino ou masculino com obrigações expiatórias, em face
dos desvios das faculdades sexuais de vidas passadas (homem que abusou
sexualmente da mulher e mulher que abusou sexualmente do homem), por isso é
induzido a reencarnar em corpo morfologicamente contrário ao psiquismo (homem renasce
em corpo de mulher e mulher renasce em corpo de homem), aprendendo, em regime
de prisão e inversão, a reajustar os próprios sentimentos[3].
Processo de elevação, isto é, quando os Espíritos cultos e
sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos
humanos e, consequentemente, na elevação de si próprios, reencarnam em
vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se
definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos no corpo físico
inverso ao psicológico, com o que se garantem contra arrastamentos
irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores
dificuldades, nos objetivos que abraçam[4].
Em suma, sugerimos aos
“confrades” homofóbicos e discriminadores o seguinte: diante dos homossexuais é
forçoso dar-lhes o amparo afetivo e educativo adequado, tanto quanto se
administra educação à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em
linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto
entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida
eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do
sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e
Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se
especificam na intimidade da consciência de cada um[5].
Outro “confrade” assegurou-me
através do seu próprio viés homofóbico que “Emmanuel” aconselha o celibato para
os homossexuais. Ora, em verdade eu não sei (e ninguém sabe) o que vai na
intimidade de alguém que opta pela relação homossexual. A minha natureza
psicológica particularmente heterossexual não me permite invadir a privacidade
homossexual de ninguém. Em face disso, quem sou eu para ajuizar o que é certo
ou errado no mundo homoafetivo, considerando o relacionamento homossexual. Não
consigo compreender os “confrades” que interpretam a intimidade sexual dos
outros como supostamente pura ou impura, sublimada ou animalizada, equilibrada
ou destrambelhada!!!
Afinal, quem tem autoridade para
ajuizar a consciência do próximo? NINGUÉM! Absolutamente NINGUÉM.
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