Djalma Santos
A prece só tem efeito a favor do
espírito imortal que se arrepende, que reconhece sua bipolaridade impulsionada
pelo orgulho, mas se revolta contra Deus e persiste nos erros, exagerando-se
ainda, como fazem os infelizes espíritos das sombras, e por isso nada podem
receber da prece e, nada receberá, até o dia em que uma luz de arrependimento o
esclareça” (Alan Kardec, O Livro dos
Espíritos, questão 997- Expiação e arrependimento.)
O movimento do espírito para
fora do seu invólucro material é, ainda nos dias de hoje, um dos maiores
mistérios que envolvem a mente dos estudiosos da Doutrina Espírita, que
pesquisam há muito tempo esse fenômeno que ocorre durante o sono natural ou
provocado, ou ainda, em estados excepcionais, vivenciados pela entidade
espiritual, como seja, a letargia, estado de coma ou de quase morte.
Nesses estados de completa
fragilidade do espírito, o fenômeno do desprendimento se verifica com mais
intensidade, porque as forças eletromagnéticas que prendem o espírito ao corpo
físico se atenuam, dando possibilidades de exteriorização de uma forma
materializada, idêntica ao do corpo humano, mas que só os clarividentes podem
visualizar, e que é uma cópia autêntica, com todas as características do corpo
de carne.
A visão observada pelos
sensitivos ou médiuns, portadores da modalidade mediúnica da vidência, ou do
chamado “duplo etéreo”, ou ainda a duplicidade do homem, é uma das provas mais
evidentes da existência da alma, da independência do espírito imortal, esse
viajor incansável da eternidade, que projeta parte da energia que consta do seu
organismo somático, e a materializa para fora de si, muitas vezes a grandes
distâncias, dependendo apenas do poder mental utilizado nessas projeções da
”aura humana”.
É importante ressaltar que o ser
humano é formado por três elementos fundamentais: espírito, perispírito e corpo
físico; sendo que o espírito é a energia mais rarefeita e sublimada, que
comanda e dirige todo o cosmo humano; e o perispírito é o intermediário entre o
corpo e o espírito, que certamente não poderia ter um contato direto com a
matéria do corpo físico, sem desintegrá-la, devido o alto teor energético de
sua estrutura eletromagnética.
Possuindo uma energia mais
grosseira em relação ao espírito, o perispírito funciona como um elemento
intermediário, uma espécie de corpo sutil, etéreo, modelador e organizador da
estrutura do corpo físico, que em síntese é uma cópia autêntica do perispírito,
ou seja, sua extensão material; e é exatamente por isso que as ações de um
repercute no outro, pois estão intimamente ligados energeticamente por fios
invisíveis do magnetismo, que escapam à apreciação do homem comum. Durante a
bipolaridade etérea do homem, ou desprendimento sonambúlico, o espírito exsuda
energias que se desagregam do corpo físico, e passam a produzir uma série de
fenômenos que vão servir de estudos na síntese de que todas as modalidades
mediúnicas estão associadas a esses corpos físicos e espirituais.
Durante a visão sonambúlica
natural ou provocada, o perispírito é visto com a forma humana, que é a forma
real como é visto do outro lado da vida, assim que tivermos atravessado as
águas enigmáticas do rio da morte; e até mesmo as chamadas “almas do outro
mundo” ou ”assombrações” nada mais são que visões espirituais de médiuns, que
podem ser observadas e até fotografadas como se estivessem vivas. Mas na
realidade, são materiazações de espíritos, por intermédio do corpo etéreo, ou perispírito,
que é seu instrumento por excelência. Tanto aqui na Terra, como também do outro
lado da vida.
Muitos médiuns que praticam a
modalidade mediúnica da clarividência informam que os seres vistos por eles,
durante o sono natural ou provocado por um magnetizador, são às vezes criaturas
sombrias e tristes, e isso se deve ao fato dos desencarnados que perambulam nas
proximidades da Terra, ou até que convivem conosco no dia a dia serem atrasados
moralmente, e por isso não poderiam apresentar outro tipo de semblante, que não
fossem os que vivenciaram aqui na Terra quando vivos, não havendo portanto
nenhuma novidade que possa chamar a atenção do observador mais esclarecido, que
somente vê nesses fenômenos, um testemunho real da sobrevivência do espírito
imortal.
O que torna esses fenômenos
às vezes negativistas, é a ignorância e o medo, que ainda prevalece em algumas
regiões do Planeta, levando as pessoas a acreditarem em “almas penadas”, que
teriam o poder de fazer mal aos outros; mas ainda assim, é por intermédio
dessas aparições que o espírito imortal, envergando seu corpo etéreo, dá a mais
generalizada demonstração da vida depois da morte. A Doutrina Espírita possui
muitas provas da existência e da realidade do perispírito, mas a maior delas e
de mais fácil entendimento, é o fenômeno conhecido por “duplo etéreo”, em que o
espírito imortal, para demonstrar sua vida no além, pode ser visto ao mesmo
tempo em dois lugares diferentes. Nos dias de hoje, com o avanço da ciência e
das informações da Doutrina do Consolador, podemos afirmar com absoluta certeza
que todos os fenômenos mediúnicos passam invariavelmente pelo perispírito, o
corpo fluídico do espírito imortal, esse nômade do espaço, esse andarilho do
infinito de Deus
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