terça-feira, 31 de maio de 2016

RICO DE BENS, POBRE DE VIRTUDES![1]



Francisco Rebouças

A ideia primitiva da psicologia sociológica do passado recomendava a posse como forma de segurança na vida do indivíduo, pois, entendiam que a felicidade do homem, poderia ser medida em razão dos haveres acumulados, e a tranquilidade do indivíduo estava supostamente representada pela falta de preocupação que ele demonstrava em relação ao presente como ao futuro.
Dessa forma, concluía-se que o homem rico poderia aguardar uma velhice sem tantas preocupações, de forma descansada, sem problemas financeiros, o que justificava ter como a grande meta o acúmulo e a conquista dos bens e haveres materiais, porque a escala de valores mantinha como patamar mais elevado a fortuna endinheirada, como se a vida se restringisse a negócios, à compra e venda de coisas, de favores, de posições, de títulos etc.
Mesmo as religiões, que preconizavam a renúncia ao mundo e aos bens terrenos, reverenciavam os poderosos, os ricos, enquanto se adornavam de requintes, e seus templos se transformavam em verdadeiros bazares, palácios e museus frios, nos quais a solidariedade e o amor eram desconhecidos ou simplesmente desprezados.
Tinha-se a impressão que a felicidade seria possível, desde que se pudesse comprá-la. Todos os pareceres sobre a felicidade traziam como impositivo prioritário o prestígio social decorrente da posse financeira ou do poder político. Assim, adotou-se o conceito irônico de que se o dinheiro não dá felicidade a quem o possui quem não o tem, estará definitivamente condenado a ser infeliz.
O que se observa quando se analisa essa forma de ver a vida, é que o imediatismo substituiu os valores legítimos da vida, levando o indivíduo a um prejudicial e equivocado relaxamento pelos códigos éticos e morais, as conquistas intelectuais, as virtudes, por parecerem de menor importância para a conquista da felicidade, pelo indivíduo que não seja possuidor de grande quantidade de bens materiais.
Não se procurava averiguar se as pessoas poderosas e possuidoras de coisas materiais, eram realmente felizes, ou se apenas fingiam sê-lo, não se procurava saber em quantas oportunidades a riqueza em nada lhes adiantou na resolução de problemas internos, que infelicitam também aos possuidores de riquezas, não se procurava saber quantas vezes esses ricos gostariam de passar livres e despercebidos pelas avenidas sem serem incomodados, o que por essa razão não podem se sentir livres para fazerem o que lhes aprazia e não o que lhes impunham a condição de ricos.
Nos dias da atualidade, embora os avanços da Psicologia profunda, ainda permanecem os mesmos incentivos para que o homem tenha, sem a preocupação com o que ele seja, prolongando essa arcaica, infantil e perniciosa cultura, mantendo os mecanismos escapistas da personalidade, fazendo que a existência permaneça como um jogo, e os bens, como as pessoas, tornem-se brinquedos nas mãos dos seus possuidores, esquecidos de que os homens, entretanto, não são marionetes de fácil manipulação. Cada indivíduo tem as suas próprias aspirações e metas, não podendo ser movido, pelo prazer insano ou até mesmo, com bons propósitos, por outras pessoas.
Está na hora de entender que esses atavismos infantis não absorvidos pela idade adulta, impedem o amadurecimento psicológico encarregado do discernimento, que são igualmente responsáveis pela insegurança que leva o indivíduo a amontoar coisas e a cuidar do ego, em detrimento dos bens espirituais que trás latente no Ser imortal que é. Só o amadurecimento psicológico equipa o homem de resistências contra os fatores negativos da existência, as ciladas do relacionamento social, as dificuldades do cotidiano, preparando-o para jornadas maiores no continuar de sua caminhada evolutiva, e sua vida é composta justamente de todas as ocorrências, agradáveis ou não, que trabalham pelo progresso, em cuja correnteza todos navegam na busca do porto da felicidade e da pureza espiritual que nos aguarda ainda distante. Preciso se faz, manter-se o equilíbrio entre o ter e o ser, e entender definitivamente, que nessa luta entre o ego artificial, arquetípico, e o eu real, eterno e evolutivo, os conteúdos ético-morais da vida têm prevalência, devendo ser incorporados à nossa conduta, em buscando da sonhada auto realização.
Claro que ninguém deseja fazer apologia da escassez ou da miséria, nem tampouco, propor o desdém à posse, por entender ser ela uma necessidade para a realização pessoal de qualquer ser humano. O que queremos deixar bem claro é o fato de que os recursos amoedados, o poder político ou social são mecanismos de progresso, de satisfação, enquanto conduzidos pelo homem, qual locomotiva a movimentar esses recursos com os nobres objetivos a que estão destinados pela Soberana Inteligência do Universo. O Homem precisa entender que, os bens materiais devem ser bem utilizados, para que possam gerar benefícios em seu proveito e do seu próximo, e que não foram criados para torná-los servis, nem para levá-los à escravização pelos encantos proporcionados pelos prazeres fugidios e passageiros que lhes entorpecem.
São ferramentas propostas pela Divindade para o progresso e evolução do indivíduo, no amadurecimento psicológico que lhes facultam os meios de gerir os recursos, sem se lhes submeter aos impositivos do orgulho e da vaidade, conquistando a sabedoria necessária para administrar os valores de qualquer natureza, a benefício da vida e da coletividade.
Os nobres valores da realidade espiritual brotam do que se é, jamais do que se tem.
 


segunda-feira, 30 de maio de 2016

Autismo sob o enfoque kardeciano[1]



 
Jorge Hessen – 29/02/2016


Há uma teoria para explicar a suposta genética da inteligência. Será que o Autismo [2] é o preço da inteligência, consoante afirma o descobridor da estrutura do DNA James Watson? “Os genes que predisporiam algumas pessoas a habilidades intelectuais elevadas seriam os mesmos que disparam doenças como Autismo, Esquizofrenia e, até, [pasmem!] “burrice [3]“. É essa, também, a hipótese de um grupo de pesquisadores da Universidade do Colorado.
Watson começou a desenvolver sua hipótese, depois de ter sido o primeiro ser humano a ter o genoma sequenciado. Descobriu que tinha mutações em três genes ligados ao reparo do DNA. “Pessoas com essas mutações tendem a ter filhos especiais [4]” – teoriza Watson – que tem um filho que sofre de uma deficiência cognitiva similar ao autismo, fato esse que não costuma abordar em público, mas que, certamente, teria influenciado suas opiniões sobre o tema.
Ele afirmou, certa vez, que a “burrice” é genética e que seria, moralmente, necessário modificar genes humanos para eliminá-la. James já defendeu, no passado, além das terapias genéticas convencionais (injeção de genes “corrigidos” em pacientes com doenças metabólicas), a modificação de genes na linhagem germinativa de células humanas (gametas, como óvulos e espermatozoides). Isso faria com que a alteração fosse herdada pelos descendentes da pessoa. Provavelmente, um pouco menos especulativa, é a ligação, entre cognição e doenças mentais, feita pelo grupo liderada por James Sikela, da Universidade do Colorado.
O grupo descobriu uma correlação entre o alto número de cópias de um gene, numa certa região do DNA humano, e o desenvolvimento do cérebro. Essa região, dizem outros estudos mais heterodoxos, estaria, também, implicada com Autismo e Esquizofrenia. O perigo das afirmações científicas, muitas vezes, significa o materialismo, qual véu posto entre a realidade e os olhos dos cientistas. “O Autismo continua sendo um desafio, um enigma, uma esfinge [5]”.  Todos os geneticistas e biotecnólogos, que se apoiam no determinismo genético [6], não cedem espaço para a existência do Espírito, e, muito menos, para a reencarnação. Sabe-se que são mais de 3 bilhões as combinações genéticas possíveis no ser humano.
Normalmente, nenhum cientista materialista pensa em existência de vida na dimensão do além-túmulo, e, muito menos, nas leis de Causa e Efeito. Contudo, sabem que há dificuldades nos dois aspectos, tanto no genótipo (genes que acarretariam uma característica), quanto no fenótipo (características, de fato, manifestadas no indivíduo). O pesquisador Stephen Jay Gould, já desencarnado, também tinha um filho autista [Josh, um exímio calculista de calendários, capaz de dizer, em segundos, em que dia da semana cai uma data qualquer]. Paradoxalmente, Gould se tornou um estóico adversário do determinismo genético – “o que não deixa de ser uma indicação de que parece haver muito mais determinações entre genes e cultura do que pode supor a biotecnologia [7]”.
“Em verdade, o esquema ‘um gene/uma doença’ não é aplicável, nem mesmo a males com mecanismos mais imediatamente bioquímicos, como o câncer[8]”. Menos ainda podem ser usados para entender e/ou controlar manifestações complexas como “inteligência” ou “burrice”. A rigor, não há um tratamento para o portador de psicose desintegrativa ou hipotonia profunda. O autista é como um corpo sem ninguém dentro, porém, recordemos que o espírito imortal está em sua plena consciência e percebe o que ocorre à sua volta, ainda que “encapsulado” em si mesmo. Para os espíritas, a causa pode ser “um sentimento de culpa não resolvido, suscitado por um desvio de comportamento, ocorrido em vidas anteriores. Mas, o Autismo não é um castigo, mas um instrumento de aprendizado, de “ajuste da consciência ética fustigada pelo arrependimento ou remorso e desejosa de se pacificar [9]”.
A doença é um transtorno invasivo do desenvolvimento, que se manifesta, normalmente, antes dos 3 anos de idade. Caracteriza-se por um desenvolvimento anormal e por mostrar alterações em três áreas: interação social, comunicação e comportamento. Na maioria das ocorrências, a causa é desconhecida. Noutros casos, fica a se dever a problemas médicos como as infecções intrauterinas, das quais, as mais habituais são a rubéola, doenças congênitas como a síndrome do X Frágil, também conhecida como síndrome de Martin & Bell que, “por sua incidência, considera-se-lhe a primeira causa de deficiência mental hereditária [10]” , e a síndrome Fetal Alcoólica, provocada pela gestante, que ingere bebidas alcoólicas durante a gravidez.
Na maioria das vezes, as causas são desconhecidas, sendo, desse modo, um verdadeiro mistério para Ciência. Em termos médicos, pode dizer-se que não há um psicofármaco específico para se tratar o autismo. Os medicamentos que se usam são administrados, apenas, para controlar as agitações psicomotoras e as htero e autoagressões produzidas pelos autistas.
É uma patologia de etiologia muito complexa, que requer, não somente, uma abordagem multidisciplinar que envolve educadores, psicólogos e terapeutas ocupacionais, mas, sobretudo, exige uma análise sob a Luz da Doutrina Espírita. Nesse estado mental patológico, que leva a pessoa a se fechar em seu próprio mundo, alheando-se, em grande medida, do mundo exterior, há débitos passados muito graves, acompanhados, normalmente, pela consequente obsessão espiritual, pelo que o tratamento indicado pode ser o da desobsessão, da aplicação de passes e da utilização de água fluidificada.
Há casos de autistas que conseguiram a cura completa, embora muito raros. No entanto, na literatura médica, há casos de pacientes que conseguiram certa autonomia e uma melhoria surpreendente, insólitos, incomuns. Existem pessoas que estão dentro do chamado Autismo clássico, outras apresentam algumas das características autistas, aliadas a uma inteligência fora do comum, geralmente voltada a um assunto específico, sendo que essas pessoas têm extrema dificuldade de relacionamento interpessoal, grande rigidez nas rotinas do dia-a-dia, e aparente desprezo pelos sentimentos dos outros. Mas, ao menos, conseguem viver em sociedade… mesmo sendo chamados de difíceis, geniosos, ou termos menos elegantes. Sabemos que há vida antes da vida, vida após a vida e vida entre as vidas.
Quando houver maior integração da ciência, entendendo o ser humano de forma mais completa, com corpo, cérebro e espírito, creio que compreenderemos mais acerca das muitas psicopatologias desafiadoras. Nas obras da lítero-médico-espírita, vamos encontrar inúmeros esclarecimentos sobre as suas causas e sobre o processo de formação dos sintomas, e que vêm lançar uma nova luz sobre estes mesmos sintomas, dado que, nas instruções kardecianas, cada pessoa é vista sob a óptica da reencarnação. “Mesmo quando os imperativos genéticos produzem situações orgânicas ou psíquicas constrangedoras no indivíduo, tais como: gêmeos siameses, Síndrome de Down, autismo, cegos e aleijados, esses se derivam da conduta pessoal anterior em vidas passadas, e devem ser considerados como estímulo ou métodos corretivos, educacionais, a que as Leis da Vida recorrem para o aprimoramento dos seres humanos [11]”. Como se observa, do ponto de vista doutrinário, há esses aspectos determinantes da patologia, o autista é um ser que, por algum motivo, não “acordou” no mundo material. Permanece escondido, no patamar da existência carnal e espiritual. Muitas vezes, até, observa-se, nalguns casos, que não há propriamente autismo, mas espectros autísticos, graus e níveis de distúrbios mentais e emocionais. Destarte, o máximo que se poderia afirmar, em termos de consenso, seria dizer que, dentre os sintomas básicos atribuídos à síndrome, cada autista apresenta diferentes ênfases sobre esta ou aquela característica intrínseca. Até porque, “murado dentro de si mesmo, o autista vive em um mundo de isolamento.
Os cientistas que buscam implodir essa barreira trabalham baseados em hipóteses diversas e conflitantes, utilizando uma gama imensa de abordagens e terapias [12].
Podemos reafirmar, então, que o Autismo é uma corrigenda natural da vida imposta ao espírito, objetivando a restrição do seu relacionamento com os que o rodeiam. Isso, porém, não impede que o espírito receba as manifestações de afeto e carinho a ele endereçadas que, certamente, graças a essas impressões vigorosas do amor, contribuirão para minimizar a alienação temporária em que vive, e, quem sabe, acelerar a sua cura.


[2] O termo Autismo foi utilizado pela 1 ª vez pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, para designar não um quadro clínico, mas um dos sintomas da Esquizofrenia. Em 1911, Bleuler mudou o nome da então chamada “Demência precoce” para “Grupo das Esquizofrenias”.
[3] Watson apresentou sua tese durante o 74º Simpósio de Cold Spring Harbor sobre Biologia Quantitativa.
[4] Reportagem publicada na Folha Online em 03/06/2009 – “Autismo é o preço da inteligência, diz descobridor da estrutura do DNA” disponível no site < http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=178198&e=7 > acesso em 18-02-2016.
[5] idem.
[6] Tese de que tudo num organismo é prefixado pelos genes.
[7] Disponível no site< http://enfrentandooautismo.blogspot.com.br/2011_06_19_archive.html >acesso em 19-02-2016.
[8] Disponível no site http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8580.shtml acesso em 17-02-2016.
[9] Miranda, Hermínio. “Autismo – uma leitura espiritual”., São Paulo: Editora Lachâtre, 2003.
[10] Cf. afirma a Federación Española del Síndrome X Fragil, disponível no site http://www.xfragil.org / acesso em 19-02-2016.
[11] disponível no site www.guia.heu.nom.br/autismo.htm ; acesso em 15-02-2016.
[12] Miranda, Hermínio. “Autismo – uma leitura espiritual”., São Paulo: Editora Lachâtre, 2003.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Alzheimer, do Espírito à Matéria[1]


 

André Luiz Alves Jr.
 

Foi numa segunda-feira, 25 de novembro de 1901, que Auguste Deter, uma senhora de 51 anos, internou-se no Hospital de Lunáticos e Epiléticos, de Frankfurt, na Alemanha, sob os cuidados do Dr. Alois Alzheimer. Protestante reformada, casada com um administrador de ferrovias e mãe de uma filha, Auguste Deter apresentava o quadro de perda de memória, desorientação e alucinação iniciado há seis meses.
Os sintomas primários resumiam-se a crises de ciúmes excessivas do marido, posteriormente verificaram-se sinais de amnésia progressiva. Auguste Deter não encontrava o caminho para voltar para casa e se perdia nas ruas do bairro; carregava consigo alguns de seus pertences e os escondia em locais inapropriados; invariavelmente acreditava que estava sendo perseguida e às vezes gritava imaginando que alguém queria matá-la.
Em pouco tempo, o estado de demência evoluiu significativamente e já na fase final da doença a paciente encontrava-se acamada e totalmente dependente dos cuidados de enfermagem. Não verbalizava, estava desorientada em tempo e espaço, seus membros se atrofiaram e, por permanecer restrita ao leito, apareceram as úlceras de pressão. Logo passou a apresentar incontinência urinária e fecal e sua imunidade se deprimiu, abrindo espaço para doenças oportunistas. Após 5 anos de internação, a paciente do Dr. Alzheimer faleceu.
Na necropsia, Alois Alzheimer teve a oportunidade de analisar o tecido nervoso de Auguste Deter e logo constatou uma atrofia significativa no córtex cerebral, com formação de placas senis e emaranhados neurofibrilares. O neurocientista percebeu que estava diante de uma nova descoberta. Foi então que Alzheimer elaborou cuidadosamente um artigo científico e o apresentou no 37° Congresso de Psiquiatria do Sudeste da Alemanha (South - West - German Society of Alienists) realizado no ano de 1906, com o título: “Uma Doença Peculiar dos Neurônios do Córtex Cerebral”. A doença, que até então era desconhecida, mais tarde recebeu o nome do pesquisador que a descreveu, tornando-se conhecida como Doença de Alzheimer.
 
Fisiopatologia
A doença de Alzheimer é uma neuropatologia degenerativa, progressiva e incurável, que provoca uma atrofia acentuada no córtex cerebral. Em outras palavras, ocorre a morte gradativa do tecido nervoso, o que, por consequência, provoca uma mudança estrutural do encéfalo. O cérebro diminui de tamanho e a perda de conexão entre os neurônios irá resultar em demência. A demência é caracterizada pela ausência ou diminuição das funções do cérebro, alterando a parte cognitiva, a memória, o raciocínio, a linguagem e até mesmo a personalidade.
Atualmente o mal de Alzheimer é a principal causa de demência em pessoas acima de 65 anos. Estima-se que 44 milhões de pessoas no mundo são portadoras de algum tipo de demência, sendo que de 50 a 60% desses casos são desencadeados pelo Alzheimer. A doença tem forte relação com a idade e, como a população mundial tende a envelhecer, o número de casos deverá dobrar a cada 20 anos.
 
Causas
A ciência ainda estuda as causas da doença, mas acredita-se que o acúmulo das proteínas beta-amiloide e tau no cérebro, associadas à diminuição do neurotransmissor acetilcolina, possa ser o fator desencadeante. A formação dessas proteínas interrompe a mensagem neuronal no cérebro, que se torna danificado permanentemente. Outros fatores de riscos, tais como: influência genética, mas não necessariamente hereditária; contaminação por metais pesados (alumínio e manganês), traumatismo craniano, idade e baixa escolaridade, também podem estar relacionados ao Alzheimer.
 
Características de personalidades que tendem ao Alzheimer
§  Introspecção, autoritarismo;
§  Egoísmo;
§  Depressão e isolamento;
§  Falta de convívio social;
§  Dificuldade para mudanças comportamentais, conservadorismo;
§  Rotinas e manias que levam a transtornos obsessivos compulsivos
§  Ausência da prática de leitura e estímulo de raciocínio, preguiça mental;
§  Dificuldade para lidar com emoções, sentimentos e frustrações;
§  Apego exagerado a bens materiais.
 
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com os estágios da doença, que evoluem durante anos. No início os pacientes apresentam sinais que podem ser confundidos com a senilidade, como déficit de concentração e episódios de perda de memória recente. Nesta fase é comum o esquecimento de datas de aniversários de pessoas próximas, vencimentos de contas ou até mesmo não saber o dia da semana. Também é frequente a desorientação em espaço. Perdem-se na rua da própria casa, ou guardam objetos em locais descabidos. Alguns podem apresentar apatia, isolamento e agressividade.
Com o desenvolvimento da doença, os indivíduos enfrentam problemas ao tentar executar tarefas simples do dia a dia. Pentear o cabelo, se alimentar e escovar os dentes tornam-se um desafio. A amnésia evolui acentuadamente, a ponto de os pacientes não reconhecerem os próprios filhos. Nas fases finais deixam de se alimentar e ocorre a diminuição ou ausência dos movimentos e também da consciência, resultando em um estado de total dependência. A fragilidade do sistema imunológico facilita o desenvolvimento de outras doenças, agravando ainda mais o quadro. Nesta etapa o falecimento não tardará.
 
Doença de Alzheimer e Espiritismo
Estaria o mal de Alzheimer relacionado a delicados processos expiatórios, ou essa doença seria de origem puramente orgânica, sem qualquer relação com o Espírito?
É importante ressaltar que o tema que estamos debatendo ainda requer estudo mais aprofundado por parte dos pesquisadores do campo da ciência e também do Espiritismo. Ainda não há em nenhuma das vertentes estudos conclusivos acerca da doença.
As elucidações espíritas baseiam-se principalmente nas pesquisas realizadas pela Associação Médico-Espírita do Brasil. Não existem registros específicos atribuídos inteiramente à espiritualidade que possam descrever a doença. As fontes dos estudos espíritas se apoiam nas obras do Espírito André Luiz, pela psicografia do médium Chico Xavier. Alguns de seus livros tratam das influencias do Espírito sobre a matéria e vice-versa.
Segundo os estudiosos do Espiritismo, a doença de Alzheimer pode ter origem em conflitos do Espírito refletidos na matéria, o que a psicologia chama de somatização. No livro Nos Domínios da Mediunidade, psicografado por Chico Xavier, André Luiz explica que "assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que o degradam, com reflexos sobre as células materiais".
Existem basicamente duas causas espirituais que podem estar atreladas ao desenvolvimento do Alzheimer.
Vejamos:
§  Obsessão: Indivíduos envolvidos em processos obsessivos graves e por longos períodos podem sofrer consequências orgânicas provenientes da emanação do pensamento doentio tanto do obsessor, quanto dele mesmo, imprimindo na matéria as consequências dessas vibrações. Tal ocorrência poderia explicar a atrofia acentuada no encéfalo que é uma característica do Alzheimer. Lembramos que o cérebro é a sede do pensamento e por isso seria a estrutura material mais prejudicada pelas baixas vibrações espirituais.
§  Auto-obsessão: Esta parece ser a principal causa do Alzheimer atribuída a origens espirituais. A auto-obsessão é um processo nocivo desencadeado pelo próprio Espírito, muito comum nas pessoas com rigidez de caráter, introspectivas, egocêntricas e portadoras de sentimentos doentios como o desejo de vingança, o orgulho e a vaidade. Invariavelmente o sentimento de culpa incutido inconscientemente no Espírito e que às vezes se arrasta por várias reencarnações é o fator determinante. O Espírito é chamado a ajustes com a própria consciência, necessitando de isolamento e esquecimento temporário de suas ações pretéritas.
 
Invariavelmente as pessoas com Alzheimer podem estar envolvidas nas duas situações acima, uma vez que o pensamento nocivo atrai Espíritos do mesmo padrão vibratório que acabam por iniciar um processo de obsessão mútua, uma espécie de simbiose. É evidente que este processo deve se arrastar por muito tempo até desencadear uma patologia física, por isso o Alzheimer é tão comum na fase senil. Angústias e tormentos psíquicos que duram uma vida inteira, muitas vezes com origem em outras existências, sucumbirão no final da vida física traduzidos em doenças diversas da matéria.
Independente da origem, a doença constitui grande oportunidade de aperfeiçoamento moral, não somente para o paciente, mas também para todos aqueles que estão diretamente envolvidos com o processo do cuidar. Os familiares que estão novamente reunidos para resgatar débitos contraídos entre si enfrentam provações dolorosas com a doença, porém reparadoras. Aquele que cuida hoje certamente foi algoz no passado e necessita reajustar sua conduta ou até mesmo desenvolver sentimentos que ainda não possui.  Para os cuidadores terceirizados, o ensejo é de exercitar a paciência, desenvolver a compaixão e o amor ao próximo, executando a missão escolhida por ele mesmo na espiritualidade.
 
Prevenção
Não existem vacinas ou medicamentos para prevenção da doença. Acredita-se que a adoção de hábitos saudáveis principalmente relacionados à saúde mental pode diminuir a probabilidade do aparecimento do Alzheimer. Pessoas com maiores níveis de escolaridade têm chances menores de desenvolver demência. Recomenda-se a prática da leitura, o exercício do raciocínio, o lazer e o estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis. Qualquer atividade que mantenha as conexões neuronais ativas contribui para a higiene mental.
Do ponto de vista espiritual, orienta-se a prática da caridade, o desenvolvimento do amor ao próximo, o exercício incansável do bem e o trabalho edificante como profilaxia para doenças do Espírito. Retidão de caráter e elevação de pensamento contribuem para o aperfeiçoamento do Espírito e evitam transtornos de todas as ordens. Não esqueçamos a recomendação do Cristo: "Orai e vigiai".

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Reuniões Desobsessivas[1]


 

Evandro[2]
 

Desde épocas imemoriais, a Humanidade tem encontrado dificuldades, que são os desafios existenciais, para libertação dos instintos de agressividade, ambições de poder, desejos incontidos de sonhos de grandeza, todavia as fracas resistências morais têm sido um fator impeditivo ao desabrochar das aptidões éticas.
Podemos comparar, em uma figura de imagem, o ser humano, ainda em fase primária de evolução, a plântulas, que, sob a ação do calor e da umidade, esforçam-se para aflorar da terra, em busca de seu desenvolvimento.
De maneira similar, a criatura terrena, buscando romper a couraça de imperfeições morais que a mantém enclausurada nos cipoais da ignorância das Leis Divinas, lentamente, sob a ação dos sábios Códigos Éticos, rompe o cinturão constritor das mazelas humanas e parte para a conquista das virtudes, que a direcionarão para os portos da felicidade e da paz espiritual.
Como somos egressos de um passado espiritual em que nos comprometemos com as sombras, hoje, abençoados pela Doutrina dos Imortais, procuramos efetuar as mudanças íntimas necessárias para caminharmos, com segurança, pela trilha apontada no Evangelho Restaurado.
Irmãos nossos, que ficaram na retaguarda evolutiva por diversas razões, seja pela falta de esforços para diluir as desarmonias morais ou pelas acomodações éticas a que se entregaram, seja pela revolta decorrente dos sofrimentos que vivenciaram ou pelas dores que os martirizaram, despeitados uns, invejosos outros, procuram sintonia com aqueles que estão se esforçando para não reincidirem nos mesmos enganos e equívocos cometidos no passado, para envolvê-los nas recurvadas e pontiagudas garras da ambição, nos ganchos da ganância e das ilusões, como mecanismo de satisfação e indenização ética para vê-los derrotados no campo moral.
As reuniões mediúnicas são postos de socorro aos Espíritos doentes da alma, objetivando auxiliar desencarnados e encarnados envolvidos em processos de reajustes morais, sendo, portanto, sementeiras de esclarecimento privativas, sem participação de público, com atendimento fraterno por meio de diálogos e técnicas especiais para o despertamento espiritual.
Os trabalhadores de Jesus, conscientes dessas ciladas habilidosamente construídas pelos adversários espirituais, comparecem às reuniões mediúnicas bem orientadas, sob o amparo dos Mentores Espirituais, para que as antigas rusgas e dificuldades emocionais que ocorreram entre os litigantes atendidos possam ser diluídas, com o propósito de libertação das inferioridades morais.
Nesses encontros coordenados pelos Prepostos do Mestre, todas as providências são tomadas com antecipação para o encaminhamento de uma solução visando o despertar dos iludidos, a desconstrução dos castelos de ilusão elaborados pelo primarismo evolutivo, em sua ensandecida marcha para o acerto de contas entre os litigantes.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo encontra-se registrado: “A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”.
Os Obreiros do Senhor pesquisam no histórico milenar dos adversários, as causas dos desentendimentos, as razões da manutenção das discórdias, as necessidades evolutivas dos contendores, para encontrar a trilha que permita a libertação da hipnose multimilenar, instalada na intimidade da alma pelas dificuldades de libertação dos vícios morais, que se cristalizaram nas condutas repetitivas, reincidentes nos mesmos desvios morais, face à ausência de esforços para efetuarem mudanças éticas significativas.
Os obstáculos para libertação dessas imperfeições morais têm produzido muitas mágoas, rancores, ressentimentos e sofrimentos, tanto para os que se posicionam como obsessores, quanto para aqueles que lhes sofrem as ferroadas da odiosidade, por estarem em débitos para com a Consciência Cósmica.
Ensina Manoel Philomeno de Miranda: “A obsessão é virose de vasta gênese, muito desconhecida entre os estudiosos da saúde física e mental. Suas sutilezas e variedades de manifestações têm ângulos e complexidades muito difíceis de ser detectados pelos homens, em face da dificuldade de penetrar-lhes nas profundezas geradoras do problema”.
A Contabilidade Divina solicita aos envolvidos nos processos litigiosos, através da compreensão, esforços íntimos para libertarem-se e prosseguirem no rumo da construção da felicidade, da alegria de viver fazendo o Bem, conquistando valores morais para ascenderem a Planos Dimensionais mais elevados, na infinita escala que os conduzirão, no amanhã, à condição de Espíritos Puros.
Diante desse doloroso processo de antagonismo, em que os envolvidos têm interesse em prejudicar a outra parte e que se permitiram ao longo dos séculos, a Sabedoria Divina dispõe dos “Recursos do Amor” para orientá-los com segurança na libertação das algemas que os ergastulam, mostrando-lhes que a relutância de tomar a decisão de fazerem as pazes com Jesus, é resultado do orgulho milenar que os aprisionaram nessa sombria caverna da ignorância.
Sob o amparo das luzes do amor, os Imortais – trabalhadores da Seara Mediúnica – ajudam os contendores, portadores de má-fé, a compreenderem a desnecessidade dessas pugnas morais, a inutilidade dessas batalhas mentais, a superfluidade dessas contendas emocionais, que apenas os infelicitam.
Os Espíritos de Escol os convidam à libertação dos dramas existenciais, ao esquecimento das tragédias que os infelicitaram em épocas remotas ou mais recentes do passado, onde através de bem planejada Programação Espiritual, receberão nova oportunidade, sob o amparo da Justiça Divina, na condição de “Aprendizes do Amor”, para recomeçarem uma nova experiência nos campos da carne, que lhes proporcionarão, na hipótese de saírem vitoriosos eticamente sobre si mesmos, a alegria de retornarem à Pátria Espiritual com o coração preenchido de condecorações morais, pelos esforços que empreenderam na libertação dos vícios e na construção de virtudes, que lhes exornarão a individualidade.
Servidores do Amor, aproveitem todas as oportunidades para vivenciarem a benevolência, perdoando sempre, desculpando indefinidamente, amparando e socorrendo os infelizes de ambas as dimensões espirituais, pois, o Mestre Jesus conta integralmente com seus esforços para que o Orbe Terra ilumine-se, evoluindo para Regeneração.
Trabalhadores do Bem, esforcem-se o quanto puderem na jornada terrena, laborando conjuntamente com os Líderes Espirituais para que o planeta, hoje coberto pelas nuvens penumbrosas das incertezas e dúvidas, no amanhã da Nova Era, que já se iniciou, estabeleça um clima de cooperação entre as Nações e uma atmosfera de solidariedade, que possibilite a todos os habitantes conquistem títulos de honorabilidade, que os credenciarão à felicidade, à consciência serena pelo dever cumprido.
Estamos ao lado de vocês, incentivando a Reforma Íntima, entusiasmando-os para através dos estudos e pesquisas instruírem-se no campo intelectual, incentivando-os à vivência das disciplinas morais, pois, embora seja árdua a luta, os prêmios divinos serão concedidos àqueles que, por merecimento, os conquistarem.




[2] Mensagem recebida, psicograficamente, por Renato Mautoni, na noite de 05 de maio de 2016, no Instituto Espírita Léon Denis, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O ABORTO E OS ZUMBIDOS DAS MURIÇOCAS – “DESPERTA BRASIL!” [1]


 

Jorge Hessen – 12/02/2016
 

A epidemia do vírus zika requer urgente debate e muita prudência. É estranhável apontar o algoz Zika, um vírus que foi descoberto na década 1940, e que nunca foi notório por causar defeitos de nascimento. Mas, as instituições que estão pesquisando esses surtos estão buscando “provas” de uma relação entre o vírus Zika e a microcefalia, embora sejam necessárias mais investigações para entender essa relação. De qualquer forma, em nome das prováveis causas, supõe-se também o conjunto de falhas e metodologias grosseiras, realizados pelo Ministério da Saúde, SUS, seus institutos associados e suas autoridades constituídas, que supostamente provocaram e continuam provocando a inquieta crise de microcefalia em todo o Brasil.
Conjetura-se ter conexão aos mosquitos transgênicos desenvolvidos pela empresa de biotecnologia britânica Oxitec, que é financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. A Oxitec tem lançado os mosquitos Aedes geneticamente modificados no meio selvagem no Brasil desde 2011 para combater a dengue. A empresa produz até dois milhões de mosquitos geneticamente modificados por semana em sua “fábrica” em Campinas, Brasil [2].
Noutro debate, acusa-se a vacina dTpa [3] que nunca foi aprovada e seguro para uso durante a gravidez. Na verdade, dTpa é classificado pela FDA - Food and Drug Administration , como droga de Classe C, indicando que não é uma escolha segura durante a gravidez. Para alguns especialistas, as [sinistras] consequências desta vacina testada é o que está sendo “varrida para debaixo do tapete” [4].  O que aponta mais uma vez para Bill Gates, o Imperador da eugenia e Vacinas.
De modo óbvio , o Ministério da Saúde e a Fiocruz afiançam que não há até o momento nenhuma evidência científica nacional ou internacional que relacione o aparecimento da microcefalia à administração da vacina dTpa ou qualquer vacina que faça parte do calendário nacional de imunização O Ministério da Saúde afirma ainda que "as vacinas dupla e tríplice viral são usadas mundialmente, e não haveria condições de isso (más-formações) ocorrer apenas no Brasil.
Conversa vai , conversa vem , os arautos do aborto começam a mostrar as unhas e fazer seus estragos. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara , de Goiás, já autorizou uma série de abortos legais em casos de anencefalia e outras patologias raras.  Na opinião de Jesseir se o aborto é permitido por lei em casos de fetos anencéfalos , também se justifica em gestações de microcéfalos, pois ambos os casos são “incompatíveis com a vida”.  Diz que para tomar a decisão, são necessários três laudos médicos, mais parecer favorável do Ministério Público. Todavia, contestando o conceito do juiz goiano, o Conselho Federal de Medicina divulgou uma recente nota, assegurando que no caso de fetos com diagnóstico de microcefalia, em princípio, não há incompatibilidade com a vida. E o Movimento Brasil Sem Aborto assevera que interrupções em gestações de fetos com microcefalia ou outras más-formações são inaceitáveis sob qualquer aspecto.
A diretora do Centro Latino-Americano de Saúde Materno-Infantil da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) disse que “os casos de zika vão pressionar o debate sobre os direitos reprodutivos. A interrupção da gravidez, em qualquer situação, é uma decisão da mulher. (…) uma jovem que engravidou sem planejamento e tem um filho com deficiência necessitará de cuidados especiais durante toda a vida. A sociedade tem de ajudar essa mulher, e ela precisa de apoio para ter suas decisões respeitadas” [5]. Ora, o argumento capcioso da “liberdade de escolha” da mulher é uma sandice. À maior interessada, que é a criança, não é dada a liberdade de escolher entre sua vida e sua morte. E mais, são inúmeros os exemplos de mulheres que pensam em abortar, mas que desistem quando são ouvidas, ajudadas, acolhidas. Propor o aborto como solução a uma grávida quando se faz o diagnóstico de microcefalia é negar a ela o amparo de que realmente necessita.
Em países onde o aborto é legalizado, cerca de noventa por cento das gestações de crianças com síndrome de Down são interrompidas (assassinadas no útero). Não há pior forma de exclusão social do que eliminar o deficiente da existência. Neste macabro cenário do Deus nos acuda! Os abortistas profissionais identificam no pernilongo seu melhor aliado. Os políticos e meios de comunicação partidários do abortamento se unem em uníssono à campanha pró-aborto. O diretor da OMS das Américas é mais explícito em uma mensagem com forte conteúdo eugênico quando afirma: “Não podemos tolerar que continuem nascendo crianças com más-formações”.
Há sóbrias razões científicas para ir de encontro ao aborto, sobretudo do microcéfalo. Com a biogenética vislumbramos a diversidade como o nosso maior patrimônio coletivo. E o embrião anormal, ainda que portador de microcefalia, compõe parte dessa diversidade. Deve ser, portanto, preservado e respeitado por elevadas razões. Os argumentos tal qual justificam a morte do microcéfalo serão os mesmo que corroboram a subtração da vida de qualquer outra pessoa - ou será que existem pessoas com mais vida e outras com menos vida? O microcéfalo é um ser vivo intra-útero. Ele nasce com vida e pode como qualquer recém-nascido ir a óbito com minutos, dias, meses ou após muitos e muitos anos. Se ele nasce vivo, o aborto é criminoso, pois lhe ceifa a oportunidade e a experiência da reencarnação.
Ademais, o bebê com microcefalia possui preservada a parcela mais entranhada do cérebro, matriz, portanto do controle autômato de funções viscerais, a saber: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si próprio, ao nascer. Como ainda são misteriosos os enigmas da relação cérebro-mente, não podemos consentir que nossa falta de inteligência seja o guia de deliberações erradas como a do abortamento provocado desse feto. Tal ser não pode perder a dignidade nem o direito de nascer.
Até porque , os espíritos desses bebês especiais são espíritos que já viveram diversas outras existências, com deslizes e acertos. São espíritos que precisam passar pela experiência da microcefalia, como um processo de ressarcimento e cura para suas pendências morais do passado danificado . Portanto, que nenhuma das mães aborte esses bebês. Ante os códigos das leis do Criador se houver um caso na família de microcefalia é porque o grupo necessita desta experiência, para dilatar os dons do amor. Assim, a família tem que se doar, pois nada ocorre por acaso , tudo tem matriz na Lei de Causalidade. 
É a Justiça Divina atuando, ainda que não compreendamos as necessárias aplicações das sanções do Criador.


[2] Disponível em: A FARSA DAS VACINAS, por Dra. Suzanne Humphries. – Quitéria Chagas http://quiteriachagas.com/2016/02/06/a-farca-das-vacinas-por-dra-suzanne-humphries/ acesso em 11/02/2016.
[3] O DTpa combina o tétano, difteria e coqueluche (tosse convulsa) vacinas em uma única vacina.
[4] Disponível em: A FARSA DAS VACINAS, por Dra. Suzanne Humphries. – Quitéria Chagas http://quiteriachagas.com/2016/02/06/a-farca-das-vacinas-por-dra-suzanne-humphries/ acesso em 11/02/2016.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O BOM MÉDIUM[1]


 

Manoel Philomeno de Miranda (espírito) [2]
 

Inerente a todos os seres humanos, a faculdade mediúnica expressa-se de maneira variada, conforme a estrutura evolutiva, os recursos morais, as conquistas espirituais de cada indivíduo.
Incipiente em uns e ostensiva noutros, pode ser considerada com a peculiaridade psíquica que permite a comunicação dos homens com os Espíritos, mediante cujo contributo inúmeras interrogações e enigmas encontram respostas e elucidações claras para o entendimento dos reais mecanismos da existência física na Terra.
Distúrbios psíquicos inexplicáveis, desequilíbrios orgânicos injustificáveis, transtornos comportamentais e dificuldades nos relacionamentos sociais e afetivos, malquerenças e aflições íntimas destituídas de significado, exaltação e desdobramentos da personalidade, algumas alucinações visuais e auditivas, na mediunidade encontram seu campo de expansão, refletindo os dramas espirituais do ser, que procedem das experiências anteriores à atual existência física, alguns transformados em fenômenos obsessivos profundamente perturbadores.
Mal compreendida por largo tempo através da História, foi envolta em mitos e cercada de superstições, que nada têm a ver com a sua realidade.
Sendo uma percepção da alma encarnada cujo conteúdo as células orgânicas decodificam, não significa manifestação de angelitude ou de santificação, como também não representa punição imposta por Deus, a fim de alcançar os calcetas e endividados perante as Soberanas Leis.
Existente igualmente no ser espiritual, é uma faculdade do Espírito que, através dos delicados equipamentos sutis do seu perispírito, faculta o intercâmbio entre os desencarnados de diferentes esferas da Erraticidade.
Dessa maneira, não se trata de um calvário de padecimentos intérminos em cujo curso a tristeza e o sofrimento dão-se as mãos, como pretendem alguns portadores de comportamento masoquista, mas também não é característica de superioridade moral, que distingue o seu possuidor em relação às demais pessoas.
Pode ser considerada como a moderna escada de Jacó, que permite a ascensão espiritual daquele que se lhe dedica com abnegação e devotamento.
Semelhante às demais faculdades do ser humano, exige cuidados especiais, quais aqueles que se dispensam à inteligência, à memória, às aptidões artísticas e culturais...
O conhecimento do seu mecanismo torna-se indispensável para que seja exercida com seriedade, ao lado de cuidados outros que se lhe fazem essenciais, quais sejam, a identificação da lei dos fluidos, a aplicação dos dispositivos morais para o aperfeiçoamento incessante, a disciplina dos equipamentos nervosos, as disposições superiores para o bem, o nobre e o edificante.
Neutra, sob o ponto de vista ético-moral, qual ocorre com as demais faculdades, é direcionada pelo seu portador, que se encarrega de orientá-la conforme as próprias aspirações, perseguindo os objetivos elevados, que são a meta essencial da reencarnação.
À medida que o médium introjeta reflexões em torno do seu conteúdo valioso, mais se lhe dilatam as possibilidades, que, disciplinadas, facultam ensejo para a produção de resultados compatíveis com o direcionamento que se lhe aplique.
A observação cuidadosa dos sintomas através dos quais se expressa, favorece a perfeita identificação daqueles que se comunicam e podem contribuir em favor do progresso moral do medianeiro.
O hábito do silêncio interior e da quietação emocional faculta-lhe a captação das ondas que permitem o intercâmbio equilibrado, ampliando-lhe a área de serviços espirituais.
Concessão divina para a Humanidade, é a ponte que traz de volta aqueles que abandonaram o corpo físico ou que dele foram expulsos, sem que deixassem a vida, comprovando-lhes a imortalidade em triunfo.
Ante a impossibilidade de ser alcançada a perfeição mediúnica, face à condição predominante de mundo de provações que caracteriza o planeta terrestre e tipifica os seus habitantes por enquanto, cada servidor deve lutar para adquirir a qualidade de bom médium, isto é, aquele que comunica com facilidade, que se faz instrumento dócil aos Espíritos que o utilizam sob a orientação do seu Mentor.
Nunca se acreditando imaculado, sabe que pode ser vítima da mistificação dos zombeteiros e maus, não a temendo, mas trabalhando por sutilizar as suas percepções psíquicas e emocionais, e elevando-se moralmente para atingir patamares mais enobrecidos nas faixas da evolução.
A facilidade com que os desencarnados o utilizam, especialmente por estar disponível sempre que necessário, propicia-lhe maior sensibilidade e o credencia ao apoio dos Guias da Humanidade, que o cercam de carinho e o inspiram para a ascensão contínua.
Consciente dos próprios limites e das infinitas possibilidades da Vida, reconhece o quanto necessita de transformar-se interiormente para melhor, a fim de ser enganado menos vezes e jamais enganar aos outros, pelo menos conscientemente.
A disciplina e o equilíbrio moral, os pensamentos e as ações honoráveis, o salutar hábito da oração e da meditação, precatam-no das investiduras dos maus e perversos que pululam em toda parte, preservando-lhe os sutis equipamentos mediúnicos dos choques de baixo teor vibratório que lhes são inerentes, ajudando-o, assim, a manter contato com esses infelizes, quando necessário, porém, sob o controle dos Guias que os conduzem, jamais ao paladar e apetite da loucura que os avassala.
O bom médium é simples e sem as complexidades do agrado da ignorância, do egoísmo e da presunção, cujas conquistas são internas e que irradia os valores morais de dentro para fora, qual antena que possui os requisitos próprios para a captação das ondas que serão transformadas em imagens sonoras, visuais ou portadoras de força motriz para muitas finalidades.
Quando esteja açodado pelas conjunturas difíceis ou afligido pelas provações iluminativas, que fazem parte do seu processo de evolução, nunca deve desanimar, nem esperar fruir de privilégios, que os não possui, seguindo fiel e tranquilo no desempenho da tarefa que lhe diz respeito, preservando a alegria de viver, servir e amar.
O trabalho edificante será sempre o seu apoio de segurança, que o fortalecerá em todos os momentos da existência física, nunca se refugiando na inoperância, que é geradora de mil males que sempre perturbam.
Porque identifica as próprias deficiências, não se jacta da faculdade que possui, reconhecendo que ela pode ser bloqueada ou retirada, empenhando-se para torná-la uma ferramenta de luz a serviço do Amor em todos os instantes.
Os bons médiuns, que escasseiam, em razão da momentânea inferioridade humana, são os instrumentos hábeis para contribuírem em favor do Mundo Novo de amanhã, quando a mediunidade, melhor compreendida e mais bem exercida, se tornará uma conquista valiosa do espírito humano credenciado para a felicidade que já estará desfrutando.


[2] Psicografia de Divaldo Franco