sábado, 23 de abril de 2016

Como controlar os seus pensamentos[1]


 

Se você procura por um método sem esforço para controlar os seus pensamentos, esqueça. Não vai encontrar nem aqui nem em lugar algum.
Antes de existir o comércio como nós o conhecemos hoje, havia o chamado mercado de trocas. Cada produtor de determinado produto comparecia com o seu produto no mercado, que podia ser uma praça no centro de uma aldeia, e tentava trocar o seu produto por outro produto que ele precisasse.
Um criador de cabras precisava de um vestido para a sua filha. Levava uma cabritinha nos braços até o mercado e tentava trocá-lo por um pedaço de tecido com uma velha que tinha um tear. Talvez a velha não tivesse interesse na cabrita, mas precisasse de um saco de farinha. Se o homem do moinho, o que produzia a farinha, tivesse interesse na cabrita, o negócio estava fechado: A cabrita ia pro homem do moinho; a farinha ia pra velha e o tecido ia pro criador de cabras.
Sempre havia produtos sendo procurados e produtos sendo oferecidos. Com os nossos pensamentos acontece algo semelhante. Todos nós produzimos pensamentos incessantemente. A insistência com que nos demoramos em determinados tipos de pensamento formam um padrão; passamos a ser produtores de um certo padrão de pensamentos.
A Terra, o entorno da Terra, é um grande mercado de pensamentos. Há sempre pensamentos sendo oferecidos e pensamentos sendo procurados. Trocamos pensamentos o tempo todo. Muitos dos pensamentos que passam pela sua cabeça não foram produzidos por você. Você estava receptivo a eles e eles entraram em sua mente, como se fossem seus.
Somos nós que determinamos o tipo de pensamento que atrairemos. Quando pedimos inspiração para algum estudo, por exemplo, estamos nos colocando em receptividade para que os pensamentos que procuramos tenham acesso até nós.
Mas quase sempre atraímos pensamentos inconscientemente. Passamos a maior parte do tempo com a mente no piloto automático, sem nos ocuparmos com o que passa pela nossa cabeça. O que irá determinar os pensamentos que atrairemos são os pensamentos que produzimos. Sempre atraímos mais do mesmo. Se tivermos pensamentos alegres, atrairemos outros semelhantes; se mantivermos altos pensamentos filosóficos, atrairemos ideias afins; se tivermos pensamentos e sentimentos de ódio, entramos em sintonia com outros pensamentos e sentimentos semelhantes.
Não podemos, jamais, fugir da responsabilidade que temos sobre os nossos pensamentos. É comum a queixa de que não se consegue controlar o pensamento. Pessoas viciadas em sexo, pessoas que sentem raiva de outras, pessoas que sentem ciúme doentio, entre outras, queixam-se de que tentam controlar o pensamento, mas ele não obedece.
A mente está tão acostumada a manter sempre o mesmo padrão de pensamentos que não consegue mudar de um momento pro outro. É preciso persistência. É preciso substituir os pensamentos usuais por outros pensamentos mais condizentes com o que queremos para a nossa vida. Temos que pensar no que queremos e não pensar no que não queremos.
Assim como no antigo mercado de trocas, em que alguns negócios se repetiam indefinidamente, nós também formamos parcerias mentais. Depois de um tempo mantendo o mesmo padrão de pensamentos, é só dispararmos o gatilho da mente para que uma multidão de outras mentes entrem em sintonia com a nossa própria mente.
Não existe truque, não existe caminho fácil, não existe passe de mágica. Só persistência. Assim como formamos uma rede de maus pensamentos, podemos reverter a situação e formar, aos poucos, uma rede de pensamentos positivos, agradáveis e úteis.


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