Ismael Batista da Silva
Todos os anos, na época em que se aproxima o dia de
finados, muitas pessoas questionam nós espíritas, querendo saber se devem ou
não ir ao cemitério? O Espiritismo é uma doutrina educadora e libertária. Ela
não nos proíbe e nem exige nada de ninguém, apenas nos informa em relação às
leis da vida e seus mecanismos, para que, depois, cada um faz aquilo que sua
consciência permitir ou determinar.
Nesse sentido,
o Espiritismo esclarece-nos quanto aos aspectos mais profundos do entendimento
existencial. Considera com muita propriedade que no túmulo não é o lugar que os
espíritos moram ou ficam. Dependendo da data do sepultamento, às vezes, nem
corpo existe mais ali.
Sabemos com nossa doutrina e com os posicionamentos
dos Benfeitores Espirituais, que os espíritos de nossos entes queridos e
amigos, assim como todos os demais espíritos, estão muito vivos e ficam,
geralmente, à nossa volta com os quais nos acotovelamos todos os momentos.
Ninguém morre. Deus não tem nenhum filho (a) morto (a). Todos vivem e se não
estão materializados conosco estão vivendo em algum lugar nesse imenso
Universo, que é a casa do Pai, onde, segundo Jesus, existem muitas moradas.
Cabe a nós espiritualistas, nos libertarmos dos
atavismos firmados no período do entendimento da fé cega e, agora, sabedores
das verdades espirituais novas, assimilarmos esses conhecimentos e criar novos
hábitos para exaltarmos a vida e não a morte das pessoas que amamos e por elas
somos amados.
Racionalmente, chegamos à conclusão que o cemitério
não é o melhor lugar para os espíritos nos reencontrar e serem homenageados,
sobretudo se tiverem recém-desencarnados. A aproximação deles junto do lugar
onde estão os seus despojos carnais ainda trarão a eles um desconforto e
constrangimento muito grande. Muitos nem suportam ficar ali por perto por muito
tempo.
Existe uma maneira muito singela, amorosa, fraterna
que podemos habituar a fazer para que os espíritos familiares e amigos possam
sentir lembrados e homenageados por nós, não só em finados, mas todos os dias:
uma prece sincera em favor da harmonia, paz e de que estejam felizes ao lado da
família espiritual deles.
Podemos também colocar em nossos lares e/ou local de
seu antigo trabalho, um recadinho do coração, uma flor perto de um porta-retrato
com a foto do desencarnado. Assim sentirão lembrados, amados e fortalecidos por
ver que estamos exaltando a vida e não a morte.
Sempre virão ao nosso encontro os espíritos dos nossos
parentes e amigos desencarnados? Não! Muitos deles demoram em aproximar dos
entes queridos que ficaram na Terra, pois isso depende das condições
espirituais em que se encontram e das possibilidades de vir junto dos
familiares e amigos. Outros nem querem vir, pois muitas vezes nossos
sentimentos não são sinceros, e o Espírito não se interessa por essa
hipocrisia, eles vem muito mais pelo pensamento e sentimento puro.
Sabemos que tudo o que se faz no cemitério, não passa
em muitos casos de demonstração de posses materiais. Seja para demonstrar para
a sociedade uma atitude de respeito, às vezes desprovida até de sinceridade.
Portanto, todos são livres para fazer o que acham que
devem, principalmente sendo de coração aberto e sincero, numa legitima
demonstração de amor.
Então. Que tal aprendermos a referendar os nossos
mortos-vivos em nossa casa recolhidos com a família e em prece proferida com
sentimento? Aproveitar a oportunidade de amor e carinho entre os que ainda
estão encarnados para mostrar a harmonia e a fraternidade dos descendentes que
possibilitam um sentimento mais elevado ao desencarnado.
Preciso ainda lembrar que muitos espíritos que se
encontram no Mundo Espiritual não ligam a mínima para certos fatos que a nós
encarnados enche de orgulho, pois, muitos deles, estão acima das nossas
conveniências e ilusões terrenas.
Uma pergunta para encerrar nossa reflexão. Quando você
partir desse mundo, onde você gostaria de ser lembrado e reencontrar com os
seus amigos e familiares, no cemitério ou em um lugar que só te inspira boas
lembranças?
Então vamos lembrar de nossas almas queridas,
exaltando a vida e não a morte.
Grupo de Estudos Espírita Léon
Denis - GEELD
Nenhum comentário:
Postar um comentário