segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O sono e os sonhos[1]


 
Marta Antunes de Moura

 
Categorizados por Allan Kardec como fenômenos de emancipação da alma, o sono e os sonhos são indicativos de que o Espírito encarnado nunca está inativo, ainda que mantido ligado ao corpo físico pelo perispírito.
Durante o sono, apenas o corpo repousa, pois o Espírito não dorme; aproveita-se do repouso do corpo e dos momentos em que a sua presença não é necessária para atuar isoladamente e ir aonde quiser, no gozo então da sua liberdade e da plenitude das suas faculdades. Durante a encarnação, o Espírito jamais se acha separado completamente do corpo; qualquer que seja a distância a que se transporte, conserva-se preso sempre ao corpo físico por um laço fluídico, que serve para lembrá-lo de retornar a este, desde que a sua presença ali se torne necessária. Somente a morte rompe esse laço[2].
 O resultado imediato do sono é o sonho, conceituado pelos orientadores da Codificação Espírita como “(…) a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono. Notais, porém, que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes ou de tudo o que vistes. (…)[3]”.
Todas as pessoas sonham, uma vez que o Espírito continua em plena atividade enquanto o corpo físico dorme. Apenas não se recordam dos acontecimentos ocorridos na outra dimensão da vida: “(…) como o corpo é matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, já que tais impressões não chegaram ao Espírito por meio dos órgãos do corpo[4]”.
A relativa liberdade adquirida pelo Espírito encarnado durante o sono apresenta, contudo, algumas características que merecem ser assinaladas.
– Ampliação das faculdades psíquicas: “ (…) Sabei que, quando o corpo repousa, o Espírito tem mas faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire mais poder (…)[5]”.
 Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares mais distantes ou que jamais viu (…)[6].
 – O sono é  treino para a desencarnação: “O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha momentaneamente no estado em que ficará de forma definitiva depois da morte. (…)[7]”.
 – O sono viabiliza o encontro com entes queridos e com os bons Espíritos.
 Por efeito do sono, os Espíritos estão sempre em relação com os mundos dos Espíritos (…) O sono é a porta que Deus lhes abriu para entrarem em contato com seus amigos do Céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio[8].
– O sono possibilita oportunidades de progresso espiritual: “(…) quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores; viajam, conversam, conversam e se instruem com eles. Trabalham mesmo em obras que encontram prontas ao morrerem. (…)[9]”.
– Pelo sono os Espíritos imperfeitos buscam os seus afins, a eles se integrando.
[Os Espíritos](…) vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de prazeres talvez ainda mais baixos do que os que têm aqui; vão beber doutrinas ainda mais vir, mais ignóbeis, mais nocivas do que as que professam entre vós. E o que gera a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de felicidade  ou de prazer. O que também explica essas antipatias invencíveis é o fato de sentirmos intimamente que essas pessoas têm uma consciência diversa da nossa, porque as conhecemos sem nunca as termos visto com os olhos. É também o que explica a indiferença de muitos homens, que não procuram conquistar novos amigos, por saberem que  há outros que os amam e os querem. Numa palavra: o sono influi mais do que pensais na vossa vida[10].
À medida que a pessoa desenvolve a capacidade de lembrar-se dos sonhos — há orientações médicas e psicológicas a respeito —, os sonhos se tornam mais nítidos. Surgem, então, com frequência cada vez maior, os chamados sonhos espíritas, assim denominados pela lucidez e coerência das lembranças. Esta situação é de grande valia para o encarnado, auxiliando-o em seu progresso espiritual.
Os avisos por meio dos sonhos desempenham grande papel nos livros sagrados de todas as religiões. (…) É com frequência a ocasião que os Espíritos protetores aproveitam para se manifestar a seus protegidos e lhes dar conselhos mais diretos. São numerosos os exemplos autênticos de avisos por sonhos; porém, não se deve concluir daí que todos os sonhos são avisos, nem, ainda menos, que tudo o que vê em sonho tem uma significação qualquer. Deve-se incluir a arte de interpretar os sonhos no rol das crenças supersticiosas  e absurdas[11].




[2] KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. Pt. 1, cão. IV, it. 24, pág. 74/75.
[3] O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4ª ed. 1ª imp. Questão 401, pág. 209. Brasília: FEB Editora, 2013.
[4] Questão 403, pág. 210.
[5] Questão 402, pág. 207.
[6] Pág. 209.
[7] Pág. 208.
[8] O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4ª ed. 1ª imp., pág. 209. Brasília: FEB Editora, 2013.
[9] Obras Póstumas. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. Pt. 1, cap. IV, it. 24, pág. 75.
[10] Pág. 75/76.
[11] A Gênese. Os Milagres e as predições. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. Cap. XV, it. 3, pág.265.

domingo, 29 de novembro de 2015

INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS SOBRE OS NOSSOS PENSAMENTOS E AS NOSSAS AÇÕES[1].


 
Elio Mollo

Livres da matéria, os Espíritos usam o pensamento para se comunicarem entre si e com os encarnados. Para eles o pensamento é tudo[2]. Quando o pensamento está em algum lugar, a alma está também, uma vez que é a alma que pensa. O pensamento é um atributo da alma[3].
Os Espíritos podem, muitas vezes, conhecer os nossos pensamentos mais secretos, principalmente, aquilo que desejaríamos ocultar a nós mesmos; nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados para eles.  Assim sendo, pareceria mais fácil ocultar-se uma coisa a uma pessoa viva, pois não o podemos fazer a essa mesma pessoa depois de morta, pois quando nos julgamos bem escondidos, temos muitas vezes ao nosso lado uma multidão de Espíritos que nos veem. 
A ideia que fazem de nós, os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam, depende da capacidade evolutiva do observador, assim, os Espíritos levianos riem das pequenas traquinices que nos fazem, e zombam das nossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as nossas trapalhadas e tratam de nos ajudar. 
Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações, e nesse sentido, a influência deles é maior do que podemos supor, porque muito frequentemente são eles que nos dirigem. 
Temos pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos, ou seja, a nossa alma é um Espírito que pensa e não podemos ignorar que muitos pensamentos nos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto e frequentemente bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os nossos e os dos Espíritos, e é isso o que nos deixa na incerteza, porque temos em nós duas ideias que se combatem. Para distinguir os nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos, temos que, quando um pensamento nos é sugerido, é como uma voz que nos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que nos ocorrem no primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para nós nessa distinção, e é frequentemente útil não o sabermos, assim, o homem pode agir mais livremente e, se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade, e se tomar o mau caminho a sua responsabilidade será maior. 
Os homens de inteligência e de gênio, algumas vezes, as ideias surgem de seu próprio Espírito, mas frequentemente lhes são sugeridas por outros Espíritos, que os julgam capazes de as compreender e dignos de as transmitir. Quando eles não as encontram em si mesmos, apelam para a inspiração; é uma evocação que fazem, sem o suspeitar.
Se fosse útil que pudéssemos distinguir claramente os nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos, Deus nos teria dado o meio de fazê-lo, como nos deu o de distinguir o dia e a noite. Quando uma coisa permanece vaga é que assim deve ser para o nosso bem.
O primeiro impulso pode ser bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele que ouve as boas inspirações.
Para distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito, devemos aprender que os bons Espíritos não aconselham senão o bem, assim, cabe a nós distinguir e escolher.  
Os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal com a intenção de nos fazer sofrer como eles, ou seja, eles o fazem por inveja dos seres mais felizes e porque ainda se sentem pertencer a uma ordem inferior e estarem com a consciência pesada a lhe cobrarem a reparação dos seus erros. 
Também podemos dizer que os espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no bem. Nós, como Espíritos, devemos progredir na ciência do infinito, e é por isso que passamos pelas provas do mal até chegarmos ao bem.
A missão dos bons Espíritos é a de nos porem no bom caminho, e quando más influências agem sobre nós, somos nós mesmos que as chamamos, pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores, também, vêm em nosso auxílio para nos fazer praticar o mal quando temos a vontade de o cometer[4].  Assim, se somos inclinado ao assassínio, teremos uma nuvem de Espíritos ainda voltados ao mal fortalecendo esse pensamento em nós, contudo, quando temos a vontade de fazer o bem, também, teremos junto a nós, Espíritos bons que tratarão de nos influenciar para o bem, isso faz com que se reequilibre a balança, assim, Deus deixa à nossa consciência a escolha da rota que devemos seguir, e a liberdade de ceder a uma ou a outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.
O homem pode se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos. 
Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade[5] do homem renunciam às suas tentativas, ou seja, quando nada têm para fazerem, abandonam o campo. Não obstante, espreitam o momento favorável, como o gato espreita o rato. 
O melhor meio para neutralizar a influência dos maus Espíritos e fazendo o bem e colocando toda a nossa confiança em Deus, assim, repelimos a influência dos Espíritos inferiores e destruímos o império que desejam ter sobre nós. Devemos evitar de dar ouvidos as sugestões dos Espíritos que suscitam em nós os maus pensamentos, que insuflam a discórdia e excitam em nós todas as más paixões. Desconfiemos sobretudo daqueles que exaltam o nosso orgulho, porque eles aproveitam das nossas fraquezas. Eis porque Jesus nos ensinou através da oração dominical: "Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!"  
Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade e consequentemente terá de sofrer as consequências[6]. Deus pode deixá-lo fazer para nos provar, mas jamais o ordena, assim, cabe a nós afastar essa espécie de Espirito. 
Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível, ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso pode ser consequência de um efeito das comunicações que, sem o saber, tivemos com os Espíritos, ou das relações que tivemos com eles durante o sono. 
Os Espíritos que desejam incitar-nos ao mal aproveitam a circunstância, mas frequentemente a provocam, empurrando-nos sem o percebermos para o objeto da nossa ambição. Assim, por exemplo, um homem encontra no seu caminho uma certa quantia: não acreditemos pois que foram os Espíritos que puseram o dinheiro ali, mas eles podem dar ao homem o pensamento de se dirigir naquela direção, e então lhe sugerem apoderar-se dele, enquanto outros lhe sugerem devolver o dinheiro ao dono. Acontece o mesmo em todas as outras tentações.




[2] Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 100, Escala Espírita.
[3] Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 89a, Forma e Ubiquidade dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, primeira parte, cap. II, item 7.
[4] Ver Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. VI, item 100, questão 11.
[5] A vontade não é uma entidade, uma substância e nem mesmo uma propriedade da matéria mais eterizada: é o atributo essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante. (Ver Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. VIII, Laboratório do Mundo Invisível, item 131.)
[6] Diz o texto francês: "et par conséquent il en subit les conséquences". Em geral, nas traduções, procura- se corrigir a repetição. Preferimos respeitá-la, mesmo porque nos parece destinada a dar ênfase ao fato. (Nota. de J. Herculano Pires)

sábado, 28 de novembro de 2015

A Outra


Crianças com memórias de vidas passadas surpreendem pesquisadores[1]


O universo é cheio de mistérios que desafiam o nosso conhecimento atual. Em “Além da Ciência”, o Epoch Times coleta histórias sobre alguns fenômenos estranhos para estimular a imaginação e abrir a mente para novas possibilidades. Elas são reais? Você decide.
Diversos pesquisadores têm investigado cuidadosamente casos de crianças que relatam memórias de vidas passadas. Foram verificados muitos casos em que os detalhes dados por crianças (algumas vezes com uma precisão surpreendente) correspondem a pessoas falecidas. Em outros casos, os dados são mais difíceis de se verificar.
Mesmo nos casos mais convincentes, alguns encontrarão algum elemento de dúvida. Será que os pais influenciaram os seus filhos com uma certa linha de questionamento sugestionável? Será que as crianças ouviram informações e repetiram-nas, sem o conhecimento de seus pais? Poderia uma imaginação fértil ou desejo de atenção terem alimentado a conversa sobre uma vida passada? Talvez a probabilidade possa explicar como tais “memórias” correspondem a pessoas ou eventos reais, ou talvez sejam apenas palpites de sorte.
 
A psicologia
O psicólogo Dr. Erlendur Haraldsson, professor emérito da Universidade da Islândia, em Reykjavik, estudou 30 crianças no Líbano, que persistentemente falaram de memórias de vidas passadas, e as comparou com outro grupo de teste composto por outras 30 crianças. O Dr. Haraldsson se perguntou se as crianças que se associam tão fortemente a outra pessoa (sua encarnação de vida passada) são psicologicamente semelhantes a pessoas com múltiplas personalidades.
O Dr. Haraldsson testou as crianças para saber se elas estavam mais propensas a tendências dissociativas do que seus pares do grupo outro teste. Ele explicou em seu artigo “Crianças que falam de experiências de vidas passadas: Há uma explicação psicológica?”, publicado pela Sociedade Britânica de Psicologia, em 2003: “O conceito de dissociação tem sido usado para descrever uma variedade de processos psicológicos, que vão desde aqueles que são perfeitamente normais, como a atenção dividida e sonhar acordado, ao aparecimento de múltiplas personalidades na mesma pessoa com pouca ou nenhuma consciência umas das outras”.
Ele descobriu que as crianças com supostas memórias de vidas passadas “obtiveram pontuações mais elevadas em relação a sonhar acordado, busca de atenção, e dissociação, mas não em relação ao isolamento social e à facilidade de se deixarem levar por sugestões”. No entanto, ele descobriu “que o nível de dissociação foi muito menor do que nos casos de personalidade múltipla, e não foi clinicamente relevante”.
No mesmo artigo, ele fez referência ao seu estudo de campo no Sri Lanka. Ele descobriu que lá, as crianças que falavam de vidas passadas sonhavam acordadas mais do que seus pares do outro grupo teste, mas não houve nenhuma indicação de que elas eram mais propensas a fabricar experiências imaginárias. Nem foram encontradas evidências indicando que elas seriam mais facilmente levadas por sugestões. Em um de seus estudos no Sri Lanka, ele descobriu que essas crianças têm vocabulários maiores, obtiveram maior pontuação em um breve teste de inteligência e tiveram melhor desempenho escolar do que seus pares do outro grupo teste.
Haraldsson citou o Dr. Ian Stevenson, conhecido por seu estudo sistemático iniciado na década de 1960, sobre milhares de casos de crianças que relataram memórias de vidas passadas. Stevenson reexaminou muitas das crianças e descobriu que elas cresceram de forma saudável, se ajustaram apropriadamente à sociedade, e não tiveram diferenças psicológicas significativas comparadas com seus pares do outro grupo teste. Apenas uma das crianças que Stevenson reexaminou tornou-se esquizofrênica na vida adulta.
 
A busca pela verdade
Psicólogos como Haraldsson e Stevenson esforçaram-se para detectar qualquer influência psicológica que pudesse gerar dúvidas sobre as supostas memórias que eles investigaram.
Em 1975, o Jornal da Associação Médica Americana escreveu sobre Stevenson: “No que diz respeito à reencarnação, ele cuidadosamente e sem emoção coletou uma série detalhada de casos na Índia, casos em que as evidências são difíceis de serem ligadas a qualquer outra razão.… Ele registrou uma grande quantidade de dados que não podem ser ignorados”.
Em 1994, Haraldsson publicou um artigo intitulado “Estudos de Replicação de Casos Sugestivos de Reencarnação por Três Investigadores Independentes”, no Jornal da Sociedade Americana para a Pesquisa Psíquica, delineando estudos que replicaram a obra de Stevenson.
Ele resumiu: “Até o momento, Jurgen Keil estudou 60 casos na Birmânia, Tailândia e Turquia; Erlendur Haraldsson estudou 25 casos no Sri Lanka; e Antonia Mills estudou 38 casos no norte da Índia.… Em 80% dos 123 casos, foi identificada uma pessoa falecida que aparentemente correspondeu a algumas ou todas as declarações da criança.… Em 51% dos 99 casos resolvidos, a pessoa que a criança alegou ser era desconhecida pela família da criança; em 33% era conhecida e em 16% era parente. Da amostra combinada de 123 casos, apenas um dos casos [um estudado de Mills] parecia estar na fronteira entre o engano consciente perpetrado e o autoengano”.
O trabalho incluiu alguns exemplos de casos em que foram verificados os detalhes das memórias. Um desses casos foi o de Engin Sungur, nascido em dezembro de 1980 no Hospital Antakya, em Hatay, Turquia.
 
Caso de um menino na Turquia
Quando Sungur era um jovem garoto, fez uma viagem com sua família para longe de sua aldeia natal, Tavla. Durante a viagem, ele apontou para uma aldeia pela qual passava, chamada Hancagiz, e disse que ele morava lá. Ele disse que seu nome era Naif Cicek, e que ele tinha ido para Ancara antes de morrer.
Realmente existiu um Naif Cicek, que havia morrido naquela aldeia um ano antes de Sungur nascer. Mas a família de Sungur ficou sem saber disso por algum tempo. Eles não cederam imediatamente aos pedidos de Sungur para visitar a aldeia de sua vida passada.
Em data posterior, quando a filha de Cicek estava na aldeia de Tavla, onde Sungur vivia, antes da família de Sungur e Cicek terem qualquer contato, Sungur se aproximou dela e disse: “Eu sou o seu pai”.
A mãe de Sungur eventualmente levou-o para Hancagiz para conhecer a família de Cicek. O menino identificou corretamente vários membros da família, incluindo a viúva do falecido. Ele apontou para uma lamparina a óleo na casa de Cicek e disse que ele a havia feito sozinho. Ele disse que seu filho uma vez acertou-a com seu próprio caminhão enquanto estacionava de ré.
Todas as declarações feitas por Sungur estavam corretas, todas elas combinaram com os detalhes da vida de Cicek. Algumas outras declarações que ele fez não puderam ser verificadas, mas ele não fez nenhuma declaração incorreta.
O Dr. Jim Tucker, sucessor de Stevenson em estudos de reencarnação da Universidade de Virginia, contou casos semelhantes em que puderam ser verificados os detalhes das memórias de vidas passadas de uma criança, em seu livro “Retorno à Vida: Casos Extraordinários de Crianças que Lembram de Vidas Passadas”. Mas, ele observou, com relação aos casos que não podem ser verificados, “no mínimo, eles levantam a questão sobre o que poderia levar as crianças a acreditar que lembram dos acontecimentos que algumas delas relatam”.
 
Caso de uma menina no Canadá
O Dr. Tucker citou alguns exemplos, um dos quais envolveu uma menina do Canadá, que pareceu lembrar-se de ser uma senhora idosa. O pai da menina não tinha nenhum interesse por hóquei. Na verdade, ele evitava assistir ou falar sobre este assunto porque ele tinha más associações com o esporte – seu próprio pai era apaixonado por hóquei e sua falta de interesse pelo esporte havia afetado negativamente a relação entre os dois.
A menina, Hannah, quando tinha 3 anos de idade, perguntou ao seu pai por que o filho dela nunca mais levou-a para assistir jogos de hóquei. O pai perguntou quando o filho dela havia feito isso, e Hannah respondeu: “Você sabe, papai, quando eu era uma senhora idosa”.
Depois de algum tempo, ela falou mais sobre seu filho, dando detalhes como o carro branco com ferrugem que seu ele costumava dirigir e sua jaqueta de couro.
O 

Dr. Tucker escreveu: Mesmo que as declarações da criança não possam ser verificadas neste caso, eu acho que são bastante impressionantes. O que levaria uma criança de 3 anos de idade, especialmente cuja família nem gostava de hóquei, a imaginar que ela tinha sido uma mulher idosa que desejava que seu filho a levasse para assistir a jogos de hóquei?”


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

AS PROVAS E A MORTE[1]

 

Estabelecido o alvo da existência, mais alto que a fortuna, mais elevado que a felicidade, uma Inteira revolução produz-se em nossos intuitos.
O Universo é uma arena em que a alma luta pelo seu engrandecimento, e este só é obtido por seus trabalhos, sacrifícios e sofrimentos. A dor, física ou moral, é um meio poderoso de desenvolvimento e de progresso. As provas auxiliam-nos a conhecer, a dominar as nossas paixões e a amarmos realmente os outros. No curso que fazemos, o que devemos procurar adquirir é a ciência e o amor alternadamente. Quanto mais soubermos, mais amaremos e mais nos elevaremos. A fim de podermos combater e vencer o sofrimento, cumpre estudarmos as causas que o produzem, e, com o conhecimento dos seus efeitos e a submissão às suas leis, despertar em nós uma simpatia profunda para com aqueles que o suportam. A dor é a purificação suprema, é a escola em que se aprendem a paciência, a resignação e todos os deveres austeros. É a fornalha onde se funde o egoísmo, em que se dissolve o orgulho. Algumas vezes, nas horas sombrias, a alma submetida à prova revolta-se, renega a Deus e sua justiça; depois, passada a tormenta, quando se examina a si mesma, vê que esse mal aparente era um bem; reconhece que a dor tornou-a melhor, mais acessível à piedade, mais caritativa para com os desgraçados.
Todos os males da vida concorrem para o nosso aperfeiçoamento. Pela dor, pela prova, pela humilhação, pelas enfermidades, pelos reveses o melhor desprende-se lentamente do pior. Eis por que neste mundo há mais sofrimento que alegria. A prova retempera os caracteres, apura os sentimentos, doma as almas fogosas ou altivas.
A dor física também tem sua utilidade; desata quimicamente os laços que prendem o Espírito à carne; liberta-o dos fluídos grosseiros que o retêm nas regiões inferiores e que o envolvem, mesmo depois da morte. Essa ação explica, em certos casos, as curtas existências das crianças mortas com pouca idade. Essas almas puderam adquirir na Terra o saber e a virtude necessários para subirem mais alto; como um resto de materialidade Impedisse ainda o seu voo, elas vieram terminar, pelo sofrimento, a sua completa depuração.
Não imitemos esses que maldizem a dor e que, nas suas imprecações contra a vida, recusam admitir que o sofrimento seja um bem. Desejariam levar uma existência a gosto, toda de bem-estar e de repouso, sem compreenderem que o bem adquirido sem esforço não tem nenhum valor e que, para apreciar a felicidade, é necessário saber-se quanto ela custa. O sofrimento é o instrumento de toda elevação, é o único meio de nos arrancarmos à indiferença, à volúpia. É quem esculpe nossa alma, quem lhe dá mais pura forma, beleza mais perfeita.
A prova é um remédio infalível para a nossa inexperiência. A Providência procede para conosco como mãe precavida para com seu filho. Quando resistimos aos seus apelos, quando recusamos seguir-lhe os conselhos, ela deixa-nos sofrer decepções e reveses, sabendo que a adversidade é a melhor escola da prudência.
Tal o destino do maior número neste mundo. Debaixo de um céu algumas vezes sulcado de raios, é preciso seguir o caminho árduo, com os pés dilacerados pelas pedras e pelos espinhos. Um Espírito de vestes lutuosas guia os nossos passos; é a dor santa que devemos abençoar, porque só ela sacode e desprende-nos o ser das futilidades com que este gosta de paramentar-se, torna-o apto a sentir o que é verdadeiramente nobre e belo.
*
Sob o efeito desses ensinos, a que se reduz a ideia da morte? Perde todo o caráter assustador. A morte mais não é que uma transformação necessária e uma renovação, pois nada perece realmente. A morte é só aparente; somente muda a forma exterior; o princípio da vida, a alma, fica em sua unidade permanente, indestrutível. Esta se acha, além do túmulo, na plenitude de suas faculdades, com todas as aquisições com que se enriqueceu durante as suas existências terrestres: luzes, aspirações, virtudes e potências. Eis ai os bens imperecíveis a que se refere o Evangelho, quando diz: “Os vermes e a ferrugem não os consumirão nem os ladrões os furtarão.” São as únicas riquezas que poderemos levar conosco e utilizar na vida futura.
A morte e a reencarnação que se lhe segue, em um tempo dado, são duas condições essenciais do progresso. Rompendo os hábitos acanhados que havíamos contraído, elas colocam-nos em meios diferentes; obrigam a adaptarmo-nos às mil faces da ordem social, e universal.
Quando chega o declínio da vida, quando nossa existência, semelhante à página de um livro, vai voltar-se para dar lugar a uma página branca e nova, aquele que for sensato consulta o seu passado e revê os seus atos. Feliz quem nessa hora puder dizer: meus dias foram bem preenchidos! Feliz aquele que aceitou as suas provas com resignação e suportou-as com coragem! Esses, macerando a alma, deixaram expelir tudo o que nela havia de amargor e fel.
Rememorando na consciência as suas tribulações, bendirão os sofrimentos que suportaram, e, com a paz íntima, verão sem receio aproximar-se o momento da morte.
Digamos adeus às teorias que fazem da morte a porta do nada, ou o prelúdio de castigos Intermináveis. Adeus sombrios fantasmas da Teologia, dogmas medonhos, sentenças inexoráveis, suplícios infernais! Chegou a vez da esperança e da vida eterna! Não mais há negrejantes trevas, porém, sim, luz deslumbrante que surge dos túmulos.
Já vistes a borboleta de asas multicores despir a informe crisálida, esse invólucro repugnante, no qual, como lagarta, se arrastava pelo solo? Já a vistes solta, livre, voejar ao calor do Sol, no meio do perfume das flores? Não há imagem mais fiel para o fenômeno da morte. O homem também está numa crisálida que a morte decompõe. O corpo humano, vestimenta de carne, volta ao grande monturo; o nosso despojo miserável entra no laboratório da Natureza; mas, o Espírito, depois de completar a sua obra, lança-se a uma vida mais elevada, para essa vida espiritual que sucede à vida corpórea, como o dia sucede à noite. Assim se distingue cada uma das nossas encarnações.
Firmes nestes princípios, não mais temeremos a morte. Como os gauleses, ousaremos encará-la sem terror. Não mais haverá motivo para receio, para lágrimas, cerimônias sinistras e cantos lúgubres. Os nossos funerais tornar-seão uma festa pela qual celebraremos a libertação da alma, sua volta à verdadeira pátria.
A morte é uma grande reveladora. Nas horas de provação, quando as sombras nos rodeiam, perguntamos algumas vezes: Por que nasci eu? Por que não fiquei mergulhado lá na profunda noite, onde não se sente, onde não se sofre, onde só se dorme o eterno sono? E, nessas horas de dúvida e de angústia, uma voz vem até nós e diz-nos: Sofre para te engrandeceres, para te depurares! Fica sabendo que teu destino é grande. Esta terra fria não é teu sepulcro. Os mundos que brilham no âmbito dos céus são tuas moradas futuras, a herança que Deus te reserva. Tu és para sempre cidadão do Universo; pertences aos séculos passados como aos futuros, e, na hora atual, preparas a tua elevação. Suporta, pois, com calma, os males por ti mesmo escolhidos. Semeia na dor e nas lágrimas o grão que reverdecerá em tuas próximas vidas. Semeia também para os outros assim como semearam para ti! Ser imortal, caminha com passo firme sobre a vereda escarpada até às alturas de onde o futuro te aparecerá sem véu! A ascensão é rude, e o suor inundará muitas vezes o teu rosto, mas, no cimo, verás brilhar a grande luz, verás despontar no horizonte o Sol da Verdade e da Justiça!
A voz que assim nos fala é a voz dos mortos, é a voz das almas queridas que nos precederam no país da verdadeira vida. Bem longe de dormirem nos túmulos, elas velam por nós. Do pórtico do invisível veem-nos e sorriem para nós. Adorável e divino mistério! Comunicam-se conosco e dizem: Basta de dúvidas estéreis; trabalhai e amai. Um dia, preenchida a vossa tarefa, a morte reunir-nos-á.



[1] Depois da morte – Léon Denis

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Entenda as ondas cerebrais[1]


Emilce Shrividya Starling

 
Recentes descobertas científicas nos fazem compreender melhor o antigo processo de meditação do yoga. O cérebro é composto de bilhões de células nervosas que criam pequenas correntes elétricas, e dele emanam ondas eletromagnéticas sutis ou "ondas cerebrais" que se alteram com as mudanças de estado de consciência.

Através de um eletroencefalograma essas ondas cerebrais podem ser detectadas. Os eletrodos sensitivos do aparelho, ligados à cabeça das pessoas, captam os ritmos das ondas cerebrais e os registram em um gráfico.

Desse modo, os cientistas descobriram vários tipos de ondas cerebrais diferentes, que são emitidas em diferentes estados de consciência: ondas Beta, Alfa, Teta e Delta.

Há uns trinta anos atrás, através de um exame encefalograma, que fiz a pedido médico, por causa de dores de cabeça, despertei para a consciência que a ondas Alfa existiam mesmo e que eu tinha aprendido a entrar em alfa através do yoga.

O exame não mostrou nenhum problema, mas foi muito bom ter feito, pois fiquei surpresa ao saber pelo médico que, durante todo o exame, eu tinha ficado em ondas alfa, bem tranquila.

Aquilo me despertou para a consciência da verdade dos ensinamentos da Ciência do Yoga. As ondas alfa não eram apenas palavras ou ficção. Eu podia vivenciar aquele estado calmo quando eu queria, quando eu me permitia relaxar.

Antes de praticar hatha yoga e meditação, eu tinha muita ansiedade, medos e insônia. Apesar de ter tudo, amor verdadeiro, filhos, estabilidade financeira, fazer viagens, ter vida social e muito conforto, eu vivia preocupada com o futuro, com medo de perder tudo de bom que tinha. Tinha muitos pensamentos negativos, e com essa turbulência mental, não podia ser feliz, porque não vivia o momento presente, o único momento que existe.

Através das práticas da hatha yoga e da meditação diária, fiquei curada das constantes dores de cabeça, e fui acalmando o manancial de emoções e pensamentos. Comecei a me transformar para melhor, saborear os momentos do meu dia- a-dia e a desfrutar do dom da vida.

Em cursos sobre controle da mente e meditação, aprendi sobre as ondas da mente e como entrar em ondas Alfa, (e até em ondas mais profundas como ondas Teta), acalmando muito minha mente.

 Ondas Beta, Alfa, Teta e Delta

Onda Beta é a onda cerebral produzida durante o estado de vigília - um ritmo rápido (13 ou mais ciclos por segundo) e é irregular. É um estado de mente agitada de uma pessoa comum.

Pode alterar-se muito se a pessoa ficar nervosa e brigando. Em ondas elevadas de Beta, surgem os conflitos, pois não há entendimento, nem diálogo.

Onda Alfa é a onda muito mais lenta (cerca de 8 ciclos por segundo). É estável e rítmica, com mais amplitude e mais energia. É emitida pelo cérebro durante o sono e no estado mental de serenidade.

Em ondas Alfa, embora a mente esteja tranquila e equilibrada, ela não está fraca ou passiva; está serena e alerta. Durante momentos de inspiração criativa, do relaxamento ou meditação, ondas alfa emanam do cérebro.

Durante a meditação e o relaxamento, as ondas cerebrais são imediatamente transformadas, passando do ritmo acelerado de Beta para o ritmo tranquilo de Alfa. E, com a concentração contínua no mantra, o nível de energia de ondas alfa aumenta.

Ondas Teta: na Meditação profunda e no relaxamento profundo Yoga Nidra, as ondas Alfa são gradualmente transformadas em ondas mais lentas e poderosas, de ritmo Teta (4 ciclos por segundo).

Nesse estado Teta de superconsciência, a mente é inundada, (como foi comprovado pelos cientistas), com insights criativos e alegria interior, como se estivesse no limiar da Consciência Cósmica.

 Ondas Delta: acontece em alguns momentos de sono profundo.

 E, na medida em que a meditação torna-se cada vez mais profunda, as ondas cerebrais desaceleram ainda mais, passando ao ritmo de ondas Delta (1 ciclo por segundo).

Nesse estado, o nível de energia aumenta e o êxtase interior torna-se cada vez mais intenso e a mente se aquieta. O praticante da meditação transcende o limite de espaço e de tempo e mergulha na paz do Ser interior.

Desse modo, durante a meditação, através da contínua vibração do mantra, as ondas cerebrais gradualmente se tornam mais lentas, mais sutis e a mente funde-se à Consciência Suprema no interior de cada um, atingindo estados de êxtase, contentamento e paz profunda. É a meta do yoga: o estado de Samadhi, a união com Deus.

Samadhi

Samadhi em sânscrito literalmente significa 'ser um com a meta', tornar-se um com Deus dentro de nós. É o Nirvana dos budistas, o Satori do zen, a União mística do catolicismo. É a união suprema com o Ser interior. É um estado muito elevado de se alcançar. É sentir o que Jesus disse: "Eu e o Pai somos Um".

E, como diz um sábio yogue, Shri Andandamurti:

 "A Consciência Suprema está dentro de você assim como a manteiga existe no leite; bata a sua mente com o processo de meditação, e Ela surgirá - você verá que a resplandecência da Consciência Suprema ilumina todo o seu Ser interior. Ela é como um rio subterrâneo dentro de você. Remova as areias da mente e encontrará a água fresca e límpida do interior".

Experimente você também essa verdadeira transformação, se aquietando através das ondas alfa no relaxamento, na meditação, na prática consciente das posturas da hatha yoga.

 Sinta-se motivado a criar seu próprio milagre interior. Experimente alegria e serenidade no seu dia a dia. Melhore sua saúde, seu humor e seus relacionamentos. Fique em paz! Namaste! Deus em mim saúda Deus em você.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Expert fala sobre evidências de reencarnação e vidas passadas[1]


Dr. Jim Tucker (Dan Addison/University of Virginia Public Affairs/Audio Visual Dept.)

 O universo é cheio de mistérios que desafiam o nosso conhecimento atual. Em “Além da Ciência”, o Epoch Times coleta histórias sobre alguns estranhos fenômenos para estimular a imaginação e abrir a mente para novas possibilidades. Elas são reais? Você decide.
O Dr. Jim Tucker teve o privilégio de ser lecionado por estudiosos reconhecidos mundialmente. Seu antecessor em estudos de reencarnação na Universidade de Virgínia, o Dr. Ian Stevenson (1918-2007), ganhou o respeito da Comunidade Americana de Ciência por suas análises sóbrias, mesmo que não tenha convencido a todos de que a reencarnação definitivamente exista.
Mesmo estando nos EUA, grande parte de suas pesquisas foram realizadas na Ásia. Agora, o Dr. Tucker está trazendo a pesquisa para a América, um movimento com tantos benefícios quanto desafios.
Aqui você não encontra facilmente um Budista disposto a falar sobre vidas passadas, ou alguém disposto a ouvir o que seu filho tem a dizer sobre vidas passadas.
O Dr. Stevenson documentou milhares de casos de crianças que pareciam lembrar de suas vidas passadas, e algumas ‘lembranças’ eram tão precisas que Stevenson pôde rastrear as encarnações passadas. Ele encontrou relatórios médicos e outros documentos que confirmam os relatos que as crianças deram sobre suas vidas passadas. Estes são chamados de casos de reencarnação “resolvidos”.
Entretanto, os casos asiáticos convincentes correm o risco de serem rotulados na América como sendo influenciados psicologicamente pela crença local.
Nos EUA, se uma criança fala sobre outra mãe, neto ou sobre o fogo no qual ela morreu, os pais não são tão ágeis para pensar que é uma possível memória de vidas passadas.
A preocupação de que a família pode ter influenciado a criança com perguntas ou conversas sobre vidas passadas não acontece nos EUA. “Nós não temos a preocupação com fatores culturais, que são grandes influenciadores em casos asiáticos”, disse o Dr. Tucker.
Quando ninguém está procurando por memórias de vidas passadas, elas são mais difíceis de serem encontradas. Porém, o Dr. Tucker já realizou grandes estudos nos EUA, incluindo alguns casos resolvidos que podem ser comparados com aqueles encontrados pelo Dr. Stevenson na Ásia.
Longe de promover conversas sobre vidas passadas, algumas famílias americanas que o Dr. Tucker trabalhou já foram totalmente contra essa crença. Só depois de surgir evidências convincentes sobre memórias de vidas passadas, evidências fortes o suficiente para fazer pais céticos acreditarem, que o Dr. Tucker passou ouvi-los.
Por exemplo, um cristão evangélico em Louisiana, que era completamente resistente à ideia de reencarnação, foi convencido pelo seu filho a partir de detalhes que ele deu.
Quando seu filho, James Leininger, tinha 2 anos de idade, ele começou a ter pesadelos horríveis com quedas de avião. O menino disse que foi derrubado pelos japoneses, que seu avião decolou do navio Natoma, e que ele tinha um amigo chamado Jack Larson. Ele também identificou o local onde caiu o avião, na ilha Iwo Jima, através de uma foto.
Iwo Jima é uma ilha que os EUA lutou para capturar em 1945. O Natoma estava realmente envolvido na batalha pela Iwo Jima. Um piloto morreu nesta batalha, e um outro piloto chamado Jack Larson também estava em Iwo Jima.
Leininger começou dizendo que ele era o terceiro James. O piloto que morreu na batalha por Iwo Jima era chamado James Huston Jr. Isso tornaria James Leininger o terceiro James, se ele realmente for a reencarnação do piloto.
Dr. Tucker teve uma criação católica. Quando questionado sobre como sua família se sente sobre sua pesquisa, ele disse, “eu não sei ao certo como eles se sentem sobre isso”. Sua mãe dá suporte, embora ele ache que ela não está convencida de que a reencarnação exista. Sua esposa e seus filhos dão todo apoio.
Ele também tem sorte de trabalhar com colegas que o apoiam. A divisão de estudos sobre Percepção na Universidade de Virginia reúne pesquisadores que investigam experiência de quase morte, aparições, visões no leito da morte e outros temas relacionados à consciência humana.
“Você nunca sabe quem vai ser receptivo sobre isso”, disse o Dr. Tucker. “É diferente, com certeza, mas eu acho que estamos abordando o tema a partir de uma perspectiva racional e funciona assim para qualquer abordagem científica de curiosidade, tentando aprender sobre o que está acontecendo sem ter qualquer ideia preconcebida.”
Ele também realiza pesquisas convencionais ao lado de seus estudos sobre reencarnação. Os métodos convencionais de investigação científica são capazes de medir fenômenos com uma certa certeza, mas o Dr. Tucker disse que há muitos assuntos importantes que não se estuda da maneira convencional. No entanto, eles ainda devem ser explorados.
 
Os benefícios da pesquisa sobre reencarnação
A pesquisa sobre reencarnação pode ajudar algumas crianças que estão passando por momentos difíceis a lidar com memórias de vidas passadas. Tais crianças podem até mesmo experimentar sintomas de transtorno de estresse pós-traumático, causados por suas visões do momento de sua morte. Alguns têm fobias relacionadas com estas visões traumáticas, e algumas simplesmente sentem tanta falta de seus familiares antigos que se tornam muito agitadas. Em muitos casos, as crianças que visitaram as famílias de suas encarnações passadas conseguiram resolver seus problemas.
O Dr. Tucker explicou que, às vezes, isso pode ajudar porque as memórias da criança foram validadas, ou porque a criança pode ver que a antiga família mudou e que aquela vida está no passado. De qualquer maneira, as crianças costumam parar de falar sobre suas vidas passadas em torno de 6 ou 7 anos.
Outra forma na qual a pesquisa pode ajudar os americanos, é que ela confirma a crença na vida após a morte. O Dr. Tucker disse que sua pesquisa pode ajudar as pessoas a tratar melhor uns aos outros, embora ele diga que qualquer crença espiritual, seja em reencarnação ou não, pode ajudar nesse sentido.
Será que algum dia os americanos serão tão abertos à ideia de reencarnação como as pessoas da cultura oriental? “Eu não vejo a cultura americana necessariamente se movendo nessa direção”, disse o Dr. Tucker. Cerca de 20% dos americanos acreditam que a reencarnação pode existir, e segundo ele não há nenhuma indicação de que este número esteja aumentando. Porém, talvez os americanos passem a acreditar em reencarnação depois de exemplos, dentro de sua própria cultura, de crianças que se lembram de vidas passadas, em vez de exemplos em aldeias do outro lado do mundo.
Quanto aos vários detalhes que as crianças dão de suas vidas passadas que correspondem com pessoas reais que morreram, o Dr. Tucker diz que “isso desafia o entendimento de que esses casos são apenas coincidências”.
Ele deu o exemplo de uma mulher no Líbano, que deu o nome de 25 pessoas que ela lembrava de vidas passadas, e uma descrição de seus relacionamentos. Em seu livro, “Return to Life: Extraordinary Cases of Children Who Remember Past Lives” (De Volta à Vida: Casos Extraordinários de Crianças que Lembraram de Vidas Passadas), o Dr. Tucker deu vários exemplos de crianças nos EUA e no exterior, cuja aparente lembrança de vidas anteriores confirmaram sua crença em vida após a morte.