sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Consolador Prometido[1]




 Acontecimentos incomuns foram presenciados em uma casa localizada na zona rural de um município da Região Norte do Rio Grande do Sul. Barulhos de socos nas paredes, pedras que caem sobre o telhado e dentro da casa, mesmo com portas e janelas fechadas, são alguns dos relatos dos moradores. O caso se tornou o principal assunto da cidade e mobilizou a cidade.
Assustada e sem saber a quem recorrer, a família que presenciava os fenômenos acionou a Brigada Militar, que foi ao local e mesmo sem encontrar explicações registrou uma ocorrência. Os policiais se dizem espantados com os fatos observados. "Vimos pedras sendo jogadas ou caindo em cima do telhado da casa, nas paredes. O detalhe é que não quebrava a telha. Nas paredes, não ficava sinal nenhum dessas pedras", conta o Sargento João Aquino.
Na residência vivia um casal com três filhos, um menino de oito anos e duas meninas, de 11 e 15 anos. "Jogavam pedras na casa, como uma chuva. A gente chamava a polícia. Ela vinha, olhava por tudo e não enxergava nada. A casa toda fechada e enchia de pedra dentro. Depois que acalmou um pouco as pedras, começou a virar os roupeiros", relata o casal que prefere não ser identificado.
Vizinhos prestaram ajuda e chegaram a levar a família para outros locais, como um colégio. No entanto, os acontecimentos teriam voltado a ocorrer. "Todo mundo está com receio. Deu para ver vários fenômenos, como pedras aparecendo sem ninguém jogar e objetos dentro de casa se movendo sem ninguém tocar. Utensílios domésticos saíram de um lugar para o outro. A gente procurou socorrer a família de várias maneiras, levando para um colégio aqui perto. O fenômeno acabou acontecendo lá também", explica o agricultor Valdir Antônio Marquioro, que vive perto da casa onde ocorriam os episódios.
O caso mobilizou uma equipe de assistentes sociais do município. Alertada sobre os eventos, eles foram até a propriedade para tentar auxiliar os moradores. "Nós até teríamos uma explicação técnica e científica. Não vamos falar a respeito de fatos, de pedras voando. O que pode estar acontecendo é no âmbito psíquico. A partir daí é que estamos voltando o tratamento para essa família", avalia a psicóloga Ariane dos Santos.
Além das pedras, a filha mais velha começou a apresentar um comportamento estranho. "Um dia, o espírito levou ela para cima da casa, jogou ela para baixo e quebrou a telha", relata a mãe.
Ao saber do caso na cidade, o produtor de vídeos Gelson Luiz da Costa foi até o local movido pela curiosidade. Com uma câmera, fez imagens a fim de registrar o fenômeno. No momento de uma gravação, uma pedra caiu dentro casa. Ele percebeu que a família precisava de ajuda e se empenhou para encontrar um médium para realizar um trabalho de exorcismo.
O médium Nelson Júnior Paz afirma ter exorcizado a garota. "O espírito se afastava da menina quando a gente chegava perto da casa. Então eu me retirei para que ele baixasse nela e eu pudesse fazer o exorcismo. Também perguntei por que ele estava perturbando aquela menina, o que acontecia. A todo momento ele dizia que queria a vida dela ou a propriedade de volta", diz.
Costa filmou o procedimento. Após o exorcismo, os moradores decidiram demolir a residência. "Estou com 65 anos e foi a primeira vez que vi isso. Nós queremos paz", desabafa o pai da família.
A família está sendo atendida pela assistência social do município, e a Federação Espírita do Rio Grande do Sul acompanha o caso.

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[1] Fonte: Maria Lucia de Moraes Potacheff

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