Os processos da Reencarnação como os da desencarnação
são diferentes, não existindo dois absolutamente iguais. As facilidades ou
obstáculos são subordinados aos inúmeros fatores, muitas vezes relativos ao
estado de consciência do Espírito encarnante. Há geralmente três categorias de Espíritos
que retornam a Terra:
1. Aqueles que procedem das regiões inferiores que
necessitam de cooperação muito complexa, sempre exigindo do Plano Espiritual
laborioso e paciente esforço, assim, como uma ação magnética indescritível para
ser obtido um absoluto estado de inconsciência necessário à Reencarnação.
2. Aqueles de grande elevação espiritual que
reencarnam em apostolado de serviço de iluminação sem dar trabalho algum aos Espíritos
em serviço, realizando praticamente sozinhos o processo pré-reencarnatório.
3. Aqueles medianos que habitam a Terra, nem altamente
elevados, nem conscientemente maus recebendo a ajuda dos benfeitores
espirituais.
FASES DO PROCESSO REENCARNATÓRIO
André Luiz, no Livro Missionário da Luz, descreve a
Reencarnação de um Espírito dessa terceira categoria que se enquadra nas
diretrizes mais comuns. Com base nessas informações, descreve a preparação dos
Espíritos, a saber:
1. Fase inicial:
As leis físicas naturais são seguidas no tocante à modelagem fetal e ao
desenvolvimento do embrião humano, sem, contudo, deixar de atender à questão
das provas retificadoras e necessárias ligadas a matéria orgânica. De outro
lado, nas esferas mais altas, são programados e traçados os mapas genéticos
para o espírito reencarnante. O Espírito toma conhecimento previamente das suas
características na próxima vida e tem consciência de que tudo faz parte do
processo educativo pelo qual passará e deverá obedecer.
2. Fase
Posterior: A Reencarnação sistemática é sempre um curso laborioso de
trabalho contra os defeitos morais demonstrados nas lições e conflitos. Neste
contexto, os pormenores anatômicos imperfeitos, circunstâncias adversas e
ambientes hostis constituem formas de aprendizado e de redenção.
3. Mapa de
provas úteis: O mapa de provas úteis é organizado com antecedência, levando
em consideração a cooperação fisiológica dos pais, a paisagem doméstica
(influência dos moldes mentais dos pais) e o concurso dos amigos espirituais.
Assim, todo mapa cromossômico é previamente organizado para atender às
necessidades de reparação do reencarnante. No caso, por exemplo, da necessidade
de se valorizar um dos sistemas fisiológicos, como o coração, são programados
para o espírito desequilíbrios nessa área em determinada fase da vida física.
4. Equilíbrio
restante: O equilíbrio e todo o corpo físico também são levados em conta e
todo o planejamento é estudado e revisado antes do momento da reencarnação.
Observamos, assim, muito trabalho para os Espíritos dedicados, bem como muito
desconhecimento a ser vencido. Em vista disso, devemos aprender a valorização
da bênção da Reencarnação e do corpo físico que nos abriga, zelando pela sua
integridade e aproveitando todas as oportunidades para vivenciar o bem entre os
homens.
FINALIDADES DA REENCARNAÇÃO
O autor Espírita Eliseu Rigonatti, do Brasil, na obra
O Espiritismo aplicado, resume em três as finalidades da reencarnação:
1. Aprendizado:
A primeira finalidade da Reencarnação é o aprendizado. Com efeito, a Terra é
uma verdadeira escola na qual estamos matriculados para desenvolver nossas
faculdades nobres. Devido às inúmeras experiências que a vida cotidiana terrena
nos proporciona, educamos os sentimentos, o coração. A base da educação do
sentimento é o primeiro grande mandamento. Amar a Deus sobre todas as coisas e
ao próximo como a si mesmo.
Dessa base, derivam-se todos os outros preceitos
educativos. Portanto, o aprendizado na Terra como Espírito encarnado também
oferece aos homens a oportunidade de instruir o próprio Espírito adquirindo
amor e sabedoria.
2. Elevação
Moral e Espiritual: Esta segunda finalidade da Reencarnação está
relacionada com a elevação aos planos superiores do Universo à medida que o
homem vai educando o sentimento e adquirindo amor e sabedoria. Em outras
palavras.
3. Reparação:
Esta terceira finalidade da Reencarnação refere-se ao fato que o homem ao
praticar o mal necessitará arcar com as consequências desse ato. E dessa
maneira que a Reencarnação funciona como um corretivo ao Espírito culpado. O
homem sofrerá com a mesma intensidade durante outras encarnações aquilo que ele
fez sofrer. Contudo, a Reencarnação não é tão somente um elemento corretivo,
mas, é também, um elemento reparador. Nas Reencarnações sucessivas, o homem
será posto em íntimo contato com todos aqueles a quem causou todo o tipo de
malefícios e infelicidades para que possa oferecer justa reparação.
TIPOS DE REENCARNAÇÂO
O autor Espírita Carlos T. Rizzini, na obra “Evolução
para o Terceiro Milênio”, classifica a questão dos tipos de Reencarnação em
três: Compulsória, Proposta e Livre, conforme vemos, a seguir:
1. Reencarnação
Compulsória: É aquela em que acolhe o Espírito sem prévia concordância dele
e até mesmo sem seu conhecimento. E por sua índole, própria dos Espíritos cujo
grau de perturbação impede análise clara da situação ou cujas faltas são tão
graves que anulam a liberdade de escolha. E uma imposição feita pela Lei Divina
para atender aos casos cuja recuperação exige longas expiações.
2. Reencarnação
Proposta: É aquela que leva em consideração o livre-arbítrio relativo de
que dispõe o Espírito. Mentores Espirituais estudam, sem imposição, seus
débitos e méritos programando em seguida os principais acontecimentos da
próxima existência física, tendo em vista a liquidação ou diminuição de dívidas
e possibilidades de progresso moral e espiritual.
3. Reencarnação
Livre: É aquela que é própria dos missionários. Espíritos redimidos perante
a Lei Divina ou próximos da redenção no plano terreno. São os que possuem ampla
liberdade de escolha. Chegam ao plano material para o desempenho de tarefas
elevadas em qualquer segmentos do conhecimento humano, tanto nas ciências como
na filosofia ou religião. Neste último, tornam-se: Um Sócrates; um Buda; um
Krishna, e, notadamente, Jesus de Nazaré.
4. Reencarnações
Acidentais: Há circunstâncias diversas que promovem alteração no
planejamento reencarnatório, que pode ocorrer sem o detalhamento necessário nos
casos de reencarnações acidentais. A fecundação não estava prevista. Ocorre uma
união sexual fortuita. O espírito que esteja próximo ao casal será “atraído”
pelo óvulo fecundado. Mecanismos automáticos, por vezes incompreensíveis,
encarregar-se-ão de propiciar lições de aprendizagem de que o espírito, nessa
circunstância, necessite. Nesses casos, encaixam-se os reencarnantes oriundos
de estupros e outros “acidentes” semelhantes. O suicídio é um exemplo do algo
não planejado antes da encarnação e que é uma forma de alterar o planejamento.
REENCARNAÇÃO: Chave Perdida
O Livro Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, esclarece que efetivamente a
Doutrina Espírita interpreta a passagem do “nascer de novo” do Evangelho de
João, como princípio da Reencarnação elucidando ainda que a “ideia da
Reencarnação vem de remotas civilizações e é a verdadeira chave que nos abre a
compreensão de muitos problemas humanos.” Conclui Emmanuel: “Contudo, a
Religião Cristã, adaptando-se aos formalismos hebraico-cristãos, perdeu a chave
que Jesus de Nazaré lhe havia deixado em suas palavras e atos.” Dessa maneira,
o objetivo da existência física numa encarnação é a superação da condição
humana através das reencarnações na Terra e em outros mundos habitados para
atingir a Espiritualidade. Estamos diante uma teoria Espírita, a Teoria
Espírita da Evolução e Imigração dos Mundos, que explícita que o homem, através
da sucessão de vidas na Terra e em outros mundos habitados material e
espiritualmente, se reintegre na Evolução Cósmica.
[1] GEAL – Grupo de Estudos André Luiz - http://geal-ba.blogspot.com.br/2008/04/o-processo-da-reencarnao.html
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