Miramez
Que se deve pensar daquele que suscita a guerra para
proveito seu?
Grande culpado é esse e muitas existências lhe serão
necessárias para expiar todos os assassínios de que haja sido causa, porquanto responderá
por todos os homens cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição.
Questão 745 / O Livro dos Espíritos
Os países que suscitam guerras
para proveito próprio são os grandes culpados, e responderão pelos desastres
que provocarem, dos flagelos que torturam os povos. Dizia Jesus:
É
necessário o escândalo, mas ai daquele que provocar o escândalo.
A ambição, quase sempre, é o
motivo dos países famintos por dinheiro e bens materiais. Os que perdem a
guerra, além da derrota e muitas perdas, ainda são surrupiados pelos
vencedores, sofrendo espoliações de todos os tipos. Por simples conveniência,
os opressores acham que devem fazer justiça pelas próprias mãos com os seus
semelhantes, os quais já sofrem muitas necessidades. Jesus, há quase dois mil
anos, já preveniu aos intérpretes da lei de Deus o que poderia ocorrer com
eles, conforme Lucas anotou no capítulo onze, versículo quarenta e seis:
Mas ele respondeu:
Ai de vós também, intérpretes da lei, porque
sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos,
nem com um dedo os tocais.
Eis o que fazem os países
chamados desenvolvidos, a que chamamos de opressores: eles sobrecarregam os
ombros dos países pobres, colocando-lhes fardos pesados, mas, nem com o dedo
querem tocá-los.
São os grandes culpados dos
flagelos acontecidos. Não sabem eles o preço que deverão pagar, porque a
natureza lhes responderá dentro da justiça de Deus. Assim pode ocorrer também
com os homens. A lei nos diz que ninguém oprime sem ser oprimido, ninguém persegue
sem ser perseguido. Tudo o que damos, recebemos de retorno.
Muitos são os que fazem guerras
exteriores, e muitos mais os que fazem guerras interiores, que suscitam
flagelos íntimos, que são bem piores. Jesus veio nos ensinar como termos paz,
deixando para a humanidade o remédio para todos esses males: o Evangelho.
Não queiramos ser os culpados da
desarmonia entre os povos e os seres que os acompanham. Conservemos essa
postura ante o Cristo de Deus, procurando Jesus e nos fazendo entendidos dos
Seus preceitos, vivendo-os no dia a dia, para que passem as tempestades e surja
a bonança em nosso caminho.
Os homens que suscitam guerras
escrevem no livro da vida seus delitos para com a sociedade, e lhes custará
muito caro o reparo, talvez muitas experiências na Terra ou em outros piores
que ela, em duras expiações, em que a consciência vai se revelando para que
possamos, por misericórdia, não nos revoltarmos contra a vida e, às vezes,
contra o próprio Criador. Provocar uma guerra para proveito próprio é incorrer
em perigo desastroso.
A Doutrina dos Espíritos nos
traz convites todos os dias para que possamos mudar a nossa postura espiritual,
no modo de conversar com os outros, de agir com os nossos semelhantes, porque a
palavra é força poderosa que destrói e constrói, de acordo com os sentimentos
que alimentamos. É por isso que Jesus é o nosso Mestre incomparável; Ele é o
educador do verbo em todas as situações. Não sejamos os grandes, nem mesmo os
pequenos culpados. O nosso lugar de seres conscientes, os nossos deveres, deve
ser de benfeitores em todos os rumos, ajudando e servindo, somente por amor.
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