Miramez
Serão coisas idênticas o estado de natureza e a lei
natural?
Não, o estado de natureza é o estado primitivo. A
civilização é incompatível com o estado de natureza, ao passo que a lei natural
contribui para o progresso da Humanidade.
O estado de natureza é a
infância da Humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual
e moral. Sendo perfectível e trazendo em si o gérmen do seu aperfeiçoamento, o
homem não foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza, como não o
foi a viver eternamente na infância. Aquele estado é transitório para o homem,
que dele sai por virtude do progresso e da civilização. A lei natural, ao
contrário, rege a Humanidade inteira e o homem se melhora à medida que melhor a
compreende e pratica. (Allan Kardec)
Questão 776 / O Livro dos Espíritos
A diferença é sutil, mas muito
profunda entre o estado de natureza e as leis naturais. Estado de natureza é o
ambiente em que vivem os primitivos, de modo que o progresso é tão lento que
não dá para perceber o seu impulso, enquanto as leis naturais são perfeitas e
imutáveis, por serem feitas pela Perfeição. Os Espíritos é que vão despertando,
pela força do tempo e do espaço, alcançando as leis de acordo com a sua
evolução. Isso é belo, desde quando possa ser entendido em Espírito e verdade.
A Doutrina dos Espíritos é capaz
de levar ao homem essas verdades, pela simplicidade dos escritos, para que
todos encontrem a si mesmos, em plena eternidade, desfrutando da vida e
multiplicando esperanças.
O estado de natureza é o
princípio, o ponto de partida da civilização, ao passo que a lei natural
compartilha firmemente com o progresso, em todas as suas direções de
crescimento espiritual. O estado de natureza é o abrir dos olhos da humanidade,
porém, esta, tendo de progredir, deixa o estado primitivo e avança, com
alegria, em direção ao que lhe possa abrir a mente para a verdadeira
felicidade.
O homem não foi criado para
viver sempre no estado de natureza. A beleza da vida se encontra no avanço,
porque cada dia é um novo dia, com novas luzes. O estado de natureza é, pois, o
embrião que Deus abençoou, para que dali partisse o progresso por todos os
lados, levando e fazendo vida dentro da luz compatível com o tamanho da alma.
As qualidades que temos no
centro da vida, depositadas por Deus, vão desabrochando como que por encanto,
queiramos ou não, e a alma sentir-se-á mais ocupada com a cocriação, sendo
auxiliar de Deus na expansão do universo. Nada regride na vida, sempre cresce,
e as leis vão ficando cada vez mais visíveis para quem avança com o progresso
espiritual.
A Doutrina Espírita vem repetir
a palavra de Pedro, que encontramos em Atos dos Apóstolos, capítulo três,
versículo seis:
Pedro, porém, lhe disse:
Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso te
dou:
Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!
O Espiritismo é formado de
vozes, pela força divina, falando a mesma coisa com as criaturas paralisadas
pela doença que se chama ignorância. Mas, a sua voz é forte, pelo verbo do
Cristo, dizendo:
Nada tenho de
material, mas o que tenho, isto te dou: Levanta-te e anda!
Os espíritas devem se levantar
do ambiente negativo e aprender com Jesus todas as ciências da vida, que se
encontram no amor, naquele amor que a tudo serve, que a tudo perdoa, que a tudo
alegra no bem para a humanidade, que a tudo ensina, formando da força da
caridade, o seu ambiente de vida.
A Doutrina dos Espíritos vem
tirar o homem do estado de natureza, para colocá-lo frente à razão e essa
descobrir a verdade que o tornará livre. Aquele estado de natureza é
transitório, mas necessário, onde o ser humano descansa e se prepara para o
avanço com o progresso.
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