Miramez
Há pessoas que, por culpa sua, caem na miséria. Nenhuma
responsabilidade caberá disso à sociedade?
Mas, certamente. Já dissemos que a sociedade é muitas
vezes a principal culpada de semelhante coisa. Demais, não tem ela que velar
pela educação moral dos seus membros? Quase sempre, é a má educação que lhes
falseia o critério, ao invés de sufocar-lhes as tendências perniciosas.
Questão 813 / O Livro dos Espíritos
A sociedade, em muitos casos, é
culpada pela decadência moral, e mesmo física, dos seus membros. Essa parcela
de culpa é que gera o carma coletivo, que vai se avolumando e em determinada
época transborda em tormentos sobre a coletividade.
O Cristo veio nos ajudar neste
sentido, a educar as criaturas em tudo o que lhes possa aliviar as faltas e até
mesmo extinguir o chamado pecado. Devemos ler e meditar os ensinamentos de
Jesus, para reconhecer a nossa posição ante a sociedade em que vivemos. Se não
partilhamos com o mal para os povos, não sofreremos os reveses desse mal; se
nossas sementes forem boas, colheremos os frutos correspondentes ao que
semeamos. Isso é lei da justiça que vibra em toda parte.
Ninguém recebe o que não merece,
em qualquer campo de trabalho na vinha do Pai. Em todos esses sofrimentos
coletivos, quase sempre todos nós temos culpas, porque, se não estamos
efetivamente ajudando a errar, estamos pensando, criando ideias inadequadas, de
modo a inspirar os mais ignorantes para praticar o mal. Isso é muito sério. O
filho, quando sai, volta depois à casa paterna; também, e principalmente em
relação aos pensamentos, como sementes de vida que são semeadas por nós na
lavoura de Deus, os frutos vêm ao nosso encontro, como o que pedimos a Deus.
Para que a humanidade creia
nesta verdade do plantio e colheita, é necessário que aconteça o fenômeno com
ela. Para esse exemplo, vamos consultar João, no capítulo seis, versículo
trinta:
Então lhes disseram eles:
Que sinal fazes para que os vejamos
e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?
Os sinais dos feitos realizados
por eles aparecerão nos caminhos humanos. Tudo que se faz, tem a resposta com a
mesma qualidade de sentimentos. Somente assim podemos reconhecer que não vale a
pena fazer o mal, porque esse mal se transforma em espinhos para os nossos
caminhos.
É muito difícil, mas sempre
existem pessoas dentro da sociedade que já se educaram e não sofrem as
consequências do carma coletivo. A lei o defende e o justo é sempre protegido,
onde quer que esteja, pela graça e o amor de Deus. Até a natureza o defende de
todas as investidas do mal.
Devemos empregar o nosso tempo
na própria elevação espiritual, não esquecendo do nosso próximo naquilo que
possa ajudá-lo pois essa semente do bem-estar que semeamos, virá garantir em
nossas mãos o fruto de luz que tem o poder de saciar a nossa consciência. É
possível que todos entendam a verdade, mas para isso é preciso tempo, porque
somente pela maturidade espiritual pode-se chegar a este estado de graça. Antes
disso, deveremos passar por caminhos dolorosos, colhendo o que plantamos e
morando na casa moral que nós mesmos edificamos para o coração.
A vida é um processo de dar e
receber, selecionando essas dádivas pela Lei de Justiça.
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