Allan Kardec
1. De dois homens ricos, um nasceu na opulência e jamais
conheceu dificuldade; o outro deve sua fortuna ao próprio trabalho; ambos a
empregaram exclusivamente na satisfação pessoal.
Qual dos dois é mais culpável?
– O que conheceu o sofrimento: ele sabe o que é sofrer.
2. O que acumula incessantemente, sem fazer o bem a ninguém,
achará uma desculpa válida em sua consciência, de que acumula para deixar mais
aos filhos?
– É um compromisso com a consciência má.
3. De dois avaros, o primeiro se priva do necessário e morre
de precisão sobre o seu tesouro.
O segundo só é avarento para os outros, sendo pródigo para
si mesmo. Enquanto se nega ao menor sacrifício para prestar um obséquio ou
fazer algo de útil, nada economiza para a satisfação de seus prazeres pessoais.
Se se lhe pede um favor, está sempre de má vontade; se quer
entregar-se a uma fantasia, nunca lhe falta ensejo de realizá-la.
Qual o mais culpado, e qual deles terá o pior lugar no mundo
dos Espíritos?
– O que goza; o outro já encontrou a sua própria punição.
4. Aquele que em vida não empregou de maneira útil a
fortuna, encontra alívio em fazer o bem após a morte, pelo destino que lhe dá?
Resp. – Não; o bem vale o que custa.
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