O primeiro contato dele com o
Espiritismo foi em 1878, na Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e
Caridade, aí levado pelo seu padrinho Luís Antônio dos Santos. Desejava
Frederico obter notícias de uma pessoa querida desencarnada havia algum tempo.
Para surpresa geral, ele próprio caiu em transe sonambúlico, influenciado por
um Espírito. Data daí a sua iniciação, como médium.
Em 1880, desligou-se dessa
Sociedade e fundou, junto a outros companheiros, o Grupo Espírita Fraternidade,
de orientação evangélica, e que ficou
memorável pelos seus notáveis trabalhos de desobsessão.
Em 1882, havia nesse Grupo um
seleto número de médiuns, destacando-se Frederico, quer pela variedade de dons
mediúnicos, quer pela extrema dedicação ao trabalho na Seara espírita.
Durante 34 anos Frederico Júnior
exerceu assiduamente suas funções mediúnicas, tendo recebido, em 11 de junho de
1914, a sua última comunicação do Além.
Médium passivo, por excelência,
conseguiam os Espíritos identificar-se facilmente por ele, e, muitas vezes,
antes de terminar a mensagem, todos os presentes já sabiam qual o autor dela.
Frederico Júnior era bom,
querido de todos, sendo muitos os que lhe deviam gratidão por um que outro
serviço, e, como funcionário público, estimadíssimo pelos seus colegas. Era de
um desprendimento e dedicação verdadeiramente evangélicos – afirmou Pedro Richard,
acrescentando:
Frederico não podia parar em casa, com o sentido nos
seus doentes. Logo ao amanhecer saía de sua residência para visitar os
enfermos. E nisso estava o seu maior consolo e o seu bem-estar.
Com graves responsabilidades no
meio espírita, grande era sobre ele o assédio dos aborrecidos da Luz que, do
outro plano da vida, o perseguiam tenazmente.
Ele só por si – escreveu Pedro
Richard – constituía um exército que assombrava as falanges inimigas da Luz, e
por isso mesmo era o alvo predileto das setas venenosas dos adversários de
Jesus. Até da pouca benevolência de confrades foi Frederico Júnior vítima,
máxime dos que muito
exigem dos outros,
mas que nada, ou
quase nada produzem.
Nos últimos dez anos de
existência terrena, mais intensa e persistente foi a perseguição que lhe
moveram do Espaço.
A tuberculose pulmonar acompanhou-o
nos derradeiros anos de vida. Sem uma queixa e achando justo o seu sofrimento,
o prodigioso médium purgava as faltas de encarnações passadas, remindo assim o
seu Espírito.
Aos 30 de agosto de 1914, após
dolorosa enfermidade, pressentindo, afinal, o seu desenlace, reuniu a família
e, após pronunciar sentida prece, fechou os olhos ao mundo em sua residência à
Rua Navarro, 121, aos 56 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério de São
Francisco Xavier (Caju).
Desencarnou, com a resignação e
a confiança do verdadeiro espírita, cuja vida, como escreveu Pedro Richard, seu
grande amigo e companheiro de 32 anos, foi muito mais acidentada e grandiosa do
que a de Mme. D’Espérance, contada por ela própria em seu livro No País das
Sombras.
Foi assim que partiu para a
Espiritualidade o grande médium Frederico Pereira da Silva Júnior, que,
servindo à Federação Espírita Brasileira, tantos benefícios espalhou por toda a
parte.
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