Roque Roberto Pires de Carvalho
Estamos em fevereiro de 2024! No
calendário recebido de uma empresa amiga foi marcado o dia 13 em vermelho
dizendo que será terça-feira de carnaval, o tão esperado feriado no “País do Carnaval”,
título de uma obra imortal de Jorge Amado escrito em 1930 e queimado em praça
pública em 1937 por seu conteúdo considerado obsceno pelo regime ditatorial de
1937/1945.
O obsceno de ontem é o mesmo
obsceno que hoje se verifica no mundo político vulgarizando os sentimentos
humanos, em muitos segmentos sociais. O mundo político brasileiro aflora muito
mais explícito neste período de carnaval quando vemos uma apologia à insensatez
e a tudo que é contrário às leis da natureza, da moral via corrupção dos
costumes.
Pseudolíderes fabricados pela
mídia corrupta manipulam seus seguidores; apresentam-se como inovadores e
propõem comportamentos agressivos induzindo especialmente os jovens e
arrastando multidões de desavisados. Quem tomou conhecimento ou assistiu ao
lançamento do CONAE (Conferência Nacional de Educação/2024) iniciada em
setembro/23 e encerrada em 30 de janeiro/24 não deve ter ficado otimista com os
rumos da educação brasileira pelas sugestões feitas ao Novo Ensino Médio e Base
Nacional Comum. O material colocado à disposição dos congressistas para
manuseio e exame, bem como os discursos de autoridades educacionais, é de
estarrecer espíritos conservadores. É preciso mudar e adaptar-se ao mundo novo?
Essas mudanças precisam ocorrer, com certeza, porém obedecendo a padrões de
éticas e comportamentos sociais e profissionais, políticos e religiosos.
As drogas já invadiram as
grandes cidades do mundo e em nosso país não é diferente; cidades de médio
porte já enfrentam o que sempre é associado à promiscuidade sexual. Programas
televisivos declaradamente pornográficos, período de carnaval é oportuno para
isto, nos seus encontros festivos com sugestões ao álcool e sensualidade que
levam para dentro dos lares o que há de mais pernicioso. No mercado das
competições, ídolos de barro em descontrole emocional são devorados pelas
máquinas eletrônicas deixando sequelas na sociedade, ceifando esperanças em
floração nas gerações novas.
Há exceções... temos que
admitir! Não obstante, muitos criticam os padrões da família tradicional como
abusiva e castradora, sugerem o rompimento dos laços da afetividade biológica
e, materialistas confessos, combatem com firmeza qualquer postura religiosa,
considerando-a como ultrapassada e obsoleta.
Esta crônica, expondo assuntos
do cotidiano em época de carnaval, colocou no alto, como título:
Podemos ter Esperança?
Se depender das novas sugestões educacionais, não!
Pelo panorama da atualidade brasileira, nestes dias de
incertezas que devastam a cultura, a arte, a educação, os ideais superiores,
tem-se a impressão de que o caos substitui a ordem e a indignidade vence os
sentimentos de honradez. No país do carnaval o suborno, a impunidade, a
corrupção e a desfaçatez abraçam os poderes e outras instituições da República
e predominam, com exceções compreensíveis, enquanto inviabilizam a construção
da nova sociedade; o ensino fundamental, o médio e o superior nas escolas públicas
e particulares serão as primeiras vítimas.
Todavia é inevitável o progresso
intelecto-moral da humanidade e, assim sendo, é forçoso repetir:
Podemos ter Esperança?
– neste caso, SIM!
A esperança, irmã gêmea da fé, é a faculdade que
infunde coragem e impele à conquista do bem. Observa-se um novo renascimento
nas artes e o Prêmio Nobel de 2023 é o melhor exemplo; o progresso das ciências
médicas e biológicas; a física e química, economia, paz e literatura atestam
esses avanços.
Espíritos nobres do passado estão renascendo com a
missão de promover a beleza e os encantamentos pelas manifestações simples e
enriquecedoras da vida em harmonia com a Natureza.
Emissários de Jesus reencarnados e desencarnados
trabalham incessantemente pela renovação emocional e espiritual das criaturas
que se entregaram aos comportamentos perversos e agora, tocados pelas mãos do
Divino Mestre para o rumo certo em plenitude, aceitam a redenção pessoal e
geral sem qualquer resistência.
Fonte:
§ Wikipédia/a enciclopédia livre.
§ FRANCO, Divaldo Pereira, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, “Estudos Espíritas”, 3ª ed. FEB, RJ, 1982 e “Tesouros Libertadores”, 1ª
Ed/2014, CE. Caminho da Redenção, Salvador/Bahia.
N.R.:
Este texto foi escrito no dia
seguinte ao encerramento do carnaval de 2024.
[1] O Consolador - Ano 17 - N° 863 - 25 de
Fevereiro de 2024 - https://www.oconsolador.com.br/ano17/863/ca7.html
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