segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

HONÓRIO ONOFRE DE ABREU[1]

 


 

Honório Onofre de Abreu nasceu em Belo Horizonte no dia 12 de junho de 1930. Filho de Joaquim Honório de Abreu e Ana Maria Abreu, recebeu de seu pai, que descobrira no Espiritismo o roteiro de iluminação pessoal, o incentivo que o tornaria ardoroso pesquisador da Verdade e abnegado divulgador do Cristianismo Redivivo.

Após ingressar no Banco do Brasil, onde exerceu funções relevantes, casou-se em 22 de julho de 1953 com Nilza Ferreira de Abreu, com quem teve as filhas Denise e Eliane. Ao lado da esposa, de alguns de seus irmãos e de amigos que à sua família se associaram na empreitada de Luz, como Leão Zállio e José Damasceno Sobral, ajudou a fundar o Grupo Espírita Emmanuel, no bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte, em 1º de novembro de 1957.

Sob a irradiação do benfeitor eleito por patrono do novo núcleo, dedicaram-se aos estudos doutrinários e evangélicos, tanto quanto às atividades caritativas que constituem âncora de equilíbrio e inspiração à vivência real do amor. Com o passar do tempo, Honório aposentou-se no Banco do Brasil e, apesar de ter recebido diversas ofertas profissionais, passou a dedicar o período de sua aposentadoria à divulgação e ao Movimento Espírita.

Nele, o tempo reacendeu o ideal sublimante da evangelização profunda. Às claridades da Terceira Revelação, destacou-se pela segurança e sabedoria no trato com os princípios espíritas, utilizando-os, como poucos, para extrair do Evangelho, quanto do Velho Testamento, o espírito que vivifica. Dedicou-se, também, com infinito carinho, à evangelização infanto-juvenil, viajando por muitos anos, em tarefa de divulgação e formação de trabalhadores por todo o País.

Reconhecido pela imensa comunidade que, ao longo de tantas décadas, dele recebeu verdadeira iniciação para compreender a Mensagem de Jesus em sua essencialidade, fez-se autoridade inquestionável para os assuntos mais complexos da Doutrina Espírita, do Antigo Testamento e, principalmente, da Boa Nova de Jesus. Notabilizou-se, também, pelos estudos sistematizados sobre o tema Evolução, merecendo destaque os anos dedicados, no Grupo Emmanuel, aos sábados pela manhã, para exploração dos versículos do livro “Apocalipse”, de João − material devidamente gravado e já transcrito, para oportuno usufruto da Comunidade Espírita.

O fruto sazonado de suas experiências doutrinário-evangélicas igualmente redundou na formação da obra “Luz Imperecível”, publicada pela União Espírita Mineira. A convite da Federação Espírita Brasileira, coordenou com inspiração e zelo duas apostilas do Estudo Aprofundado de Doutrina Espírita (EADE), aspecto religioso, que vêm se tornando instrumento eficiente de estudo criterioso e dinâmico de inúmeras passagens do Novo Testamento.

Conhecido no Brasil e no Exterior como homem probo, sábio e dedicado, testemunhou, seja em família, na profissão, na vida social ou na Seara Espírita, sua honradez, sua liderança pacifista, aglutinadora, inspirada. Atuou por muitos anos como Diretor para Assuntos de Unificação da União Espírita Mineira, até que, a convite do presidente do Conselho Deliberativo da UEM, à época Dr. Bady Elias Curi, e por unanimidade de votos, foi eleito presidente da Federativa, em dezembro de 2002, cargo que honrou e exerceu com admirável integridade moral até o dia de sua desencarnação.

Sua administração foi marcada por profundo discernimento doutrinário e prudência administrativa e caridosa, permitindo ao Movimento Organizado uma gama de realizações fecundas e abençoadas, de valorização do Espiritismo sério, com Allan Kardec e Jesus Cristo. Preparou com denodo e puro idealismo, junto às comissões de trabalho, o IV Congresso Espírita Mineiro, que foi realizado entre 3 e 6 de abril de 2008, em comemoração ao Centenário da União Espírita Mineira.

Mesmo acometido pelo câncer no corpo físico, Honório enfrentou o período relativamente extenso de enfermidade com coragem e resignação, realizando palestras, fazendo planos, administrando e participando de eventos espíritas, como orador e como Presidente. Em 24 de setembro de 2007, foi internado no Hospital Biocor, na Capital Mineira, onde, após um mês, submeteu-se a intervenção cirúrgica devido a complicações do quadro orgânico.

Nobre irmão e abnegado servidor do Cristo na Seara do Consolador, Honório Onofre de Abreu desencarnou, no referido Hospital, às 11 horas da manhã de 13 de novembro de 2007, em razão de uma parada cardíaca, que o libertou definitivamente do jugo carnal. Desencarnou Presidente da União Espírita Mineira e Presidente do Conselho Administrativo do Hospital Espírita André Luiz.

Seu corpo físico foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte. Os espíritas mineiros e os confrades do Brasil e do exterior que o conheceram ficaram bastante consternados, pois, certamente, Honório deixara uma lacuna no nosso meio, mas permanece como inspiração a todos a agirem como ele, dando tudo o que possuía para unir e pacificar, exemplificar e redimir.

 

Fonte:   Jornal “O Espírita Mineiro”.

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