Wellington Balbo
Conheci o Netinho quando o
menino tinha 3 anos de idade, isso na cidade de Imperatriz, estado do Maranhão.
Alma sensível, inteligente e
afetuosa, costumava, em espontaneidade infantil, oferecer algumas flores às
pessoas que encontrava.
Coisa simples: o menino pegava a
flor num canteiro, ou mesmo jogada ao chão, e dava a alguém, em conjunto, de
brinde, um sorriso.
Combo: flores e sorriso.
Estive com Netinho de seus 3 aos
6 anos, depois perdemos contato.
Hoje o menino deve ter 25
primaveras.
Naqueles 3 anos, infelizmente
nunca vi um jornal ou revista dar publicidade àquela linda atitude de Netinho
que passava despercebida até mesmo por nós que convivíamos com ele.
Por que uma má ação ganha tanto
espaço nos noticiários e uma boa ação quase nunca é divulgada?
Este é um problema que existe
desde que imprensa é imprensa.
Claro que não se pode deixar a
responsabilidade apenas sobre a imprensa, porquanto nós, ainda e infelizmente,
damos um imenso ibope para os fatos desagradáveis.
Ao ler um artigo publicado na Revista
Espírita, outubro de 1866, com o título de "Belo exemplo de caridade
evangélica" constata -se que lá atrás, século XIX, Kardec preocupava-se
com a publicidade que se dá ao mal em detrimento do bem.
O professor Rivail dizia
tratar-se de uma questão de moralidade pública divulgar mais o bem do que o
mal.
O bem, se divulgado, pode
estimular outras pessoas a realizá-lo.
O que ocorria no século XIX
prossegue em nossos dias atuais... muita publicidade ao mal, poucos holofotes
ao bem...
É que o mal é audacioso, gosta
de aparecer, já o bem é tímido.
O bem, além de não ser procurado
trata de esconder-se caindo cada vez mais no ostracismo...
Como diz o ditado:
"Quem não é visto não é
lembrado".
Há muitos "Netinhos"
distribuindo flores pelo mundo. Isto é bom, agora falta dar-lhes publicidade,
como queria Kardec.
[1] O CONSOLADOR - Ano 17 - N° 831 - 9 de Julho de
2023 - http://www.oconsolador.com.br/ano17/831/ca8.html
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