John Wilmot Rochester, nasceu em
1º de abril de 1647, em Oxfordshire, Reino Unido. Filho de Henry Wilmot, 1st
Earl of Rochester e Anne St. John, Countess of Rochester. Casado com Elizabeth
Wilmot (desde 1667). Seus filhos Charles Wilmot, 3rd Earl of Rochester, Lady
Malet Wilmot, Anne Wilmot of Rochester e Lady Elizabeth Wilmot.
O Espírito que conhecemos sob o
nome de conde de Rochester, está intimamente ligado − no que se refere à
produção de suas obras − ao da médium Wera Krijanowskaia.
Almirante célebre no reinado de
Carlos II, da Inglaterra, foi autor de poesias satíricas, bastante apreciadas
em sua época, e possuía vasta cultura.
Faleceu em 26 de julho de 1680,
aos 33 anos, em Woodstock, Reino Unido.
No estado de Espírito, Rochester
recebeu a missão de trabalhar pela propagação do Espiritismo. Para poder
cumprir a tarefa, escolheu e preparou desde a infância a médium Wera Ivanova
Krijanowskaia, jovem filha de distinta família russa.
Não obstante haver recebido
sólida instrução no Instituto Imperial de S. Petersburgo, Wera não se
aprofundou em nenhum ramo de conhecimento. Sua mediunidade consistia,
principalmente, na escrita mecânica. O automatismo que a caracterizava fazia
sua mão traçar as palavras com rapidez vertiginosa e completa inconsciência de ideias.
As narrações que lhe eram
ditadas denotam amplo conhecimento da vida e dos costumes antigos e trazem em
suas minúcias tal cunho de feição local e de verdade histórica, que é difícil
ao leitor não lhes reconhecer a autenticidade. Afigurasse-nos impossível que um
historiador, por mais erudito que seja, possa estudar, simultaneamente e a
fundo, épocas e meios tão diferentes como as civilizações assíria, egípcia,
grega e romana; bem como costumes tão dessemelhantes quanto os da França de
Luís XI e os da Renascença.
No período compreendido entre
1882 e 1920, foram escritos 51 romances, quinze dos quais têm tradução para o
português: “O Chanceler de Ferro”, “O faraó Mernephtah”, “Romance de uma Rainha”
(2 volumes), “Episódio da Vida de Tibério”, “Herculanum”, “O Sinal da Vitória”,
“A Abadia dos Beneditinos”, “Naema, a Bruxa”, “A Lenda do Castelo de Montinhoso”,
“A Vingança do Judeu”, “A Feira dos Casamentos”, “Na Fronteira”, “O Elixir da Longa
Vida”, “A Noite de São Bartolomeu” e “Narrativas Ocultas”.
A temática da obra de Rochester
começa no Egito faraônico, passa pela antiguidade greco-romana e pela Idade
Média e chega até o século XIX. Nos seus romances, a realidade navega num
caudal fantástico, em que o imaginário ultrapassa os limites da
verossimilhança, tornando naturais fenômenos que a tradição oral cuidou de
perpetuar como sobrenaturais. O referencial de Rochester é pleno de conteúdo
sobre costumes, leis, antigos mistérios e fatos insondáveis da História, sob um
revestimento romanesco, onde os aspectos sociais e psicológicos passam pelo
filtro sensível de sua grande imaginação.
A classificação do gênero, em
Rochester, é dificultada por sua expansão em várias categorias: terror gótico
com romance, sagas de família, aventuras e incursões pelo fantástico.
É tão grande o número de edições
das obras de Rochester, espalhadas por inúmeros países, que não é possível
fazer ideia de sua magnitude, principalmente ao se considerar que, segundo os
pesquisadores, muitas dessas obras são desconhecidas do grande público.
Diversos cultores dos romances
de Rochester efetuaram (e, quiçá, efetuam) pesquisas em bibliotecas de vários
países, notadamente na Rússia, para localizar obras ainda desconhecidas. É o
que se depreende dos prefácios transcritos em diversas obras.
Nesta sucinta descrição da vida
e obra de Rochester, tendo em vista o grande número de obras publicadas,
abstivemo-nos de relacionar todas elas. O leitor interessado, todavia,
encontrará a relação completa no livro “Narrativas Ocultas”.
A Sociedade Científica de
Espiritismo de Paris publicou uma mensagem mediúnica de Rochester, que figura
no prefácio da obra “Episódio da Vida de Tibério”, em francês, na qual ele
afirma que muitas narrativas completariam sua obra mediúnica, e que a última a
aparecer seria “Memória de um Espírito ‘Errante”, com a descrição da última
encarnação dos autores do drama secular de suas obras, e que estariam
encarnados na Terra neste período.
Segundo afirmativa dos membros
do grupo espírita no qual Rochester se manifestava, a obra referida seria seu
trabalho capital e uma espécie de enciclopédia do Espiritismo.
Narrando as existências de
diversos Espíritos, que a cada vez voltam a sofrer uma nova prova terrestre,
essas obras estabelecem o princípio da reencarnação progressiva, tal como foi
ensinado por Allan Kardec, em contraste com o dogma do inferno eterno,
desmentido formal às desesperadas palavras de Dante: Lasciate ogni speranza
voi ch'entrate! (Percai as esperanças, vós que aqui entrais).
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