Orson Peter Carrara
Os extremos e radicalismos de
opiniões têm colocado muito a perder, desde amizades sólidas que se desfazem
até desdobramentos lamentáveis de incidentes com grandes prejuízos morais e
materiais, inclusive. Em muitos casos evoluindo até para tragédias.
O título da abordagem não é meu
e indicarei a fonte mais adiante. O falar ou escrever tentando convencer pouco
ou nulo efeito produz. Melhor é calar e deixar que o tempo mostre a realidade
nesses conflitos de relacionamento, individual e coletivo.
Saber ser surdo diante de
zombarias variadas é muito mais produtivo e eficaz que alimentar guerras e
disputas de posturas. Desprezos, humilhações de qualquer gênero, preconceitos
ou agressividades em suas variadas expressões nada resolvem e só agravam as
dificuldades.
Essa posição diferente de calar,
fazer-se surdo, aguardar o tempo e a presença da verdade, é a melhor postura,
ou, em outras palavras, é caridade moral, como indicado no capítulo 13 de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, item 9, em página assinada por Irmã
Rosália, em Paris, em 1860.
No texto intitulado “A caridade
material e a caridade moral”, inserido no capítulo citado, o espírito autor
indica (separei didaticamente):
1.
Auxiliai os infelizes, o melhor que
puderdes. (referindo-se ao auxílio material que todos podemos prestar, com
desdobramentos marcantes no texto citado);
2.
A caridade moral consiste em se
suportarem umas às outras as criaturas. (onde se incluem comportamentos de
resignação, tolerância, humildade perante o próximo, igualmente com bons
exemplos na continuidade do texto).
E é nessa base que o autor cita
o célebre ensino de Jesus: “Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que
quereríamos nos fizessem eles”, sugere o amparo ao mais necessitado, incluindo
também os benefícios colhidos mais tarde em função do bem que pudermos fazer e
de nunca repelir, maltratar ou desprezar qualquer pessoa.
O texto é muito belo, e sei que
o leitor já o conhece, mas convido para nova releitura, pelas expressões atuais
e muito benéficas de seu conteúdo, em favor da paz geral.
E como destaca Irmã Rosália:
a.
Grande mérito há, crede-me, em um homem
saber calar-se deixando fale outro mais tolo que ele;
b.
Saber ser surdo quando uma palavra
zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer;
c.
Não ver o sorriso de desdém com que vos
recebem aqueles que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós.
E finalizo aqui o que foi usado
no início do texto, ainda no primeiro parágrafo do citado item 9: “Se fossem
observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais os ódios, nem
ressentimentos”, referindo-se aos ensinos de Jesus e já citados acima.
Percebem-se claramente os
benefícios da caridade material e moral, recursos indispensáveis para uma vida
social de equilíbrio e harmonia. Eles, tais benefícios, socorrem a carência
material, evitam a agressividade daí decorrente e, melhor, previnem os
conflitos intermináveis de opiniões e radicalismo que nada resolvem, só agravam
as ocorrências.
Estando em paz, somos mais
senhores de decisões que resolvem e superam os obstáculos naturais da vida
humana, cuja finalidade é o nosso amadurecimento.
[1] O CONSOLADOR - Ano 17 - N° 824 - 21 de Maio de
2023 - http://www.oconsolador.com.br/ano17/824/ca6.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário