quinta-feira, 25 de maio de 2023

INALTERÁVEL FELICIDADE[1]

 


Miramez              

 

Primeira classe. Classe única. Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservem distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.

Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamente presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.

Questão 113 /O Livro dos Espíritos

 

Vamos novamente falar dos Espíritos puros, aqueles que gozam de inalterável felicidade, almas já livres das reencarnações. Sem nenhum carma para se esgotar, Espíritos que já passaram por todas as experiências, por todos os aprendizados, no tocante à compreensão, ao Amor e a Sabedoria.

Eles não raciocinam, por não precisarem mais da razão; eles sabem - isso é o bastante para compreendermos a posição que ocupam na escala da vida. Ainda sabemos pouco da vida íntima desses Espíritos, por nos faltarem sentidos desenvolvidos no campo da nossa percepção. São os ministros de Deus; são os agentes da Luz, capazes de interpretar fielmente à vontade do Senhor e executá-la com a maior perfeição.

Quando falamos de Espíritos puros, não cabe neste conceito fração alguma de erro que se possa imaginar; o amor nesses corações é sublimado e desconhecido na Terra. É um amor universal, cheio de justiça e bondade. Os Espíritos puros captam os pensamentos do Criador – se assim podemos dizer – até nos raios de luz que são despejados em todas as direções pelos astros. Compreendem as leis do Senhor pela atmosfera cósmica que circula o mundo, e que em tudo está registrado, por meios invisíveis, mas reais, nas coisas que nos circundam.

O que merecemos é gerado dentro de nós, por dispositivos que ainda muitos desconhecem. É por isso que intuímos em todas as mensagens espirituais para que a fé não fique esquecida, e a caridade seja praticada com as possibilidades de quem nos ouça ou leia. O perdão deve ser uma constante para todos, e o Amor, a força poderosa capaz de libertar as criaturas. Desta maneira, cada um pode gerar a sua própria felicidade, e sentirá um bem-estar indizível permanentemente, como fruto dos seus esforços no bem comum. Os Espíritos felizes não foram criados assim; eles conquistaram a parte que lhes tocou, por misericórdia do Criador.

A maior mensagem espiritual entregue a Terra foi pela presença de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os três anos de Sua pregação, a Sua presença visível de mais de trinta anos, pouco significam, em comparação aos séculos de preparo para Sua majestosa descida; e esse tempo foi todo empregado na limpeza do planeta e preparo das criaturas, a fim de receberem a Boa Nova do Reino de Deus. Milhares e milhares de Espíritos elevados, dotados de amor puro no coração, vieram antes e depois do Mestre, para ajudá-Lo na disseminação das verdades, o que ainda se processa, por misericórdia de Deus, a fim de que os homens nasçam de novo com mais compreensão, despertando o homem novo dentro do homem velho.

A mensagem espírita, que Allan Kardec teve a felicidade de entregar aos homens, foi orientada diretamente por Jesus, e Ele continua assistindo e orientando o progresso desta mensagem que desperta as criaturas para a libertação espiritual. Ele continua nos chamando; necessário se faz que levantemos e andemos com Ele, para a Luz de Deus. Qualquer pessoa pode ter assistência pessoal desses agentes de Deus, os Espíritos puros: depende do esforço que faz na educação de si mesmo.



[1] Filosofia Espírita – Volume 3 – João Nunes Maia

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