sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

REENCARNAÇÃO E CRESCIMENTO POPULACIONAL[1]

 


Marco Milani

 

Uma questão recorrente feita por neófitos é: se somos os mesmos Espíritos reencarnando em diferentes épocas, por que a população mundial é crescente?

A resposta é aparentemente simples para quem está familiarizado com as obras de Allan Kardec, mas pode ser vaga, pueril, incompleta e até equivocada se for oferecida sem a devida fundamentação doutrinária.

Provavelmente quem perguntou desconhece que:

                                i.            a população de desencarnados é maior do que a de encarnados;

                              ii.            há muitas moradas no Universo;

                            iii.            a emigração e imigração de Espíritos entre mundos é uma constante e;

                            iv.            Deus nunca cessou de criar.

A resposta deve, portanto, ser estruturada de maneira a reunir essas premissas com logicidade, clareza e, preferencialmente, com as respectivas referências.

Inicialmente, desvincula-se a noção de que toda a população espiritual estaria restrita somente aos habitantes encarnados da Terra (LE-87) e, principalmente, esclarece-se que a população na erraticidade é superior em quantidade, mas qualquer tentativa de dimensionar essa população é mera especulação.

Uma vez que todos os globos que circulam o espaço são habitados e o espaço universal é infinito (LE-55 e GEN – Cap. VI, i. 1), a população encarnada e desencarnada da Terra é apenas uma fração insignificante se comparada ao todo e este orbe não é um sistema fechado.

Como todos os mundos são solidários (LE-172 a 176 e LE-184), há um constante fluxo de emigração e imigração de Espíritos (GEN - Cap. XI, i. 33 a 35).

Pelo fato de Deus jamais ter deixado de criar (LE-80 e GEN – Cap. XI, i. 9), em nosso estágio intelectual não conseguimos dimensionar e muito menos estabelecer qualquer relação temporal sobre a manifestação dos seres inteligentes no Universo, mas a encarnação ocorre nos diferentes mundos (ESE-Cap. 3 - i.2) e habitaremos aqueles compatíveis com nossas necessidades evolutivas (CI - Cap. 3, i. 11 e GEN - Cap. XI, i 27).

A Terra não é o primeiro nem será o último planeta que reencarnaremos, pois já habitamos mundos mais primitivos e poderemos voltar, ou não, a habitar este planeta, dependendo de nossa condição evolutiva. Uma vez atingido o grau máximo da perfeição de que o Espírito é suscetível (GEN – Cap. XI, i. 9), não mais será necessária a reencarnação. Na ordem das coisas, não é o mundo material o principal, mas o mundo dos Espíritos (LE-85).

Assim, a quantidade de encarnados neste planeta é limitada pela capacidade física e não pela dimensão da população espiritual, a qual é infinita.

 

Simbologia

LE - O Livro dos Espíritos

ESE - O Evangelho Segundo o Espiritismo

CI - O Céu e o Inferno

GEN - A Gênese (Tradução da 4ª edição francesa)



[1] Texto publicado na revista Dirigente Espírita, ed. 193, jan./fev. 2023, p. 33

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