Marco Milani
Uma questão recorrente feita por
neófitos é: se somos os mesmos Espíritos reencarnando em diferentes épocas, por
que a população mundial é crescente?
A resposta é aparentemente
simples para quem está familiarizado com as obras de Allan Kardec, mas pode ser
vaga, pueril, incompleta e até equivocada se for oferecida sem a devida
fundamentação doutrinária.
Provavelmente quem perguntou
desconhece que:
i.
a população de desencarnados é maior do que a de
encarnados;
ii.
há muitas moradas no Universo;
iii.
a emigração e imigração de Espíritos entre
mundos é uma constante e;
iv.
Deus nunca cessou de criar.
A resposta deve, portanto, ser
estruturada de maneira a reunir essas premissas com logicidade, clareza e,
preferencialmente, com as respectivas referências.
Inicialmente, desvincula-se a
noção de que toda a população espiritual estaria restrita somente aos
habitantes encarnados da Terra (LE-87) e, principalmente, esclarece-se que a
população na erraticidade é superior em quantidade, mas qualquer tentativa de
dimensionar essa população é mera especulação.
Uma vez que todos os globos que
circulam o espaço são habitados e o espaço universal é infinito (LE-55 e GEN –
Cap. VI, i. 1), a população encarnada e desencarnada da Terra é apenas uma
fração insignificante se comparada ao todo e este orbe não é um sistema
fechado.
Como todos os mundos são
solidários (LE-172 a 176 e LE-184), há um constante fluxo de emigração e
imigração de Espíritos (GEN - Cap. XI, i. 33 a 35).
Pelo fato de Deus jamais ter
deixado de criar (LE-80 e GEN – Cap. XI, i. 9), em nosso estágio intelectual
não conseguimos dimensionar e muito menos estabelecer qualquer relação temporal
sobre a manifestação dos seres inteligentes no Universo, mas a encarnação ocorre
nos diferentes mundos (ESE-Cap. 3 - i.2) e habitaremos aqueles compatíveis com
nossas necessidades evolutivas (CI - Cap. 3, i. 11 e GEN - Cap. XI, i 27).
A Terra não é o primeiro nem
será o último planeta que reencarnaremos, pois já habitamos mundos mais
primitivos e poderemos voltar, ou não, a habitar este planeta, dependendo de
nossa condição evolutiva. Uma vez atingido o grau máximo da perfeição de que o
Espírito é suscetível (GEN – Cap. XI, i. 9), não mais será necessária a
reencarnação. Na ordem das coisas, não é o mundo material o principal, mas o
mundo dos Espíritos (LE-85).
Assim, a quantidade de
encarnados neste planeta é limitada pela capacidade física e não pela dimensão
da população espiritual, a qual é infinita.
Simbologia
LE - O Livro dos Espíritos
ESE - O Evangelho Segundo o
Espiritismo
CI - O Céu e o Inferno
GEN - A Gênese (Tradução da
4ª edição francesa)
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