quinta-feira, 24 de novembro de 2022

SEMELHANÇA DE CARÁTER[1]

 

Salomon de Bray -  The Twins Clara and Aelbert de Bray


Miramez

 

De onde vem a semelhança de caráter que existe frequentemente entre os irmãos, sobretudo entre os gêmeos?

− Espíritos simpáticos, que se aproximam pela similitude de seus sentimentos e que se sentem felizes de estar juntos.

Questão 211/O Livro dos Espíritos

 

Em muitos casos, os irmãos gêmeos são Espíritos simpáticos, que se unem por analogia de sentimentos, porém, nem todos são assim. Pode acontecer o contrário: serem Espíritos inimigos que a justiça divina faz se reencontrarem na formação biológica, no sentido de que se processe o perdão com mais eficiência. Os gêmeos, por vezes, têm semelhança de caráter, sendo que não devemos generalizar esse fato, porque em outros casos são completamente diferentes, em matéria de conduta e mesmo em semelhança física. São Espíritos, e cada um é, pois, um mundo à parte, com os seus pendores e atividades em busca da luz. Procuramos alertar os pais e parentes dos mesmos, para estudarem esse fenômeno, ampliando seus conhecimentos de psicologia, para entenderem os seus deveres ante esses companheiros que nascem juntos, sob o tacão do mesmo signo.

São, geralmente, almas que precisam de ajuda dos pais, parentes e mesmo amigos, no afã de se libertarem das suas velhas dívidas, que se escondem no clima do orgulho e do egoísmo.

Sendo o lar uma escola, os pais são os professores, que devem compreender a situação e as necessidades desses alunos repetentes em busca de notas de luz para a paz de consciência.

Ninguém herda caráter dos pais, nem tão pouco dos ancestrais, no entanto, pode condicionar as qualidades morais principalmente deles, na esteira do tempo. Eis porque devem os pais procurar aprimorar a conduta, sendo que a vivência evangélica irradia e penetra em todos os sentidos nas almas, principalmente nas que se encontram em caminho conosco. Tal não acontece com a semelhança física, que é um fato dentro da lei biológica. Os pais podem fazer muito por seus filhos, no que tange a vida moral dos pais, dependendo da vida que levam no dia-a-dia. Pelo esforço dos genitores em viverem melhor, atraem as bênçãos de Deus na visibilidade do coração.

Tornamos a dizer, e não nos cansamos de repetir, que o culto do Evangelho no lar é uma bênção de Deus em favor de todos os familiares. Ele predispõe os Espíritos que ali residem para a libertação dos instintos inferiores, capacitando a alma à integração dos conceitos de Jesus.

Mesmo que nasçam em nossos lares filhos que trazem no corpo o estigma da deformação, não pioremos a situação, blasfemando como sendo azar ou castigo; tudo isso é experiência na sequência da vida, testando o que já aprendemos nas lutas que temos empreendido. Tratemos todos eles como filhos do coração; amemo-los como aos outros, que no amanhã poderemos passar pelas mesmas experiências deles, pois os processos de despertamento são para todos.

Não fiquemos exibindo filhos sadios ante os hemiplégicos, pois os que se encontram naqueles corpos deformados são Espíritos iguais a todos nós, feitos por Deus e, portanto, perfeitos na sua intimidade, porque Deus, sendo perfeito, não iria criar algo com a marca da imperfeição.

Agradeçamos a Luz Divina pelas oportunidades que temos, de trabalhar em favor dos que sofrem e choram. Cooperemos com eles nas suas transformações, que a paz crescerá dentro da nossa consciência. Devemos visualizar somente o bem da humanidade, e quando chamados a servir, onde quer que seja, entreguemos a Jesus todas as nossas possibilidades, que acumulamos por amor à causa de Deus, pois é somente o amor na pureza que o Mestre nos mostrou.



[1] Filosofia Espírita – Volume 5 – João Nunes Maia

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