sábado, 5 de novembro de 2022

O FLUIDO VITAL[1]

 


Rogério Coelho − outubro 28, 2022

 

Quão acanhada é a visão do materialista que nada vê além da matéria!

 

“O fluido vital é apanágio exclusivo dos encarnados”.

Erasto[2]

 

As manifestações espíritas não seriam possíveis sem o concurso do fluido vital.   Podemos dizer que o fluido vital é o instrumento de que se utiliza o Espírito para as manifestações, constituindo-se, portanto em um dos elementos formadores da energia para que se operem tais manifestações.    Por isso os Espíritos necessitam dos encarnados para o desempenho de suas missões que guardam relação com o mundo corpóreo.   Esta interdependência é um recurso a mais que o Criador coloca a serviço da evolução geral, evolução esta que exigirá mais íntima ligação entre encarnados e desencarnados em profusão da mediunidade.

A união da matéria com o princípio vital provoca a animalização daquela.

O princípio vital é ao mesmo tempo efeito e causa, pois sendo a vida um efeito devido à ação de um agente sobre a matéria, esse agente sem a matéria, não é vida.

Destarte, aprendemos com os Espíritos Superiores[3] que o fluido vital dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam.

Quão acanhada é a visão do materialista que nada vê além da matéria!

O Universo possui vida abundante, que se encontra em estado latente em todo lugar, aguardando tão somente que se façam as condições favoráveis para desabrochar.

O fluido vital origina-se, como tudo, do Fluido Cósmico Universal.

Sofre o fluido vital as modificações necessárias segundo as espécies nas quais atua; e é ele que dá movimento e atividade distinguindo assim a matéria bruta da orgânica.

Grandes filósofos d’antanho já se haviam familiarizado com a noção do princípio vital.   Dentro muitos podemos citar Aristóteles, Pitágoras e Paracelso, e por isso ficaram conhecidos como vitalistas.  Coube à teoria vitalista o primeiro ensaio para a explicação do fenômeno da vida.

Todas as propostas filosófico-religiosas partem de um princípio fora da matéria para explicar a vida.    Portanto, os Espíritos não inventaram a teoria; apenas sancionaram as ideias inatas dos tempos primevos…

Seguindo explica o Mestre Lionês[4], a quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos.  Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma mesma espécie.   Alguns há que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros o possuem em quantidade apenas suficiente para conservação da vida.   Daí, para alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante…

A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida se não for renovado pela absorção e assimilação das substâncias que o contêm.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro (passes).   Aquele que o tiver em maior proporção pode dá-lo a um que o tenha menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se.

Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em comunicação entre si, e nos casos de certas lesões, normaliza as funções momentaneamente perturbadas.

O homem consegue imitar à perfeição – aparentemente – um grão de feijão, de milho, arroz etc.… Mas, em se plantando, não germina:  Falta-lhe o princípio vital.

Debalde buscam os cientistas desvendar os segredos da vida nos laboratórios de pesquisas.   Existem, porém, certos campos em que o nosso apoucamento ainda não nos permite adentrar.  Quiçá passados alguns milênios possamos estar em condições de penetrar os arcanos do Criador.   Mas esse será um tempo em que o orgulho, a presunção, a vaidade e o egoísmo estarão em um passado distante e quando o homem tiver parado de utilizar as descobertas para o mal, para a destruição…   Aí sim, poderemos compreender tudo o que hoje nos causa perplexidade e assombro, conhecer o ignoto, vez que teremos atingido o patamar de cocriadores com o Pai Celestial como Jesus o é há tantos milênios…

Até lá, muito trabalho, árdua caminhada e… milhares de reencarnações!

Sem embargo, não há motivo para desânimo, vez que Jesus conclamou:

Tende bom ânimo, eu venci o mundo.



[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, cap. V, item 98.

[3] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio[de Janeiro]: FEB, 2006, q. 63.

[4] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. q. 70.

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