Leonardo Martins
Relatórios sobre objetos
voadores não identificados (OVNIs) e 'encontros alienígenas' se acumularam em
todo o mundo desde a década de 1940. Antes disso, pelo menos desde o século
XVIII, circulavam na cultura ocidental relatos de contatos com seres de outros
planetas. Em todos esses contextos, com variações consistentes com o tempo e o
lugar, as testemunhas alegaram experiências paranormais de outros tipos:
experiências fora do corpo, canalização, percepção extra-sensorial,
psicocinese, memórias de vidas passadas, cura espiritual e outras.
Este artigo revisa a literatura
sobre supostos contatos alienígenas e experiências paranormais relacionadas,
cobrindo desenvolvimentos históricos, tipos de experiência e aspectos
psicológicos e culturais. Considera as experiências como são compreendidas
pelos protagonistas, não fazendo suposições sobre sua realidade.
Introdução
A ênfase na experimentação de
PES (percepção extra-sensorial) na parapsicologia do século XX coincidiu com
uma relativa perda de interesse em experiências paranormais espontâneas. Ainda
assim, relatos continuam a ser feitos de mediunidade, experiências fora do
corpo, sonhos precognitivos, episódios de poltergeist e afins, para os quais
pesquisas encontraram prevalência de cerca de 50% em nações europeias e
norte-americanas[2], e
cerca de 80% ou mais no Brasil[3]
.
O desinteresse científico se
aplica especialmente a experiências relacionadas a OVNIs e 'encontros com
alienígenas'. Estes são relatados em muitas culturas e são diversos. Eles
incluem:
§ visões
de luzes e objetos altamente incomuns no céu (ou solo, quando pousado)
§ encontros
com entidades humanoides que se apresentam como extraterrestres (ou são
entendidos como tal)
§ entrada
em 'naves espaciais', voluntariamente ou por rapto
§ transmissão
verbal de mensagens extraterrestres
§ curas
espirituais
§ memórias
de vidas passadas em que seres alienígenas parecem ter feito contato com a
testemunha em outras épocas
§ encontros
com alienígenas durante experiências fora do corpo
Existem vários pontos de
interseção entre encontros tradicionais com OVNIs/alienígenas e outros tipos de
experiências paranormais. Os experimentadores de OVNIs frequentemente afirmam
ter adquirido habilidades paranormais como consequência direta de contatos com
alienígenas, como percepção extra-sensorial e
psicocinese, temporariamente ou por longos períodos.
Desenvolvimento histórico
Experiências extraordinárias
agora chamadas de 'paranormais' foram relatadas ao longo da história humana.
Alguns envolvem fenômenos estranhos vistos no céu: aparições de luzes e formas,
entidades semelhantes a humanos e similares. As aparições são comumente vistas
como sobrenaturais, por seu caráter incomum e pela associação do céu com uma
religião celestial, e o crescente conhecimento científico tem impactado
relativamente pouco nessa interpretação popular.
Melton encontrou elementos
religiosos e místicos em sua análise de mais de uma centena de relatos feitos
no período de meados do século XVIII ao século XX: mensagens espirituais, a
experiência de alienígenas como seres divinos e contatos através de estados
alterados de consciência e das experiências corporais[4].
A menção de naves espaciais ou similares não é encontrada antes do século XX;
até aquela época, os alienígenas eram vistos como originários de Marte, Vênus
ou da Lua. Exemplos representativos do gênero são encontrados em relatos do
cientista sueco do século XVIII Emanuel Swedenborg e da
médium francesa Hélène Smith.
Talvez a primeira adoção
significativa de explicações naturalistas tenha sido em relação à onda de
relatos sobre misteriosos 'dirigíveis voadores' que surgiram nos Estados Unidos
entre 1896 e 1897. Mas foi somente em meados do século XX que as explicações
naturais foram amplamente adotadas. Durante a Segunda Guerra Mundial, pilotos
de ambos os lados relataram a presença desconfortável de bolas de luz
acompanhando seus aviões durante as missões; esses 'foo fighters', como eram
chamados, foram inicialmente considerados uma nova arma inimiga, até que se
descobriu que não tinham intenção hostil. Em 1946, houve vários relatos de
'foguetes fantasmas' no norte da Europa. A partir de junho de 1947, relatos de
'discos voadores' proliferaram em todo o mundo, começando com o avistamento de
um piloto civil, Kennedy Arnold, multiplicando-se em número e em percepções de
sua forma[5].
Tipos de contato estrangeiro
As descrições a seguir são
baseadas em relatos de primeira mão apresentados na literatura acadêmica e não
acadêmica[6],
usando termos e significados do experimentador.
Avistamentos do céu
A experiência mais simples e
comum é o vislumbre fugaz de luzes estranhas ou objetos metálicos no céu. Estes
são vistos a grandes distâncias e dizem ter características não naturais que os
distinguem de fenômenos como balões, meteoros e aviões. Por exemplo, eles
aceleram e desaceleram abruptamente, aparecem e desaparecem repentina e
misteriosamente, com padrões luminosos peculiares. Eles também seguem
trajetórias erráticas e aparentemente intencionais, em velocidades impossíveis
para artefatos humanos. Tudo isso encoraja a crença de que são artefatos do
espaço sideral.
Encontros íntimos
A próxima categoria é a suposta interação
com OVNIs e/ou alienígenas, que tende a ser mais rica em detalhes. Com raras
exceções, o OVNI é descrito como uma esfera, um disco ou um cilindro, seja
pequeno, tipicamente entre alguns centímetros de diâmetro e um metro
(geralmente esférico), ou grande, entre três e quinze metros de diâmetro ou
extensão (geralmente disco ou cilindro). Vigias ou janelas às vezes são
relatadas, sugestivas de um veículo de transporte. Talvez como resultado das
influências da Nova Era, os OVNIs são cada vez mais descritos como um fenômeno
'energético' não físico, parecendo ser transparente e sem superfície sólida[7].
Descrições de alienígenas cobrem
uma variedade de características em termos de aspecto, estatura, massa
corporal. Alguns são vistos como animais, mas a maioria é antropomórfica, com
cabeça, corpo, dois braços e duas pernas. Quanto maior a correspondência com os
humanos, maior a probabilidade de eles usarem roupas e carregarem equipamentos.
Sua atitude também varia de acordo com o grau de antropomorfismo: entidades
animalescas tendem a ser rudes, enquanto aquelas que se parecem com humanos
tendem a ser mais gentis e interativas, comunicando-se por gestos, falando uma
linguagem incompreensível ou por telepatia.
Rapto
As experiências de abdução
alienígena podem constituir a categoria mais investigada cientificamente de
experiência com OVNIs, por causa de sua intrigante complexidade e implicações[8]. Os relatos geralmente aludem a um avistamento
de OVNI ou alienígena, seguido da entrada involuntária da testemunha na nave
para ser submetida a meticulosos exames médicos e psicológicos. Às vezes, eles
são forçados a fazer sexo com outro abduzido – ambos em estado de transe – ou
com um alienígena. A extração tecnológica de sêmen e óvulos é frequentemente
relatada, e esse material genético é supostamente usado para a fabricação de
bebês 'híbridos', que às vezes são vistos dentro da espaçonave em vários
estágios de desenvolvimento.
Muitos abduzidos não têm
lembranças iniciais da experiência[9]
e, em vez disso, observam sinais perturbadores de que algo anômalo aconteceu.
Isso normalmente inclui uma lacuna de memória de uma a três horas ("perda
de tempo")[10],
cicatrizes que não existiam antes do evento e sonhos claros recorrentes sobre
ter sido examinado por criaturas assustadoras[11].
Alguns não sentem necessidade de
esclarecimento adicional, não retendo nenhuma convicção subjetiva de terem sido
abduzidos. Mas outros chegam a essa conclusão, baseando-se em ideias da cultura
popular ou em suas próprias lembranças[12].
Um número significativo recorre à hipnose para tentar recordar o conteúdo
daquele tempo perdido, geralmente recuperando recordações detalhadas de
abduções complexas[13].
Contatos amigáveis
Outro tipo de experiência com
OVNIs envolve interações amigáveis e espiritualmente edificantes com
alienígenas que são considerados majestosos e benevolentes. Esses
experimentadores são geralmente chamados de 'contatados[14]'.
Os episódios lembram supostos contatos com entidades sobrenaturais, muitas
vezes associados a consciência alterada, transe mediúnico, experiências
extracorpóreas e intuições sutis. Aqui também, por causa das influências da
nova era, entidades com características puramente físicas estão se tornando
menos comuns[15].
As figuras costumam ser descritas como altas, belas e brilhantes, como anjos ou
espíritos iluminados, apesar de usarem roupas metálicas e estarem equipadas com
instrumentos tecnológicos. Os diálogos tendem a ser instrutivos e esotéricos,
ocorrendo por meio da telepatia ou da vocalização convencional.
Experiências Paranormais Associadas
Relatos de experiências
paranormais associadas eram incomuns em relação aos primeiros avistamentos de
'disco voador'. Isso faz sentido, considerando que as explicações populares da
época não mencionavam extraterrestres.
Quando os alienígenas entraram
em cena na década de 1950, as possibilidades extraordinárias concebidas para
seres supostamente avançados começaram a se sobrepor ao cotidiano das
testemunhas. Isso ocorreu sutilmente no início, mensagens proféticas sendo transmitidas
por alienígenas através de contatados. Em meados da década de 1960 e início da
década de 1970, as testemunhas normalmente relataram experiências paranormais
ostensivas associadas. Casos no Brasil foram verificados anteriormente: o
primeiro caso de abdução amplamente divulgado foi o de um jovem agricultor
brasileiro, Antônio Vilas Boas, que afirmou em 1958 ter sido levado à força
para dentro de um disco voador; membros da família e outros moradores relataram
posteriormente aparições e atividade poltergeist ocorrendo em sua fazenda e
região adjacente[16].
Com o movimento de contracultura
das décadas de 1960 e 1970 – e sua consequente ênfase em estados alterados de
consciência e possibilidades humanas excepcionais – a natureza dos relatos de
contatos alienígenas sofreu uma mudança. Por exemplo, a comunicação descrita
nos primeiros relatos de OVNIs era por grunhidos ou por gestos; foi apenas nas
décadas posteriores que a noção de alienígenas se comunicando telepaticamente
começou a emergir. Muitos abduzidos e contatados hoje relatam que a comunicação
telepática ocorreu em episódios anteriores (incluindo antes de 1947)[17], mas na ausência de relatos de tal sendo feito
naquela época, é incerto se isso é de fato o caso.
A comunicação telepática é
talvez o fenômeno paranormal associado mais comum, mas os experimentadores de
OVNIs progressivamente começaram a relatar outros tipos. Alguns afirmaram ter
sido capazes de ler os pensamentos de amigos e familiares após o episódio, ou
mover pequenos objetos por psicocinese, ou realizar curas – habilidades que
desapareceram após alguns dias. Em vários casos investigados por Martins, os
experienciadores relataram ocorrências de fenômenos do tipo poltergeist
semelhantes aos apresentados no filme de 1977, Encontros imediatos de
terceiro grau, anteriores ao sequestro da criança: brinquedos,
eletrodomésticos e vários outros objetos se movem sozinhos, parafusos giram e
caem, as luzes invadem a casa. Martins também relata menção a ruídos
inexplicáveis, sonhos premonitórios, curas e doenças inexplicáveis[18].
Testemunhas que relatam uma
série de episódios em vez de um único encontro parecem desenvolver habilidades
paranormais como resultado da evolução espiritual imposta a eles pelos supostos
alienígenas. É comum encontrar contatados realizando curas, canalizando
mensagens e tendo experiências extracorpóreas de forma voluntária e
progressiva. Vários contatados estudados por Martins montaram clínicas que
facilitam práticas alternativas, religiosas ou esotéricas, atribuindo sucessos
à intervenção direta ou indireta dos alienígenas[19].
É cada vez mais comum que
experimentadores fora do corpo relatem ter encontrado durante suas jornadas com
alienígenas, que dizem estar fora do corpo e interagem transmitindo mensagens e
energias. Isso é verdade especialmente para praticantes regulares, como em
alguns grupos investigados por Martins, e pode ser resultado da crescente
familiaridade por parte dos praticantes de OBE (experiência fora do corpo) com
o tema de OVNIs e alienígenas.
Algo semelhante ocorre durante
as regressões a supostas vidas passadas, onde um número crescente de pessoas
relata memórias de ter vivido séculos ou milênios atrás e de ter tido
experiências com OVNIs/alienígenas durante esse período. Esse cenário clássico
do tipo abdução normalmente começa com a visão de uma luz incomum no céu ou
sala seguida de uma abordagem de um alienígena, incentivando a ideia de que
tais seres os seguiram de vidas anteriores.
A canalização de mensagens
alienígenas está se tornando comum, especialmente em kardecistas (do escritor
espírita francês Allan Kardec) e em outros contextos espíritas. No Brasil, onde
as investigações a esse respeito estão crescendo em número[20],
as mensagens referem-se a valores religiosos convencionais como a devoção a
Deus e a Cristo e a temas da Nova Era como a Confederação Cósmica, os Mestres
Ascensos, curas e energias, e assim por diante. Assim como os médiuns relatam
ter visto os guias espirituais de pessoas caminhando ou em pé ao lado deles, em
situações cotidianas ou durante práticas religiosas, visões de entidades
alienígenas atuando como guias para diferentes pessoas também estão se tornando
comuns. Nas investigações de campo de Martins, os médiuns frequentemente
relataram ter visto um guia alienígena ao lado de uma pessoa para fornecer
proteção e inspiração. Isso pode ser efeito não apenas da influência da Nova
Era, mas também da religiosidade por ela inspirada: desde a primeira metade do
século XX,
Poucos estudos foram realizados
sobre a associação entre experiências paranormais e OVNIs. Pesquisas
convencionais que incluem a categoria OVNIS geralmente não verificam ligações
que conectam as experiências discutidas aqui, ou identificam uma hierarquia, e
mais pesquisas são necessárias para verificar a prevalência e o impacto da
associação entre as duas.
Pesquisa sobre experimentadores
OVNIs e alienígenas são
entendidos pelos experimentadores como entidades concretas que deixam vestígios
físicos. Apesar disso, quase todas as pesquisas científicas ocorreram em áreas
como psicologia, antropologia, sociologia e história, mais preocupadas com
crenças e ideias do que com fatos objetivos. A pesquisa apresenta dados
estatísticos sobre avistamentos, correlações entre alegações de OVNIs, esoterismo,
folclore e religião, estuda tendências perceptivas e de memória, realiza testes
psicológicos e examina questões clínicas. Também elucida controvérsias
culturais e científicas sobre a ontologia dos fenômenos OVNIs, estudando as
implicações de ideias coletivas sobre a pluralidade de mundos habitados.
Perfil Psicológico e Saúde Mental
Vários estudos na segunda metade
do século XX, especialmente na década de 1990, buscaram correlacionar
experiências com OVNIs e características pessoais, traços ou distúrbios como
propensão a memórias falsas[21]
paralisia do sono[22],
propensão à fantasia[23],
substratos neurológicos específicos[24],
e tendência a dissociar[25],
entre outros. Duas revisões abrangentes dessa literatura[26]
ilustram as divergências do campo e a necessidade de mais pesquisas (veja
abaixo). A grande maioria desses estudos é dedicada a abduções, e pesquisas são
necessárias para cobrir consistentemente outras categorias.
Hough e Rogers[27]
investigaram a inteligência emocional, a propensão à fantasia e os cinco grandes
fatores de personalidade em abduzidos. Ao contrário de afirmações persistentes
na literatura, eles não encontraram diferença significativa em quase todas as
variáveis, concluindo que os abduzidos têm um perfil psicológico semelhante ao
da população geral. A única exceção foi a consciência, a tendência a mostrar
disciplina e senso de dever, onde as pontuações dos abduzidos foram
significativamente maiores do que no grupo de controle, possivelmente indicando
esforço por parte dos abduzidos para aparecer como testemunhas confiáveis.
French e outros[28]
realizaram uma revisão da literatura e concluíram que os experienciadores de
OVNIs têm um perfil psicológico mais predisposto a fantasias,
sugestionabilidade, dissociação e crenças no paranormal. Os autores replicaram
os achados e acrescentaram a tendência de alucinar. No entanto, ao contrário de
estudos anteriores, eles não encontraram maior suscetibilidade a falsas
memórias.
McLeod et al[29]
sugerem que as experiências de abdução não podem ser facilmente atribuídas a
simples mentiras, doença mental, desejo de chamar a atenção para os abduzidos,
fantasias masoquistas, trauma de nascimento, distúrbios do sono ou regressões
de memória tendenciosas, como alegam a maioria dos céticos. Apesar das
contínuas alegações de características psicopatológicas em abduzidos
individuais, há algum consenso de paridade entre os abduzidos e a população em
geral em relação à prevalência de transtornos mentais formais[30].
Esses estudos geralmente não
consideram o contexto brasileiro, que é rico em alegações de OVNIs e
experiências paranormais gerais. Para resolver isso, Martins e Zangari[31]
examinaram a relação entre transtornos mentais e experiências com OVNIs (não
apenas abduções) em amostras brasileiras. Em consonância com a norma
internacional, não foi encontrada associação entre experiências com OVNIs e
transtornos mentais. No entanto, abduzidos e contatados apresentaram uma
prevalência significativa de sinais pré-mórbidos na infância e adolescência,
embora houvesse desenvolvimento psicológico posterior sem transtornos mentais
proeminentes. Diante desses dados, os autores visualizaram o papel da cultura
como facilitadora da saúde psicológica, dando sentido àquelas experiências
ambíguas, angustiantes e pré-mórbidas na infância e adolescência. Além disso,
'esquizotipia saudável[32]'
foi mostrado para desempenhar um papel, essas primeiras experiências ambíguas
sendo vistas como ideias não convencionais e alucinações, mas não
necessariamente psicóticas.
Martins e Zangari[33] então discutem traços de personalidade em
experienciadores de OVNIs em geral usando o modelo Big Five[34].
Os autores refutaram sua hipótese inicial de que os experienciadores seriam
vulneráveis a dificuldades emocionais no confronto com a realidade (neuroticismo),
seriam propensos à fantasia e mostrariam desejo de excitação. Em vez disso,
eles se destacaram em fatores de personalidade não considerados inicialmente,
como abertura, emoções positivas, estética, assertividade, sentimentos
(valorização da dimensão emocional), ideias (curiosidade intelectual e senso de
contestação), valores, atividade (dinamismo) e ações (preferência pela
variedade à rotina). Suas pontuações foram significativamente menores em
esforço para realização e ponderação.
Em suma, traços ou transtornos
pessoais não parecem ser uma explicação abrangente, adequada ou incontroversa
para as experiências. Por outro lado, sintomas e sinais aparentemente menores
são frequentemente encontrados após os episódios: reações de estresse, fobias,
ansiedade generalizada, sede aguda, complicações gastrointestinais, anemia,
sensação de desgosto, lapsos de memória, mudanças profundas de personalidade,
pesadelos recorrentes, distúrbios mentais secundários, afecções, queimaduras,
erupções cutâneas e outras marcas na pele, entre outras[35].
Aspectos Psicológicos e Culturais
As experiências com OVNIs podem
causar os mesmos efeitos subjetivos que outras experiências paranormais,
metaforizando a jornada de amadurecimento psicológico e restaurando um senso de
mistério à vida[36].
No entanto, eles tendem a diferir significativamente por serem
a.
mais extensos, complexos e talvez padronizados[37],
b.
associados a sinais e sintomas particulares[38], e
c.
suscetíveis a interpretações científicas por
meio de tecnologias não convencionais[39], oferecendo explicações potencialmente
naturalistas.
Embora as experiências de OVNIs
estejam parcialmente vestidas com tecnologia moderna familiar (naves, trajes
espaciais) e pareçam atemporais em essência, relatadas em todos os lugares e épocas[40],
seu efeito sobre a visão de mundo de indivíduos e grupos é chocante e
desorientador. Como tal, são fonte de desconstrução cultural, confrontando
crenças científicas e religiosas hegemônicas e testemunhas angustiantes[41].
Aqui também eles divergem de outras categorias de experiência anômala, que
tendem a ser mais adequadas à visão de mundo de seus vivenciadores e de seu
ambiente social, a serem sujeitas a certo controle e a gerarem menos sofrimento
psicológico ou prejuízo funcional na vida cotidiana[42].
Bullard[43]
reconhece a interface entre as experiências de OVNIs e as tradições folclóricas
em relação à sua forma e função. Mas, no entanto, considera que a forma como se
adaptaram às ideias contemporâneas torna-as a base por excelência dos mitos
modernos, misturando temas contemporâneos – como a engenharia genética durante
os raptos e a expressão pelos alienígenas de ansiedades ecológicas – com
preocupações intemporais como a viagem de amadurecimento psicológico e a busca
da transcendência.
Lewis[44]
reconhece elementos sobrenaturais tradicionais em experiências de OVNIs,
comparando avistamentos de OVNIs modernos com a tendência das culturas
pré-modernas de atribuir significado divino a fenômenos celestes incomuns, como
o aparecimento de luzes estranhas. Da mesma forma, alienígenas e divindades,
sendo essencialmente misteriosos ou numinosos[45],
são vistos como excedendo a capacidade humana em poder, capazes de realizar
'milagres' como curar, aparecer e desaparecer, flutuar e até potencialmente
salvar o planeta. Em sua dimensão oposta, os alienígenas são demonizados quando
as mesmas habilidades sobre-humanas estão ligadas à aparência repugnante ou
intenções questionáveis. De acordo com Jung[46]
e Bullard[47],
Lewis conclui que os alienígenas, nossos 'irmãos cósmicos', desempenham funções
atribuídas a seres sobrenaturais, tornando-se 'anjos tecnológicos[48]'.
Em um dos primeiros trabalhos
acadêmicos a abordar os OVNIs, Carl Jung[49] viu surgir rumores de objetos estranhos e
luzes no céu como uma projeção, um mito moderno decorrente da necessidade
psicológica de apaziguar as ansiedades da Guerra Fria, agravadas pelo
enfraquecimento das religiões tradicionais e expressa através de certos
arquétipos. Martins, retomando a proposta de Jung meio século depois, buscou evidências
dos efeitos do fim da Guerra Fria e de mudanças significativas no ambiente
cultural, com ênfase em episódios brasileiros[50].
Ele concluiu que as atuais tensões coletivas, por exemplo, sobre terrorismo
global e preocupações ecológicas, desempenharam o mesmo papel teórico que a
Guerra Fria na análise junguiana. Os alienígenas continuam a simbolizar a morte
literal e simbólica, exercendo explicitamente funções divinas[51].
Com a crise do racionalismo dos anos 1960, trazendo uma redescoberta do valor
da religião e do esoterismo, a necessidade dos mecanismos projetivos e
inconscientes de Jung pode parecer ter enfraquecido, mas as experiências com
OVNIs continuam a fornecer o mesmo benefício aparente de antes.
Martins[52]
investigou três contextos religiosos/esotéricos brasileiros centrados em
alegações de OVNIs para ver como eles dão sentido ao sofrimento humano. Nos
três, o sofrimento é entendido como efeito do materialismo e das atitudes
'atrasadas' que fizeram com que a Terra se dessecralizasse. Os alienígenas são
apresentados como 'irmãos cósmicos' que, sob a orientação divina, oferecem à
humanidade caminhos para a salvação, por exemplo, por transporte em espaçonaves
para um planeta mais evoluído espiritualmente ou pela conversão do corpo
espiritual em 'energia espiritual' sem passar pela morte física. Desta forma,
os alienígenas assumem papéis divinos. Veronese[53]
chegou a uma conclusão semelhante de uma perspectiva sociológica.
Martins[54]
utilizou o método etnográfico para investigar abduzidos, contatados, grupos e
'hot spots UFO' brasileiros, regiões marcadas pela alta frequência de
experiências alienígenas (não apenas abduções). As comparações foram então
feitas em termos de dimensões religiosas, características narrativas e
variáveis psicológicas e culturais. Em resumo, Martins concluiu que as
experiências com OVNIs compartilham elementos essenciais (semelhantes a Bullard[55]
e Jung[56]
55 ) com variações que revelam suas origens culturais. Em suma, as experiências
com OVNIs são o produto de variáveis e processos psicológicos, sociais e até
biológicos, que, no entanto, não precisam obscurecer uma possível dimensão de
mistério que transcende essas três dimensões.
Pesquisa futura
Contatos com alienígenas e
OVNIs, dos mais fugazes aos mais complexos e demorados, sempre foram associados
a experiências paranormais. Embora não sejam a mesma coisa, as sobreposições
são diversas e profundas. Indiscutivelmente, não é possível entender os
fenômenos OVNIs sem estudar as experiências parapsicológicas, enquanto a parapsicologia
pode obter insights importantes levando em consideração as experiências
OVNIs. Mais estudos são necessários para aproveitar essa sobreposição e
confrontar mistérios não resolvidos.
Tais experiências também podem
impactar os domínios clínico e cotidiano dos vivenciadores e seus círculos
sociais. Martins encontrou casos em que, após uma experiência de OVNI,
casamentos foram rompidos, cultos religiosos se formaram repentinamente em
torno de contatados comuns, testemunhas foram submetidas a hospitalização
psiquiátrica e cidades inteiras redefiniram sua identidade. Seu estudo pode,
portanto, trazer benefícios para a psicologia e outras áreas do conhecimento
científico além da parapsicologia.
Dada a complexidade do tema,
estudos multi e interdisciplinares também são recomendados, idealmente com
maior foco em casos espontâneos, a fim de contrabalançar a ênfase histórica na
pesquisa experimental na parapsicologia do século XX.
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Traduzido por Google Tradutor
[2] por exemplo, Palmer 1979; Haraldsson, 1985.
[3] Machado, 2010; Reichow, 2017; Silva, 2017.
[4] Melton, 1995.
[5] ver resenhas em Santos, 2009; Suenaga, 1999.
[6] por exemplo, Appelle, Lynn, Newman & Malaktaris,
2014; Hopkins, 1987; Jacobs, 1993, 2008; Martins, 2011b, 2015; Suenaga, 1999.
[7] ver Martins, 2015.
[8] por exemplo, revisões em Appelle et al., 2014; Hough
& Rogers, 2007/2008.
[9] por exemplo, em 70% dos casos em McLeod, Corbisier
& Mack, 1996.
[10] cf. Hopkins, 1987.
[11] Appelle et al., 2014, Hopkins 1987, Jacobs 1993, 2008;
McLeod et al., 1996, Mack 1994.
[12] por exemplo, 30% da amostra em McLeod et al., 1996.
[13] para mais detalhes, ver Appelle et al., 2014; Bullard
1989; Hopkins 1987; Jacobs, 1993; Mac, 1994.
[14] ver Lewis, 1995; Suenaga, 1999.
[15] ver Martins, 2015.
[16] Mauso, 2016.
[17] ex., Boaventura Júnior, 2015.
[18] ex., Martins, 2015.
[19] Martins, 2015.
[20] por exemplo, Maraldi, 2014; Martins, 2015.
[21] por exemplo, Clancy, McNally, Pitman, Schacter &
Lenzenweger, 2002; Paley, 1997; Potências, 1991.
[22] por exemplo, Appelle et al., 2014; Clancy et al.,
2002; Holden & French, 2002; McNally & Clancy, 2005.
[23] por exemplo, Bartholomew, Howard & Basterfield,
1991; Potências, 1991.
[24] por exemplo, Don & Moura, 1997; Holden &
French, 2002; Paley, 1997; Persinger, 1992.
[25] por exemplo, Holden & French, 2002; Potências,
1994.
[26] French, Santomauro, Hamilton, Fox & Thalbourne,
2008; Hough & Rogers, 2007/2008.
[27] Hough e Rogers, 2007/2008.
[28] Francês e outros, 2008.
[29] McLeod et al., 1996.
[30] por exemplo, Appelle et al., 2014.
[31] Martins e Zangari, 2012.
[32] McCreery & Claridge, 2002.
[33] Martins e Zangari, 2013.
[34] Costa & McCrae, 2007.
[35] Appelle e outros, 2014; McLeod et ai., 1996; Suenaga,
1999.
[36] Bullard, 1989; Lewis, 1995; Mack, 1994; Martins, 2015;
Suenaga, 1999.
[37] . por exemplo, Appelle et al., 2014; Mack, 1994;
Martins, 2015.
[38] Appelle et al., 2014; Bullard, 1989; Martins, 2011b;
McLeod et ai., 1996; Suenaga 1999.
[39] Bullard, 1989; Martins, 2011b, 2015.
[40] Jung, 1958/1988; Suenaga, 1999.
[41] Bullard, 1989; McLeod et ai., 1996; Suenaga, 1999.
[42] Cardena et al., 2014; Menezes Júnior &
Moreira-Almeida, 2009.
[43] Bullard, 1989.
[44] Luís, 1995.
[45] como em Jung, 1958/1988.
[46] Jung 1958/1988.
[47] Bullard, 1989.
[48] Lewis, 1995, pág. XIII.
[49] Jung, 1958/1988.
[50] Martins, 2011a.
[51] Martins, 2011c.
[52] Martins, 2014.
[53] Veronese, 2012.
[54] Martins, 2015.
[55] Bullard, 1989.
[56] Jung, 1958/1988.
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