quinta-feira, 30 de junho de 2022

PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO[1]

 

Miramez

 

Por que os primeiros gritos da criança são de choro?

− Para excitar o interesse da mãe e provocar os cuidados necessários. Não compreendes que, se ela só tivesse gritos de alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se inquietariam com as suas necessidades? Admirai, pois, em tudo, a sabedoria da Providência.

Questão 384/ O Livro dos Espíritos

 

A primeira manifestação da criança no mundo, ao nascer é realmente o choro, para dizer aos pais que está junto deles. Os pais, principalmente a mãe, ao ouvirem o primeiro choro do filho, sentem a alegria assomar em seus corações, que nesta hora se encontram em estado de alta sensibilidade. Os desencarnados que ali se encontram batem palmas energéticas de alegria, igualmente, e a criança renova suas forças com as lágrimas em profusão. Até aqueles que assistem a mãe sentem um estado de bem-estar ao ouvir a música do Espírito que vem à luz da vida.

Muitos pensam que o choro é comportamento negativo, mas nem sempre: as lágrimas são afrouxamento dos nervos, e podem criar ambiente de muita tranquilidade. Dependendo do motivo porque se chora, elas tem muita utilidade. Mesmo com o adulto, o choro é uma terapia.

Quando está enredado em opressões, o choro alivia, bem como atrai para junto de si companheiros em socorro, aliviando mais rapidamente a dor interna o que, por vezes, não é aconselhável.

Na utilidade que impõe o corpo, quando a criança chora pela primeira vez, os órgãos que está recebendo são também testados, como o faz quem no mundo instala uma rede de microfones para uma festa. Tudo tem o teste em primeira mão.

A criança quando chora, chama imediatamente a atenção da mãe ou dos que a cercam, e eles logo avaliam se é fome ou dor, e cuidam dela. Como a sabedoria de Deus é grandiosa! O choro do bebê é o recurso de linguagem da criancinha, e a mãe é hábil na interpretação do que ela deseja.

A linguagem dos homens é que é de difícil entendimento. Quanto mais sábia a criatura, menos ela conversa e quando fala, expõe o certo com suavidade, fazendo com que todos entendam sua fala de luz. Os seus sentimentos criam imagens que aquele que ouve assimila com facilidade.

A criança, desde a tenra idade, já sorri também, mostrando aos presentes que já sabe expressar o ambiente que Deus para a satisfação dos que cuidam dela entendam o que ela deseja. É um absorvente dos pensamentos, bem como dos sentimentos espirituais maternos, no ambiente em que vive. Por isso, é preciso conversar com suavidade com a criancinha. Ela tem necessidade de ouvir a mãe, mais do que o próprio alimento, e se não ouvir as palavras de carinho, pode atrofiar e até morrer de constrangimento.

A criança chora, estimulando a mãe, o pai e os que cercam para ouvi-la. Se pensamos que está ali um ser completamente inconsciente, estamos enganados: nela tudo se registra na mais pura sensibilidade que aflora na consciência, e que o coração expressa nos sentimentos infantis. Não descuidemos da criança em todas as suas necessidades de viver. Ela tem o direito de vida como todas as criaturas. Atrofiar uma criança por negar a ela seu direito é assassinar uma vida em formação, é crime por omissão.

O mundo espiritual se encontra presente junto às crianças para ajudá-las nas suas mais puras necessidades. A mãe, quando conversa com seus filhos, em muitos casos serve de médium, a fim de transmitir a mensagem do plano espiritual à vida em formação.



[1] Filosofia Espírita – Volume 8 – João Nunes Maia

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