Francisco Vieira Paim Pamplona,
nasceu no dia 8 de fevereiro de 1872, no Morro do Paim, de propriedade de seu
pai, que deu o nome ao lugar, em Sampaio (Guanabara) e, depois, a uma rua no
mesmo bairro.
Nas terras cariocas passou sua
existência, tornando-se espírita e ganhando o respeito de quantos tiveram a
oportunidade de conhecê-lo. Seus contemporâneos retratam-no como homem de
tenacidade inquebrável, fruto talvez da disciplina de sua vida e de sua
educação, desenvolvida na Marinha Brasileira.
Nos últimos anos de sua vida,
caracterizada por um esforço intenso de servir, Paim Pamplona orgulhava-se de
ter o seu nome como o nº 1 no quadro dos sócios vivos da Federação Espírita
Brasileira. Era o mais antigo de todos e, igualmente, um dos mais dedicados a
ela.
Ignora-se de que maneira se fez
espírita, todavia o fato de ter começado a frequentar a FEB ainda quando era um
jovem Guarda-Marinha, permite ajuizar que adquiriu a convicção espírita em sua
primeira mocidade. Considerando sagrados os seus deveres, desde os mínimos aos
máximos, não foi de espantar a sua ininterrupta ascensão na Marinha, até
alcançar o posto máximo, isto é, o de Almirante. A alta patente, entretanto,
não afetou o seu espírito de humildade modelar, a sua generosidade singela e
espontânea, que passava quase despercebida num mundo onde se alardeia muito e
em que a exemplificação autêntica se torna escassa.
Jamais se impacientava, nunca se
aborrecia nem punha em evidência sua autoridade, sua energia acima do vulgar.
Além de suas funções na Marinha,
foi professor no Colégio Militar, como lente de Geografia; fundou e dirigiu, no
Engenho Novo, o "Colégio Nacional". Nos trabalhos doutrinários
exerceu com abnegação as mais diversas funções. Na Federação Espírita
Brasileira, foi chamado a prestar serviços em muitos postos, inclusive ao de
Presidente nos exercícios de 1927 e 1928. Posteriormente, membro, nesta mesma
casa, do Conselho Fiscal e do Conselho Superior, funções que exerceu até à desencarnação.
Foi Presidente, por vários anos,
do Asilo de órfãos "Anália Franco", e continuou sempre como membro do
seu conselho administrativo. Era também, membro do conselho da Maternidade
"Casa da Mãe Pobre". Em sua longa carreira doutrinária, ensinava através
do exemplo. Não era visto à frente dos espíritas, mas sempre em meio dos
espíritas seu nome não aparecia nos jornais e são escassos os informes a
respeito de sua vida. Sua voz não se ouvia nas tribunas. Emérito educador,
criou em 1923, com o Dr. Eurico da Cunha Rabelo, diretor do Instituto Rabelo, o
Colégio Maria de Nazaré, no qual se usaram de métodos racionais e naturais,
consoante os mais modernos processos pedagógicos, e sob orientação espírita,
observando-se, porém, a mais completa tolerância religiosa.
Esse estabelecimento de ensino,
destinado apenas a meninas, funcionou por algum tempo à rua Ibituruna, na
Guanabara.
Em 4 de março de 1955, em sua
residência à Avenida Maracanã, nº 411, desencarnou com 83 anos de idade, o
Almirante Reformado Francisco Vieira Paim Pamplona, deixando viúva a senhora D.
Eleusina Paim Pamplona, mais conhecida, carinhosamente, pelo nome de Biosa, com
quem foi casado durante 57 anos, bem como três filhos e três filhas: O Coronel
Silvio Paim Pamplona, srs. Arnaldo Paim Pamplona alto funcionário Federal,
Darcy Paim Pamplona, engenheiro mecânico, e sras. Elza, Milza e Marina, todas
casadas e numerosos netos.
O velho instrumento de suas
atividades materiais foi sepultado no Cemitério de S. Francisco Xavier, em 5 de
março de 1955. O Professor Newton de Barros fez o seu elogio fúnebre em
discurso vibrante, apresentando as despedidas dos servidores do Espiritismo ao
seu modelar companheiro.
Diante de um público das mais
versas expressão de crença e descrença, aquela despedida se tornou edificante
propaganda do ideal espírita que orientou a vida de Paim Pamplona. Assim
desapareceu da superfície da Terra um homem que, em 83 anos de existência,
ocupando posições de comando, exercendo autoridade, nunca teve um desafeto.
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