segunda-feira, 9 de maio de 2022

FRANCISCO INDALECIO MADERO[1]

 

 

Nasceu em 30 de outubro de 1873, na Fazenda de "El Rosario", em Parras de la Fuente, Estado de Coahuila, no México.

Madero procedia de uma família de boa posição social e econômica. Seus pais foram Don Francisco Madero Hernández e Mercedes Gonzáles Treviño. Teve quatro irmãos: duas mulheres e dois homens, dos quais, Raul faleceu com pouca idade, em consequência de um acidente.

Iniciou seus estudos na Fazenda de "El Rosario", onde aprendeu a ler e escrever. Prosseguiu sua instrução no Colégio de San Juan, de Saltillo Coahuila, colégio dirigido por Jesuítas.

Aos treze anos deixou a cidade de Saltillo para ir a Edimburg, Estado de Maryland, no Colégio Mount St. Mary, onde permaneceu por três anos, indo para Paris, em 1889. Nesta cidade, também permaneceu por três anos realizando estudos em Escolas de Comércio.

Durante esse tempo, em 1891, chegou às suas mãos, a Revue Spirite, órgão da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada por Allan Kardec, revista, da qual, seu pai era assinante.

Sua mente juvenil e livre de prejulgamentos facilitou o entendimento e a profundidade das ideias espíritas que impregnaram seu ser de novos conceitos, e assim o expressa em suas Memórias:

Com grande interesse li todos os números que encontrei da Revue Spirite e logo dirigi-me às oficinas da mesma que é onde existe a grande livraria espírita. Meu objetivo era comprar as obras de Allan Kardec que havia visto recomendadas em sua Revista. Não li livros, mas, sim, devorei-os, pois suas doutrinas tão racionais, tão belas, tão novas, seduziram-me e, desde então, considerei-me espírita.

Durante sua estadia na França, frequentou Centros Espíritas. Conheceu Léon Denis, traduzindo, depois, deste autor, Après la Mort (Después de la Muerte, em espanhol).

Madero regressa ao México em 1892, contando com 19 anos de idade, com a mente impregnada de bons propósitos e inquietudes fazendo chegar, da França, novos livros e revistas que lia em francês, com ávido interesse em aprender.

Porém "dotado de grande consciência, − disse seu biógrafo Natividad Rosales −, se dava conta de que sua vida se encaminhava pela rampa fácil do prazer e, abandonando a vida de dissipação fez-se vegetariano". E voltou ao Espiritismo, com decisão. Integrou-se a um Grupo de Estudos Psicológicos e em 1906, foi nomeado Delegado do PRIMEIRO CONGRESSO ESPÍRITA que ocorreu na capital mexicana, iniciando-se em 31 de março, aniversário da desencarnação de Allan Kardec e no qual foi nomeado Vocal do mesmo.

Durante esse tempo, no ano de 1907, escreveu o livro “Manual Espírita”, dedicado aos jovens de seu tempo e assinado com o pseudônimo de Bhima.

Um dos Espíritos que se manifestaram no início do desenvolvimento de sua faculdade mediúnica escrevente, foi o Espírito de seu irmão Raul, a quem muito havia amado e por quem sentia especial afinidade. Sua manifestação mediúnica escrevente ocorreu desde o ano de 1901, em um Centro Espírita, quando contava com 28 anos de idade e se encontrava em Paris.

Madero tinha vocação médica. Estudou Homeopatia e Magnetismo, que aplicou, amorosa e gratuitamente, aos enfermos, ao seu povo por quem sentia-se muito ligado, muito humanizado.

O exercício da prática mediúnica e a oração − recomendada pelo Espírito Guia −, assim como a luta cotidiana para superar sua moral   fez de Madero um novo personagem revestido de alta dignidade e madureza. A Doutrina Espírita fazia, dele, um homem reto, fino, com inclinações de bem à humanidade, o que o fazia irradiar bondade e amor à Pátria e decidir-se, em um novo e alto ideal de bem que mais tarde ele haveria de traduzir em decisão, força e até sacrifício.

Compenetrado dos problemas sociais e políticos do país, e iluminada sua mente de altos ideais, escreveu o livro “La Sucesión Presidencial”, onde atacava as situações existentes, políticas e sociais, do governo, livro que ameaçava sua vida e a de sua família. O livro é publicado, desde então, arriscando sua vida.

Os distúrbios, depois, as conspirações internas, o plano para provocar a troca de poderes existentes, fez perfilar o único homem, de valores íntegros que devia ocupar a Presidência para derrotar Don Porfírio Diaz.

E se cumpriam eleições presidenciais.

A grande simpatia e apoio do povo mexicano, ao extremo consumido na pobreza, ignorância e escravidão, era unânime, deixando se notar o descontentamento do Governo estabelecido e da elite de personagens que rodeavam o gabinete do general Diaz.

Ao sucederem as eleições que se inclinavam ao triunfo de Madero, propiciaram sua morte. Foi preso, logo julgado, militarmente, para entregar sua vida, em assassinato cruel, junto a José Maria Pino Suárez, que havia sido eleito Vice-presidente, em 22 de fevereiro de 1913.

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